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Hoje falo do carro mais radical que a Formula 1 alguma vez viu competir. A ideia de um carro de competição com seis rodas parece hoje, 30 anos depois da sua estreia, altamente radical. Mas este carro marcou uma época, deu alegrias ao "Tio" Ken, e mostrou ser-se competitivo... enquanto teve pneus.
Em meados de 1974, Derek Gardner, o projectista da equipa, procurava meios para construir um carro que pudesse ser mais rápido do que os demais. O Tyrrell 007 era bom, mas já acusava o desgaste de dois anos de competição. Ainda por cima, os regulamentos iriam mudar em 1976: as elevadas tomadas de ar seriam banidas, a asa traseira avançava mais 20 cm para dentro do carro, a altura máxima passou a ser de 85 cm, e a largura total do carro era agora de 215 cm.
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Sendo assim,
Derek Gardner decidiu projectar um carro que garantisse uma maior aderencia das rodas dianteiras, para que pudesse curvar mais depressa. E para ele, a melhor maneira era de colocar... duas rodas, de 30 polegadas cada, na parte dianteira do carro. O projecto foi desenvolvido no mais completo segredo, primeiro somente por Gardner, e depois por
Ken Tyrrell (convencido depois de beber alguns copos de whisky...)
Em Setembro de 1975, Gardner e Tyrrell apresentaram o protótipo P34 à imprensa, no Heathrow Hilton Hotel. Todos ficaram surpreendidos com o facto, pois até então, a Formula 1 nunca tinha visto um projecto tão radical como aquele. Contudo, os vários problemas de juventudo, descobertos durante as várias sessões de testes ocorridos no Inverno de 1975/76, atrasaram a apresentação do carro para o GP de Espanha, no circuito de Jarama.
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O carro teve uma excelente estreia nas mãos de
Patrick Depailler: terceiro na qualificação, manteve-se nessa posição até que uma falha nos travões, à volta 26, obrigou a desistir. Contudo, em Anderstorp, na Suécia, o Tyrrell P34 teve o seu momento alto: pole-position para Scheckter, e dobradinha para o conjunto do "Tio" Ken, com o sul-africano no lugar mais alto do pódio.
Foi a primeira e unica vitória de um carro com seis rodas! Apesar de ser um bom carro, o seu desenvolvimento era prejudicado pelo facto da Goodyear não lhe fornecer pneus suficientes para o seu carro, já que estes tinham um diâmetro mais pequeno do que os pneus normais...
Apesar de tudo, os P34 tiveram algumas prestações de relevo: até ao final da época de 1976, os seus pilotos subiram dez vezes ao pódio e conseguiram uma pole-position e duas voltas mais rápidas. A Tyrrell acaba a época no terceiro lugar da classificação dos construtores. Sendo assim, era óbvio que iriam manter o carro para a época de 1977, apesar dos problemas relacionados com os pneus.
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Nessa altura,
Jody Scheckter saira para a Wolf (chamava ao carro "uma sucata"), e veio em seu lugar o sueco
Ronnie Petersson. O Inverno foi passado a tentar desenvolver o carro, tornando-o mais leve, mas os problemas com a Goodyear, que não desenvolvia os pneus adequados para o carro. E isso iria ressentir-se durante a época de 1977... O ponto mais alto dessa época foi o terceiro lugar de Petersson na Belgica, que lhe deu a melhor volta e o segundo lugar de Depailler, num tumultuoso GP do Japão, onde o seu companheiro Petersson se envoilvia num complicado acidente com o Ferrari de um recém-chegado,
Gilles Villeneuve...
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No final da época, a Tyrrell tinha conseguido
27 pontos,
quatro pódios,
uma volta mais rápida e o sexto lugar no
Campeonato de construtores. A Tyrrell vê que o projecto era inviável, e constroi o
Tyrrell 008, para a época de 1978, agora com quatro rodas.
Derek Gardner, o homem que esteve com Tyrrell desde o começo, decide abandonar a Formula 1 de vez.
Já agora, aconselho-vos a visitar este belo site, o
http://www.project34.co.uk/, que explica tdoa a história sobre este Tyrrell radical, que marcou uma geração. É excelente: tem videos e fotos inéditas sobre este carro. A não perder!
1 comentário:
Eu montei a Tyrrel P34 de plastimodelismo, e fiquei imaginando como seria dirigir esse carro, principalmente em monaco
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