Há 40 anos, em Monza, três austríacos chegavam ao fim nos pontos, mas apenas um é que contou: Niki Lauda, o vencedor. Jo Gartner, quinto no seu Osella, e Gerhard Berger, sexto no seu ATS, acabaram por não contar nas estatísticas porque as suas equipas decidiram inscrever um carro para a temporada, e a certa altura, colocaram um segundo bólido.
Mas sobre esse dia, queria falar de um outro episódio, que aconteceu nesse dia. E já andei a falar um bocadinho nos dias anteriores, quando escrevo de quando em quando coisas sobre a temporada de 1984.
Stefan Johansson - que fez ontem anos, a propósito - até à aquela corrida, já tinha 12 provas de Formula 1 espalhadas em três temporadas. Mas nenhuma completa. Começara em 1980 com a Shadow, mas depois de duas não-qualificações, só regressou em 1983 para correr na Spirit, a sua equipa na temporada anterior, quando correu na Formula 2. Ajudou no desenvolvimento do motor Honda Turbo e começou a participar com o modelo 201 a partir do GP britânico. Um sétimo lugar na corrida dos Países Baixos foi o seu melhor resultado, mas em 1984, com o final da aventura da Honda, foi para a Endurance, com o carro da Joest. E até por uma corrida, no Nurburgring, partilhou o cockpit com Ayrton Senna.
Por essa altura, a Tyrrell convidou-o para partilhar o cockpit, porque Martin Brundle tinha-se lesionado na qualificação de Dallas. Mas naquele verão, a equipa estava envolvida no escândalo que resultara na desclassificação da equipa em ambos os campeonatos. Ou seja, nas quatro participações, três não contam. E quando em Zandvoort, a equipa fica definitivamente excluída, surge a noticia que Senna assinara para a Lotus, a partir de 1985. Com isso, o pessoal da Toleman não fica contente - apesar no contrato, ele estaria livre de seguir caminho se aparecesse uma oferta irrecusável - Alex Hawkridge decide punir Senna, excluindo-o do GP de Itália.
A Toleman decide resolver muitos problemas pendentes nesse final de semana italiano. Apresenta uma nova dupla de pilotos - Johansson e o italiano Pierluigi Martini. Eles tinham uma vaga por preencher desde o acidente de Johnny Ceccoto, em Brands Hatch, e Johansson iria ser o piloto ideal. Mas aproveitando a punição de Senna, deram o outro lugar a um jovem, então com 23 anos, sem grande experiência a não ser na Formula 2. Como seria de esperar, Martini ficou a nove (!) segundos de Nelson Piquet, o "poleman", e não se qualificou.
Johansson ficou melhor: qualificado na 17ª posição, entre os Ligier de Andrea de Cesaris e Francois Hesnault, aproveitou a corrida de atrito e foi subindo posições, onde apesar de ficar a duas voltas do vencedor, conseguiu um meritório quarto lugar, mostrando que o chassis era bom, independentemente do piloto que o guiava. E a certo ponto, o pódio era certo, mas a poucas voltas do final, foi passado por Riccardo Patrese, que queria um bom resultado para a Alfa Romeo - até hoje, foi o último pódio da marca italiana.
Isso foi o suficiente para que a Toleman ficasse com os seus serviços até ao final da temporada. E iria correr em 1985, se outras coisas aparecessem pelo caminho. Sabem, as portas que fecham e as janelas que se abrem? Alguns meses depois, Johansson batia à porta de Maranello, e esta se abriria...
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