Agosto acaba e a Formula 1 regressa num circuito clássico do calendário. Uma pista que foi renovada desde o último ano, e com os desafios de ficar no calendário no ano que vêm - que ficará em 2023 e fala-se que se calhar, ainda a teremos até 2026 - a grande dúvida sobre o tempo foi dissipada ao longo dos dias, quando se descobriu que o tempo acabou por ficar mais para o nublado do que para a chuva intensa. Pelo menos, ao contrário de 2021, iriamos ter corrida.
A coisa interessante sobre a prova belga era a grelha. Carlos Sainz Jr. poderia ser o poleman, mas na realidade, quem foi o mais veloz fora Max Verstappen. Mas porque tinha mudado de motor e caixa de velocidades, ele era apenas 14º. E gente como Fernando Alonso era apenas... terceiro.
E deve ser que, por causa disso, os pilotos da Alpha Tauri, Pierre Gasly e Yuki Tsunoda, largariam das boxes neste domingo de corrida.
Na partida, Sainz fica na frente, mas Pérez, que queria bater o piloto da Ferrari, não fez bem em La Source, e Alonso aproveitou para ser segundo. Mas em Les Combes, Hamilton tentou a sua sorte e Alonso não deixou. Acabou voando para o ar, o e o britânico não foi muito longe. Acabou por abandonar a proba.
E no meio disto tudo, Max era oitavo, no final da primeira volta.
Na segunda bolta, mais uma colisão, quando Bottas e Latifi colidiram e os comissários disseram que "era o suficiente" e colocaram o Safety Car na pista. Na rádio, Alonso chama o heptacampeão de "idiota" por causa da sua tentativa ousada de o passar no final da reta Kemmel. "Este tipo só sabe largar e andar em primeiro", acrescentou.
Nas três voltas seguintes, o Mercedes vermelho andou na frente do pelotão, disciplinando os carros e deixando que os comissários fizessem o seu trabalho. Quanto regressou, na quinta volta, Sainz Jr. continuou na frente, com Pérez na segunda posição. Max subia posições, e no final da décima volta, ele já era terceiro. Por esta altura, Leclerc já tinha ido às boxes, porque parecia ter algum problema no seu carro.
Sainz foi às boxes na volta 11, e Max queixava-se de Pérez porque queria ir para a frente. Lá conseguiu, na volta 12, e iria ficar o mais possível até for a sua altura de ir às boxes. O que fez na volta 16. Mas não ficou muito tempo atrás, porque apanhou Sainz na volta 18, para ficar de novo no comando da corrida. E três voltas depois, foi a altura de Pérez fazer o mesmo ao espanhol. Os Red Bull eram os melhores, "game over".
A partir da volta 24, os carros paravam nas boxes pela segunda vez. Primeiro Alonso, depois os Ferrari, com Sainz e regressar em quinto e Leclerc em sétimo. Na volta 28, foi a vez de Perez ir às boxes, regressando em terceiro, depois de colocar pneus duros, e duas voltas depois, a mesma coisa fez Russell, ficando na quarta posição. Na volta 31, por fim, Max foi às boxes, trocou também para duros e continuou na liderança.
Na parte final, e aparte a fabulosa ultrapassagem de Esteban Ocon a Pierre Gasly e Sebastian Vettel, imitando os eventos do ano 2000 no mesmo local - um Hakkinen, se preferirem - as coisas na frente estavam calmas. Sainz na frente de Russell, com Leclerc logo atrás, e os Alpine em sexto e sétimo, com Alonso na frente de Ocon. Stroll chegava-se a Albon para ver se ficava com o último lugar pontuável.
Mas a Ferrari ainda tinha uma última jogada na cartola: parou Leclerc antes da última volta e regressou atrás de Fernando Alonso. Queria ver se alcançavam a volta mais rápida... e não conseguiram! Mas o monegasco voltou ao quinto posto. Seria menos mal... até depois da bandeira de xadrez, quando os comissários penalizaram Leclerc por causa do excesso de velocidade nas boxes, devolvendo o quinto posto a Alonso.
E claro, na frente, o melhor era Max, numa dobradinha para a Red Bull. Parece que a entrada dos energéticos neste regresso os coloca num patamar inalcançável para a concorrência. E parece que as sensações de 2013 poderão estar de regresso. Afinal de contas, com uma dobradinha dos energéticos neste domingo, não só Perez é agora o segundo classificado, como a concorrência está tão longe e perde tantos pontos que, se calhar, estamos a seis ou sete corridas de assistirmos ao bicampeonato de Max.
Daqui a uma semana, a Formula 1 está em Zandvoort. Aquilo irá encher ainda hoje, se decidissem abrir as portas agora.
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