![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGPbNWQc2bkRtTUiKUrE52GQqSMqLHgfksVzCPc6eyAYR5VbCHsBHRYvv6Bqq6Ej-QuS7oP3CQULqVvwSO0qBf-PE8nqyA_Dky89DcOtz5lG5T4_IDwmme4QeQ57PFzOReNBYrOjYvTkW7/s400/Casco+Speeder76+1.jpg)
Desta vez, falo especialmente sobre "caso Campos Meta" e os mandos e desmandos entre Jean Todt e Bernie Ecclestone, entre outras coisas mais. Aqui vai:
A semana que passou deveria ter servido para vermos as apresentações de Virgin, Force Índia e Red Bull, mas também espreitamos o primeiro Lotus de Formula 1 em 15 anos, e isso deveria ser o suficiente para falarmos por aqui. Também estamos nas vésperas do primeiro rali da época do WRC, o Rali da Suécia, onde veremos uma nova classe, o SWRC, e a estreia oficial de Kimi Raikonnen na sua nova classe. Contudo, tudo isso é ainda assombrado com o que se passa nos bastidores, que é a incerteza da USF1 e da Campos, que esta semana se acumulou com as declarações contraditórias de Bernie Ecclestone e de Jean Todt sobre uma área do Pacto de Concórdia, onde primeiro se dizia que as novas equipas podiam faltar três corridas, e agora não.
Campos: passaram os prazos e... nada
Quarta-feira deveria ser o dia onde tudo se decidiria sobre o pagamento dos chassis à Dallara, bem como outras coisas como os detalhes do tal acordo, nunca confirmado nem desmentido, com o Tony Teixeira, dono do defunto A1GP. Ora, as horas passaram e… nada. Quem sofre é Bruno Senna. Julgando Adrian Campos que só o nome seria o suficiente para atraír investidores, desde meados de Dezembro que se sabia das dificuldades da equipa em atraír pilotos e dinheiro necessário para completar o orçamento.
Mas mesmo antes, as desconfianças sobre a validade do projecto não se dissiparam totalmente. E as desconfianças desses observadores podiam ter alguma verdade, mas Campos, ex-piloto de formula 1 pela Minardi em 1987/88, e que construiu uma equipa na Formula 3 espanhola e na GP2 após encerrar a sua carreira competitiva, até nem tinha motivos para tais suspeitas. Mas quando ele foi escolhido para montar uma equipa em 2010, batendo estruturas mais sólidas como a Prodrive e a sua compatriota Epsilon Euskadi, muitos não compreenderam tal escolha.
Para essa parte posso apontar um culpado: Max Mosley. Quando impôs às equipas um tecto de 40 milhões de dólares para poderem correr na Formula 1, escolheu a Campos, em conjunto com a Manor (agora Virgin) e a USF1, como parte dessa estratégia de uma contenção radical de despesas, em conjunto com um motor-padrão fabricado pela Cosworth. Como é público, Mosley travava na altura uma batalha contra a FOTA, e ele queria impor esses limites, mesmo correndo o risco de ver criada uma série paralela. No final, depois de a FOTA ter puxado as coisas até ao limite, Mosley cedeu e foi-se embora.
Obviamente, os estragos tinham sido feitos. Como não se podiam pura e simplesmente retirar as licenças às novas equipas, bastou que eles "rebentassem" por si. Sendo equipas pensadas para determinado valor, mas agora viram esse valor a ser levantado, viram-se aflitas para completar orçamentos. Para piorar, vive-se uma época de crise, em que tudo tem de ser contido. Contratar pilotos pagantes é uma boa solução, mas nem todos têm, por exemplo, cinco milhões de euros para comprar um lugar para 2010. José Maria Lopez, o argentino da USF1, levou em teoria oito milhões de dólares, mas até agora só foram confirmados os dois milhões do governo argentino. E agora esta semana, surgiram notícias de que os 15 milhões de euros que o russo Vitaly Petrov levou para a Renault foram esta semana colocados em causa porque se soube que metade dele é proveniente de um empréstimo bancário. E mesmo esse está atrasado, existindo agora uma prazo de até ao 1º de Março para que esse pagamento seja feito, caso contrário, outro virá para o lugar. Algo que foi confirmado pelo Jacques Villeneuve, que era um dos candidatos ao lugar. Aliás, ele disse que só poucas horas antes do anúncio oficial é que foi confirmando como sendo o segundo piloto da equipa.
Afinal, quem manda no automobilismo?
Prevendo tudo isto, surgiu nas últimas semanas o rumor de que tinha sido acordado entre a FIA e a FOTA uma espécie de pacto, em que as equipas poderiam falhar até três corridas. Primeiro surgiu nos blogs de jornalistas consagrados como James Allen, do Autosport inglês, e depois foi confirmado na segunda-feira por Bernie Ecclestone.
