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Mas como todos os seres humanos, sofriam quando um dos seus morria. Pete pensava que tinha tido muita sorte ao parar no momento certo, ter saído do cockpit mesmo ferido e descoberto que havia vida na Formula 1 para além da pilotagem, pois a seguir, haveria dose dupla: Spa-Francochamps e Le Mans.
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Desta vez, a Ferrari era a mais rápida, colocando Patrick Van Diemen na pole-position e Toino Bernardini no terceiro lugar, tendo entre eles o Matra de Gilles Carpentier. Pierre de Beaufort era quarto, à frente de John O'Hara, Bob Turner, Pieter Reinhardt e Teddy Solana. Pete, que via tudo nas boxes, afirmava que naquele dia, tinham de ser fiáveis e esperar pelas quebras dos motores V12, pois caso contrário, seria o dia deles...
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Pete queria Dan Gurney a guiar um dos seus carros, mas ele tinha se comprometido a ajudar a McLaren nos seus tempos difíceis, e isso incluía tudo: Can-Am e Formula 1. Ficou surpreendido ao saber do seu regresso à Europa, e um pouco aborrecido por saber que iria guiar um rival. Um grande amigo, é certo, mas um rival na pista. Mas esse aborrecimento foi amplamente aplacado, pois sabia que era a retribuição de um favor. Afinal, quatro épocas antes, Bruce tinha guiado na Eagle enquanto a sua equipa estava a dar os seus cruciais primeiros passos...
E este ano, para piorar as coisas, nem poderia contar com o pessoal da Matra, pois eles também se tinham lançado na aventura dos Protótipos, ainda que fosse na classe de três litros, aproveitando o seu V12. E tinham dois carros para a nata do automobilismo francês. Phillipe de Beaufort teria a seu lado Pierre Brasseur, enquanto que Gilles Carpentier iria ter um piloto belga, de seu nome Jean Picard, e que nos dois anos anteriores tinha ganho o Volant Elf e o francês de Formula 3.
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- Sabes quem anda a guiar por lá, num Ford Escort?
- Não.
- A Jackie.
Peter franziu o sobrolho. Uma mulher corredora? Conhecera Pieter, o pai dela, e sabia que a filha também tinha a paixão dos automóveis, mas não via uma mulher num desporto tão perigoso como o automobilismo. Hesitante, perguntou:
- Como é que ela se está a dar?
- Muito bem. Ganhou em Kyalami e este fim de semana vai correr em Sailsbury, na Rodésia.
- Estou a ver. Quantos concorrentes?
- Depende das corridas. 16, 18, 20... Conforme.
- Todos homens?
- Todos homens. Olha, trouxe-te um recorte de jornal para te mostrar.
Na autocaravana da Weir Mororsport, Pete olhava para um pedaço de papel de jornal amarelecido, quase com meia página, onde olhava para a fotografia de uma jovem branca, de sorriso bem aberto, muito loira e de olhos azuis bem claros, sentada no capô de um carro laranja com alguns troféus a seu lado. E pelo menos dois deles eram grandes. E à medida que lia o artigo, percebia que ela não corria contra uns concorrentes quaisquer. Alguns eram do calibre de Pieterse, Brian Hocking Sr. e o próprio De Villiers, quando este alinhava nos Turismos.
- Fizemos dobradinha há duas semanas em East London, e tive de suar as estopinhas para segurar a liderança.
- Estou a ver. E o tio dela?
- Muito relutante, mas aos poucos está a aceitar, mais no sentido que isto tudo seja uma apenas fase e passe. Mas ela tem 19 anos, isso é o que me preocupa.
- Porquê?
- Acho que é muito boa. Do calibre de um Formula 1.
- Disparates, Philipp. Só houve uma, e nunca fez nada de relevante. O que achas que ela tem de diferente?
- É muito agressiva em pista. Chamamo-la de "Krugersdorp Bobshell", em todos os aspectos... e até conquistou o velho Tom, pois é ele que prepara o carro dela. E o meu, claro.
- Tás a falar a sério?
- Exactamente. E suspeito de uma coisa.
- O quê?
- Que pode vir para a Europa. Tem intenções de vender a parte que herdou ao seu tio e quer pegar nesse dinheiro para vir aqui, provavelmente fazer a Formula Ford ou a Formula 3 britânica.
- O quê? Aqueles antros de vespas? Mata-se na primeira curva...
- Que queres? ela está determinada. Mas tem uma coisa boa nisto tudo.
- O quê?
- Quer trazer o Tom consigo.
Pete ficou agradado com a noticia. Sabia da capacidade de Tom de afinar motores e necessitava dele para impulsionar a equipa. Uma das razões da sua amizade com Kruger pai foi o facto de ter em Thomas Nel o seu fiel mecânico. E ele, que também encarava Jackie como sua filha, a acompanharia nesta sua aventura na Europa. Seria algo interessante, para os meses que se seguiriam...
(continua)
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