Não há tempo, não há tempo. Como o coelho que está sempre a olhar para o relógio, no "Alice no País das Maravilhas", a Formula 1 só tem tempo para desempacotar, correr e empacotar. Afinal, este é o final de três semanas seguidas de Formula 1, que começou em Austin e na semana passada, estava na Cidade do México. Mas o mais interessante é que isso é só metade do espetáculo, porque os espectadores fazem a outra metade. A mais visível.
A grande novidade do fim de semana é na Haas. Kevin Magnussen está doente e no seu lugar, é chamado Oliver Bearman pela segunda vez pela equipa, depois de Singapura. O jovem de 19 anos deu-se bem na sexta-feira, colocando o seu carro na Q3 para a Sprint Race, confirmando que poderá ser um excelente piloto num futuro próximo.
Depois da dobradinha da McLaren na corrida sprint - e de Oscar Piastri ter cedido o primeiro posto a Lando Norris - reduzindo a distância para Max em... dois pontos, a qualificação iria decorrer algumas horas depois desta corrida. Contudo, os comissários viram que o neerlandês poderia ter feito uma infração na altura do Safety Car Virtual, que lhe deu cinco segundos de penalização, caindo para quarto nessa corrida... e Norris ganhou mais um ponto.
Mas neste sábado, apesar do tempo aparentava sol e calor, quando chegou a hora da qualificação, temia-se chuva. E quando chegou, foi o habitual "toró", ao ponto de, na hora quando deveria arrancar a qualificação, esta foi adiada até que a chuva parasse. E os minutos passaram, passaram... passaram. E a chuva não parava.
16 horas... a chuva caía.
E passavam os minutos... a chuva caía. Tinha sido forte, e em algumas partes, existia poças de água, onde os carros de todo-o-terreno tinham dificuldades em passar. Logo, os carros de Formula 1 não iriam passar ali, de forma alguma. Nas bancadas, as pessoas divertiam-se, à sua maneira, no jeito bem brasileiro de gostar da coisa. Cartazes a imitar memes das redes sociais, argentinos a saudarem Franco Colapinto como se fosse a reencarnação de Juan Manuel Fangio, gente a tratar Lewis Hamilton como brasileiro adotado - só faltam eles arranjar uma brasileira e oferecerem-lhe aulas gratuitas de português - todos se divertiam no meio da chuva. Afinal de contas, estavam em Interlagos, e a chuva até faz parte do folclore.
Mas com o aproximar do final do dia, cerca das 18 horas locais, as chances de adiamento aumentavam. E a chuva abrandava, mas não parava. O Aston Martin que servia de Safety Car dava voltas à pista, mas nada mostrava que as condições estavam no mínimo para correr. E perto das 17 horas locais, a noticia: nada haveria para o resto do dia, a qualificação teria de ser amanhã, se fosse possível.
Depois, no final do dia, souberam-se algumas coisas: houve inundações na cidade - precisamente em Interlagos - com ruas inundadas. E depois, também se soube dos horários da qualificação. 7:30 da manhã, três horas antes do Grande Prémio. É que é a melhor altura do dia, porque eles preveem chuva bem forte na parte da tarde. E claro, não querem perder tempo.
Poderemos falar sobre as razões porque evitam a chuva, mas isso seria um post à parte. Contudo, neste final de semana, com uma antecipação da corrida que não via em 40 anos, eu temo que este tenha sido a primeira parte de um pesadelo. Veremos.
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