domingo, 7 de julho de 2024

Formula 1 2024 - Ronda 12, Silverstone (Corrida)


Em muitos aspetos, Silverstone é um centro do mundo na Formula 1. Afinal de contas, a Grã-Bretanha é a sede de sete das 10 equipas do atual pelotão, e com uma data de pilotos no pelotão, muitos julgam até que a Formula 1 é uma coutada britânica. 

Com 13 pilotos a partirem com médios (outros, como Sérgio Pérez, colocaram duros), a grande incógnita será saber até que ponto é que poderemos ter chuva na pista. Há quem fale que poderá acontecer na segunda metade da corrida, caso aconteça, mas um coisa é certa: com este tempo britânico, as quatro estações estarão sempre presentes. 

Antes disso, a primeira desistência: Pierre Gasly tornou-se num "non-starter" porque na sua volta de aquecimento, desenvolveu problemas na sua caixa de velocidades e não o poderiam resolver em tão pouco tempo. Assim sendo, entrou nas boxes e não saiu mais dali.


Na hora da partida, George Russell aguentou os ataques de Lewis Hamilton, com Max Verstappen a passar um dos McLaren para ser o terceiro. Tentou ficar colado a Hamilton para tentar chegar ao segundo posto, mas no final da primeira volta, as posições mantiveram-se. Entretanto, os primeiros avisos de chuva começaram a aparecer: em 25 minutos, a pista poderá estar molhada. Atrás, Alex Albon tinha sofrido um toque de Fernando Alonso e caía algumas posições, com algumas peças a saírem do seu carro. 

No horizonte, as nuvens eram ainda mais ameaçadoras, com avisos constantes. Até lá, existia uma espera para saber se isso aconteceria antes ou depois da janela de troca de pneus, e se choverá bastante para que os pilotos trocassem para intermédios. E essa espera parecia beneficiar os Mercedes e as lutas por posições pareciam estar congeladas, esperando pelo momento em que a pista comece a molhar.

A primeira passagem de interesse foi na 14ª volta quando Charles Leclerc passou Lance Stroll para ser... sétimo. Tudo numa altura em que Lando Norris parecia aproximar-se de Max Verstappen para ser terceiro, porque ambos estavam em alcance do DRS, mas sem tentativas sérias. Até chegarem a Stowe, onde Norris o passou para ser terceiro.


Na volta 16, agitação nas bancadas com as pessoas a colocarem os ponchos para se protegerem das gotas de chuva que começavam a cair. Por essa altura, Oscar Piastri estava a passar Max para ser quarto, numa altura em que, entre os Mercedes, Hamilton apanhava Russell e poderia ameaçar a liderança do seu compatriota. E tudo no momento em que a chuva começava a cair perto de Stowe. 

Aqui, as coisas precipitaram-se. Os Mercedes saíram da pista depois da meta, a Norris aproveitou para passar ao segundo posto, passado Russell. Hamilton começava a distanciar-se, mas logo depois, começou a ter dificuldades, suficiente para Norris o apanhar e passar para a liderança. Hamilton perdia tempo e aderência para ter Russell na sua traseira, lutando por posição. Mas para piorar as coisas, Piastri passou os Mercedes e no final da volta 20, o australiano era segundo. 

As boxes estavam movimentadas, com Leclerc a colocar intermédios, seguido por Pérez e Zhou. Mas estavam no fundo do pelotão, sem ameaça, e para piorar as coisas, a chuva iria ser curtinha. Iria chover mais, mas haveria um intervalo, e os que calçaram os intermédios tinham de torcer para que esses pneus aguentassem até lá. Na volta 24, o DRS foi reaberto, mas sabiam que iria ser temporário. Afinal de contas, as nuvens estavam no horizonte.  

Max vai às boxes na volta 27, seguido por Hulk, Stroll e Ricciardo. Na frente, os McLarens corriam juntos, antes de Norris ir às boxes, com os Mercedes logo a seguir, um atrás do outro, com Piastri a ser deixado na pista por mais uma volta. A pista está molhada suficiente para fazer funcionar os intermédios, e na volta 29, Piastri regressa à pista em sexto, atrás de Sainz Jr. Nas boxes, os avisos aos pilotos é que a chuva iria continuar até à volta da 40ª passagem pela meta.

E inesperadamente, na volta 34, Russell vai às boxes para se retirar! Que golpe de teatro! Mas a Mercedes foi rápida  em diagnosticar o problema: a pressão no sistema hideaulico desapareceu e a Mercedes disse a ele para encostar o carro nas boxes e abandonar a corrida. A segunda retirada da corrida, depois de Gasly. E com isso, o sexto classificado era... o Haas de Nico Hulkenberg!

Na frente, Hamilton tentava apanhar Norris para chegar ao comando. Cerca de dois segundos separavam ambos os carros, e todos esperavam que a partir da wolta 40, 41, com a pista a secar, pudessem trocar de pneus. Mas ainda antes, os pilotos foram para as boxes para trocar de pneus. Quase todos colocaram moles, com a excepção de Max, que colocou... duros! 


Norris foi às boxes na volta 40, cedendo o comando para Hamilton, porque foi dois segundos mais lento que o veterano piloto da Mercedes. Max era mais rápido, com os duros, e tinha Piastri atrás dele. Com o passar das primeiras voltas, parece que os carros com pneus duros eram mais eficazes que os carros com pneus moles.

A cinco voltas do fim, Max estava na traseira de Norris, e ambos não estavam longe de Hamilton. O piloto da Red Bull apanhou logo Norris e ele foi atrás de Hamilton, esperando que tivesse tempo para o apanhar também. Afinal, acabou por não acontecer: depois de 52 voltas, Lewis Hamilton aguentou Max Verstappen e conseguiu a sua primeira vitória do ano. A primeira desde... 2021, e a alargar o recorde e vitórias para 104. E o nono triunfo na pista britânica.


Não direi que com duas vitórias seguidas da Mercedes isso signifique o regresso dos carros de Brackley à contenda, porque as circunstâncias não foram normais em ambas as corridas. Mas que isto está a tornar a temporada mais competitiva, isso sim.       

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