sexta-feira, 9 de agosto de 2024

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Se fosse vivo, Patrick Depailler faria 80 anos nesta sexta-feira. 44 anos depois da sua morte, quando testava no circuito de Hockenheim, na Alemanha, o piloto francês é conhecido pela sua capacidade de correr em tudo que é carro, entre Formula 1, Formula 2 e Endurance, em ambos os lados do Atlântico, bem como a sua capacidade de testar e desenvolver carros, especialmente no seu tempo que correu pela Tyrrell, Ligier e Alfa Romeo.

Contudo, hoje falo de algo pouco conhecido. No final de 1978, quando o seu contrato com a Tyrrell acabou e ia para a Ligier, estava um pouco liberto das clausulas que a equipa colocou por causa do seu acidente de motocross, cinco anos antes, que o impediu de correr as corridas americanas pela equipa. E assim, decidiu aceitar o convite de correr na Can-Am para correr na pista de Riverside, na California, a bordo de um Spyder-Chewrolet, inscrito pela equipa de... Paul Newman

Sim, esse mesmo. O ator de Hollywood. Que era um grande fã de automobilismo, e dava os primeiros passos como proprietário de equipa. 

A corrida foi a 15 de outubro, uma semana depois do encerramento da temporada, no Canadá, e a última corrida pela Tyrrell. A grelha tinha alguns pilotos de Formula 1 - Alan Jones, Jean-Pierre Jarier, Wern Schuppan, entre outros - e o carro que ele guiawa não era mais que um deriwado de um Formula 5000. Dias antes, tinha estado a correr na IROC, com pilotos como John Watson, Niki Lauda e Alan Jones. A corrida do IROC tinha 75 milhas de distância, e todos competiam no mesmo modelo: Chevrolet Camaro. Depailler arrancou do terceiro lugar da grelha, para acabar no final na sexta posição.

Regressando à Can-Am, explica-se a competição: criado em 1966, o Canadian-American Challenge tinha o regulamento mais selvagem do automobilismo. Não tinha quase regra alguma, a não ser o motor, que ou seria Ford, ou Chevrolet, todos de sete litros. Os prémios eram chorudos, e a certa altura, o dominador era a McLaren, que com o meio milhão de dólares de prémios por ganhar o campeonato, conseguiu sustentar as suas equipas na Formula 1 e na Indy. Contudo, em 1973, o choque petrolifero obrigou à suspensão do campeonato depois de 1974, onde a Shadow tinha ganho tudo numa temporada bastante reduzida.

Quando regressou, em 1976, decidiu-se adaptar os carros de Formula 5000, colocando chassis novos por cima, cobrindo as rodas e colocando grandes entradas de ar e "ailerons", criando um duelo entre muitos dos pilotos que acabariam na Formula 1 e na CART, especialmente na década seguinte. Pilotos como Jacky Ickx, Patrick Tambay e Keke Rosberg estiveram por ali a mostrar-se aos americanos. 

Na qualificação, Alan Jones, que tinha dominado a temporada, conseguira a pole-position, mais de 1,3 segundos na frente do seu compatriota Warwick Brown, e do canadiano John Morton. Depailler foi sexto, na frente até do seu companheiro de equipa, o canadiano Elliot Forbes-Robinson. 

Numa corrida de 50 voltas, a de Depailler não durou muito: na 13ª volta, problemas nas válvulas do motor Chevrolet causaram um fim prematuro. 

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