Mas o Tio Bernie disse que essa cláusula fazia parte do Pacto da Concórdia, acordado entre FIA e FOTA em meados do ano passado. Um Pacto cujo conteúdo é em muitos aspectos, secreto. Pelo menos não conheço ninguém que tenha referido o pacto na integra, pelo menos fora do circulo automobilístico dos dirigentes. No dia seguinte, Todt confirmou isso... durante 24 horas, pois já veio a público desmentir que tal regra exista. Porquê?
Será que a ideia é de livrar destes projectos de outra forma que não a simples revogação da licença, evitando multas pesadas? Até pode ser, dado que uma das clausulas que saiu a público referia sobre a proibição das equipas em abandonar a Formula 1 até 2012, algo que, como é sabido, não foi cumprido por parte da Toyota. Mas desconhecia até então se as novas equipas tinha assinado esse acordo. Pelos vistos, com a resposta que Todt deu, devem ter assinado.
Mas caso uma das equipas não consiga correr, existe outra a pairar sobre as cabeças. A Stefan GP. Depois de se saber que compraram o espólio da Toyota, e de terem dito que iriam testar os seus carros no final deste mês no Autódromo de Portimão, agora a equipa sérvia diz que mandaram contentores esta semana para o Bahrein e Malásia, mesmo sabendo que não tem licença para correr a temporada de 2010.
Ora, essa Stefan GP também é outro imbróglio. Todt não garante a sua entrada automática na Formula 1, em caso de saída da Campos ou da USF1, enquanto que Bernie Ecclestone não esconde que quer ver a equipa sérvia no paddock do Bahrein. Aliás, a equipa já disse que ia mandar um contentor com material. Para fazerem algo assim, teriam a anuência do patrão da FOM.
Isto tudo faz-me perguntar: quem manda ali? É Jean Todt ou Bernie Ecclestone? Será que o Bernie pode interpretar as regras como quiser e bem apetecer? É certo que ele deve ser um homem muito bem avisado, para dizer o que diz, mas acho que se comporta como se fosse Deus, para dizer à Stefan que pode montar a barraca à vontade, ultrapassando as competências de Jean Todt… não se pode dizer a ele para siga as regras? E já agora, que feche a boca mais vezes? A Formula 1 agradeceria, já que ele não tem intenções de se reformar.
Por esta semana é tudo, na próxima semana espero falar mais dos factos e menos dos bastidores. Até lá!
A semana que passou deveria ter servido para vermos as apresentações de Virgin, Force Índia e Red Bull, mas também espreitamos o primeiro Lotus de Formula 1 em 15 anos, e isso deveria ser o suficiente para falarmos por aqui. Também estamos nas vésperas do primeiro rali da época do WRC, o Rali da Suécia, onde veremos uma nova classe, o SWRC, e a estreia oficial de Kimi Raikonnen na sua nova classe. Contudo, tudo isso é ainda assombrado com o que se passa nos bastidores, que é a incerteza da USF1 e da Campos, que esta semana se acumulou com as declarações contraditórias de Bernie Ecclestone e de Jean Todt sobre uma área do Pacto de Concórdia, onde primeiro se dizia que as novas equipas podiam faltar três corridas, e agora não.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKjVsgWKG474MsW3PhgjSfjR0dJrujEFXMIhKEoz2nyFpLAorFDG924-NeSgbd_Mup6GMv_zWlZE3Slzv6BBNuG7dJZATVwbpzKtb8UDxxnzNFjR45EnweRT12PkuN8MPf7023ypgMWfO9/s400/Campos.jpg)
Quarta-feira deveria ser o dia onde tudo se decidiria sobre o pagamento dos chassis à Dallara, bem como outras coisas como os detalhes do tal acordo, nunca confirmado nem desmentido, com o Tony Teixeira, dono do defunto A1GP. Ora, as horas passaram e… nada. Quem sofre é Bruno Senna. Julgando Adrian Campos que só o nome seria o suficiente para atraír investidores, desde meados de Dezembro que se sabia das dificuldades da equipa em atraír pilotos e dinheiro necessário para completar o orçamento.
