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Este homem é especial. Nasceu num país, mas correu por outro. Foi um piloto muito rápido, com um estilo por vezes brutal. Talvez seja por isso que ganhou somente na sua sexta época. Nunca gostou muito de
Colin Chapman, e quando ia ser campeão do mundo e gozar a reforma, um acidente fatal corta-lhe os sonhos, tornando-se até hoje (e esperemos que continue assim) no único
Campeão do Mundo a título póstumo. O piloto do dia é Jochen Rindt.
Karl Jochen Rindt nasceu a
14 de Abril de 1942 na cidade alemã de Mainz. Os seus pais morreram em
Julho de 1943, duas das mais de 50 mil vítimas do bombardeamento aliado à cidade de
Hamburgo, que durante mais de uma semana dizimou dia e noite a segunda maior cidade alemã. Foi então criado pelos seus avós maternos, que viviam na cidade austríaca de Graz. O avô tinha um negócio de importação de especiarias, e esperava que o seu neto herdasse o negócio.
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No início da década de 60, após a morte dos seus avós, vendeu o negócio e começou a correr em carros de Turismo, e em
1963 comprou um Cooper de
Formula Júnior, no qual conseguiu excelentes resultados. No ano seguinte, passou para a
Formula 2, apoiado pela
Ford Áustria, onde conseguiu alguns resultados de relevo: um segundo lugar em
Mallory Park e uma vitória em
Crystal Palace. Nesse ano faz a sua estreia na Formula 1 no seu Grande Prémio natal, num Brabham da equipa de
Rob Walker. Apesar de não ter terminado a corrida, foi convidado para correr na equipa oficial da Cooper por
Bruce McLaren.
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Em
1965, com um
Cooper T77, Rindt tem uma temporada de aprendizagem, com resultados modestos. O seu melhor resultado é um quarto lugar na Alemanha, terminando a temporada com
quatro pontos, no
13º lugar da classificação. Entretanto, também corre em
Sport – Protótipos, e foi aí que consegue o seu melhor resultado: a vitória nas
24 Horas de Le Mans, ao volante de um
Ferrari 250LM da
equipa NART, de
Luigi Chinetti (1901-1994) em companhia do americano
Masten Gregory.
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No ano seguinte, ainda na Cooper, Rindt consegue melhores resultados, mas não ganha. É segundo em
Spa-Francochamps e em
Watkins Glen e terceiro no temido
Nurburgring, acabando a temporada na
terceira posição do campeonato, com
24 pontos, dos quais apenas 22 irão contar. É o resultado do talento do piloto, mais do que a performance do carro… Continuou a correr na Cooper em
1967, mas a temporada foi pior. O melhor que conseguiu foram dois quartos lugares, e esses
seis pontos deram-lhe o
13º lugar. Entretanto, resolveu fazer uma incursão nas
500 Milhas de Indianápolis, onde terminou a corrida na volta 108, com uma válvula quebrada.
Nesse ano ocorre uma importante decisão na sua vida pessoal: casa-se com
Nina Lincoln, filha do piloto finlandês
Curt Lincoln, um dos maiores pilotos finlandeses de sempre em pista, antes dos Rosbergs, Hakkinens, e Raikonnens…
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Em
1968 passa para a
Brabham, em substituição de
Denny Hulme, que tinha ido para a
McLaren. Rindt debata-se com um mau carro, que não lhe dá mais do que dois terceiros lugares em
Kyalami e Nurburgring. Com esses
oito pontos, e mais
duas pole-positions em
Reims e
Mosport, fica com o
12º lugar. Entretanto, tenta de novo as 500 Milhas de Indianápolis, mas desiste logo de início. Por esta altura, muitos questionavam se Rindt alguma vez iria ganhar alguma corrida. O inglês
Dennis Jenkinson, um dos mais famosos jornalistas de automobilismo de sempre, afirmou que cortaria a barba caso Rindt ganhasse alguma vez uma corrida de Formula 1.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGOqNzXiJ108d0pVExGLQbvhMyeFhqmDq9MPI_qz_2E04xpLcaK_sN4S4zuf2D4fKJqk2sN6kMfRI502UVaepWFhHNZlX1GihnC7Ly7mFyQdNM-amGKkUts4jcUSMeEkq7YJPtFeYmRDA/s400/1969,+Jochen+Rindt,+Lotus,+Montjuich.jpg)
Em
1969, transfere-se para a
Lotus, que têm a melhor máquina do momento, com o seu
modelo 49. Rindt tinha sido contratado para substituir
Jim Clark, morto no ano anterior, e para ser o número dois de
Graham Hill e eventual sucessor, já que ele tinha já 39 anos de idade. Tudo corria bem no circuito citadino de
Montjuich, quando os aerofólios dos dois Lotus 49 partiram-se no mesmo local. Hill nada sofreu, enquanto que Rindt partiu o nariz e o maxilar. Foi aí que começou a sua luta contra as alterações aerodinâmicas. Primeiro, escreveu uma carta aberta apelando ao fim do seu uso, afirmando que "
eram perigosos, para os pilotos como para os espectadores".
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo_-BN_h2ffdokO2n7z2mkG4SCcwpoicr87jPmYLzkR6u9zowykgJq0I81CPRQ1h9lcDODCLTz51sz9wMGWUDX-hh4s6S37vWG6eiZFU6ncxUQpX0QF5aoJLRap7iKiws1c2Pj53LwcAU/s400/Rindt+69.jpg)
Mas ao longo da época, Rindt mostrou que tinha carro para vencer. Quase acontece em
Monza, onde
Jackie Stewart leva a melhor por... 0,3 segundos! Mas na corrida seguinte, no circuito de
Watkins Glen, outro duelo épico com o novo campeão do mundo, Stewart, acaba com a sua primeira vitória da sua carreira. Contudo, apesar da rivalidade, ambos eram grandes amigos, e com o dinheiro do prémio, Rindt comprou uma casa na Suiça, muito próximo da casa de... Stewart. E lá Dennis Jenkinson cumpriu a sua promessa de tirar a barba…
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLFfURTk7bia4SajeogdHXjxEA7VHW811jBHtCGwKU0QjV3xq7yl7lxKYFkHJTUj1-QO06mB3JdB0T_3GgapyMylSH1-oI2q-cRBeGuZyL4l7gSD9oTNptLdbMnNAlsr0i-saQxXAlwhg/s400/Rindt+69+3.jpg)
Mas essa corrida foi dramática para a Lotus, pois viu o seu outro piloto, Graham Hill, partir as pernas num horrível acidente, o que fez aumentar os receios de Rindt em relação à segurança dos carros que conduzia… No final da época, Rindt, para além da vitória em Watkins Glen, tinha conseguido mais
quatro pole-positions, duas voltas mais rápidas e
três pódios, classificando-se no quarto lugar, com
22 pontos. E em
1970, Rindt tinha a certeza que seria primeiro piloto da Lotus!
1 comentário:
Boa tarde, Speeder_76.
Belo texto sobre um grande piloto.
Também tinha um texto preparado sobre o aniversário da morte de Jochen Rindt a 5 de Setembro de 1970.
Cumprimentos
José
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