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Gozos à parte (e como é óbvio, nada tenho contra Timor, até pelo contrário), neste dia seguinte às polémicas escolhas da FIFA para 2018 e 2022, cada vez mais me convenço de que foram as melhores escolhas que o dinheiro poderia comprar. E que a decisão de eliminar a candidatura britânica à primeira volta foi a forma da FIFA penalizar a BBC, mais concretamente o prestigiado programa de televisão "Panorama", sobre as suas investigações sobre o mundo nada transparente do Comité Executivo da FIFA, que a apresentou quase como se fosse uma "Familglia" da Máfia siciliana e que Joseph Blatter seria um "capo de tutti cappi". Parece que tinham razão, e provavelmente podem ter comprado uma guerra...
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2) Naturalizações - Fábio César Montezine, revelado no São Paulo, é um dos vários jogadores naturalizados da seleção do Qatar. Para não fazer feio em 2022, a federação local deve intensificar a procura por novos talentos. A tarefa não deve ser das mais difíceis, pois não são poucos os atletas que têm o sonho de disputar uma Copa do Mundo.
3) Legado - o Qatar tem 2 milhões de habitantes. Destes, 1,7 mi são estrangeiros. O legado, portanto, ficará para os executivos que trabalham no país.
4) Saúde dos atletas - Entre junho e julho, período em que a Copa é disputada, a temperatura no país chega a 50 graus celsius. A saúde dos atletas e dos turistas será colocada em risco, como a própria FIFA já alertou.
5) Treinamentos - Como os atletas treinarão durante a Copa? A tendência é que eles façam apenas um treino leve, à noite. Com poucos sessões de treinamento, os técnicos terão que quebrar a cabeça para dar entrosamento aos times e para deixá-los 100% fisicamente. Sendo assim, a qualidade do espetáculo ficará comprometida.
6) Mundial indoor - Ainda por causa do calor, essa Copa não deverá ter muita gente na rua. A confraternização entre os povos, tão pregada pela entidade máxima do futebol, deve acontecer apenas em hotéis e escritórios, todos climatizados.
7) Aglomeração - O Mundial será realizado em um raio de 60 quilômetros. Pode haver superlotação nos transportes e aglomeração humana nos estabelecimentos.
8) Seleções longe do Qatar - Se os estádios forem climatizados, não há necessidade de se adaptar ao calor e, consequentemente, dee se hospedar no Qatar. As seleções podem muito bem permanecer na Europa (na Turquia, por exemplo) e pegar um voo para Doha na véspera dos jogos.
9) Concentração máxima - Se forem obrigados a se hospedar no Qatar, a concentração será praticamente uma prisão de segurança máxima. Jogadores e comissão técnica não vão querer sair do quarto do hotel e enfrentar o calor. Os profissionais ficarão entediados e o trabalho da imprensa, prejudicado.
10) Acordos comerciais - O Qatar possui algumas leis rígidas, entre elas, a de consumo de cerveja em locais públicos. A Budweiser é uma das patrocinadoras da FIFA e terá prejuízo com a Copa no país."
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E já agora, uma pergunta para rematar: o que aconteceria caso Israel classificasse para o Mundial qatari? Seria aceite pela organização? Parte-se do principio que sim, apesar do governo local não reconhecer o estado israelita, mas a pergunta é pertinente.
O facto é que depois das escolhas de ontem tiveram consequências. A imprensa inglesa de hoje simplesmente demole a FIFA nos seus editoriais e muitos em Zurique começavam a murmurar entre dentes a palavra "reforma"... e doze anos são também tempo suficiente para algumas dezenas de "Panoramas" dedicados à FIFA e ao seu comité executivo, não?
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