Mas mesmo antes, as desconfianças sobre a validade do projecto não se dissiparam totalmente. E as desconfianças desses observadores podiam ter alguma verdade, mas Campos, ex-piloto de formula 1 pela Minardi em 1987/88, e que construiu uma equipa na Formula 3 espanhola e na GP2 após encerrar a sua carreira competitiva, até nem tinha motivos para tais suspeitas. Mas quando ele foi escolhido para montar uma equipa em 2010, batendo estruturas mais sólidas como a Prodrive e a sua compatriota Epsilon Euskadi, muitos não compreenderam tal escolha.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5CKfYiUnanxlujBkMKhPB04W4myuHqX3ose_UvhDla0Il4fKlv3pn88h0C982iNlGOK5UaSiSzEd3YTZn9be5ITL_zTDg6o9QkFpyalkcP9SovUA69tQt_g9X2NdH9SPoH6zQykzXUUwM/s400/Tio+Max+11.jpg)
Obviamente, os estragos tinham sido feitos. Como não se podiam pura e simplesmente retirar as licenças às novas equipas, bastou que eles "rebentassem" por si. Sendo equipas pensadas para determinado valor, mas agora viram esse valor a ser levantado, viram-se aflitas para completar orçamentos. Para piorar, vive-se uma época de crise, em que tudo tem de ser contido. Contratar pilotos pagantes é uma boa solução, mas nem todos têm, por exemplo, cinco milhões de euros para comprar um lugar para 2010. José Maria Lopez, o argentino da USF1, levou em teoria oito milhões de dólares, mas até agora só foram confirmados os dois milhões do governo argentino. E agora esta semana, surgiram notícias de que os 15 milhões de euros que o russo Vitaly Petrov levou para a Renault foram esta semana colocados em causa porque se soube que metade dele é proveniente de um empréstimo bancário. E mesmo esse está atrasado, existindo agora uma prazo de até ao 1º de Março para que esse pagamento seja feito, caso contrário, outro virá para o lugar. Algo que foi confirmado pelo Jacques Villeneuve, que era um dos candidatos ao lugar. Aliás, ele disse que só poucas horas antes do anúncio oficial é que foi confirmando como sendo o segundo piloto da equipa.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOo8HPTyf0svhv4Fw1N3L3JwAwDyf8VSSDiy17n2zN1pUObm89CqBX531AuIsUfwt2GowtYiWh6DrwmMq9rMURE7k3goDJCR2GXIZ5wDoae31CQTmlAiNho4VU1tvvcwQjX3L3HtvxlLHm/s400/Australia+09.jpg)
Prevendo tudo isto, surgiu nas últimas semanas o rumor de que tinha sido acordado entre a FIA e a FOTA uma espécie de pacto, em que as equipas poderiam falhar até três corridas. Primeiro surgiu nos blogs de jornalistas consagrados como James Allen, do Autosport inglês, e depois foi confirmado na segunda-feira por Bernie Ecclestone.
Mas o Tio Bernie disse que essa cláusula fazia parte do Pacto da Concórdia, acordado entre FIA e FOTA em meados do ano passado. Um Pacto cujo conteúdo é em muitos aspectos, secreto. Pelo menos não conheço ninguém que tenha referido o pacto na integra, pelo menos fora do circulo automobilístico dos dirigentes. No dia seguinte, Todt confirmou isso... durante 24 horas, pois já veio a público desmentir que tal regra exista. Porquê?
Será que a ideia é de livrar destes projectos de outra forma que não a simples revogação da licença, evitando multas pesadas? Até pode ser, dado que uma das clausulas que saiu a público referia sobre a proibição das equipas em abandonar a Formula 1 até 2012, algo que, como é sabido, não foi cumprido por parte da Toyota. Mas desconhecia até então se as novas equipas tinha assinado esse acordo. Pelos vistos, com a resposta que Todt deu, devem ter assinado.
Mas caso uma das equipas não consiga correr, existe outra a pairar sobre as cabeças. A Stefan GP. Depois de se saber que compraram o espólio da Toyota, e de terem dito que iriam testar os seus carros no final deste mês no Autódromo de Portimão, agora a equipa sérvia diz que mandaram contentores esta semana para o Bahrein e Malásia, mesmo sabendo que não tem licença para correr a temporada de 2010.
Ora, essa Stefan GP também é outro imbróglio. Todt não garante a sua entrada automática na Formula 1, em caso de saída da Campos ou da USF1, enquanto que Bernie Ecclestone não esconde que quer ver a equipa sérvia no paddock do Bahrein. Aliás, a equipa já disse que ia mandar um contentor com material. Para fazerem algo assim, teriam a anuência do patrão da FOM.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSkFzBK-yVKBBoZX6WFSxboEYRKbMTMVPe_gJvOlJq8ZNnM3zTTYL8Y2b9ra4D8cB0AZFF2v5VF93ufSPZpThFDqEALMw9l6UKWww3ppgvXS76nVyp8TudDGxE13S4iYBJtmPUQVBqe1Or/s400/Todt+2.jpg)
Por esta semana é tudo, na próxima semana espero falar mais dos factos e menos dos bastidores. Até lá!
Sem comentários:
Enviar um comentário