A Lotus confirmou esta noite que Pastor Maldonado será seu piloto na temporada de 2016. E isso poderá ter revelado coisas bem interessantes que vão para além da confirmação de um piloto por mais uma temporada. Porque para além da noticia, há outras coisas que podem ser lidas para além da noticia. Primeiro, que a Renault e a Lotus já chegaram a um acordo. E segundo, que Romain Grosjean sairá da equipa, provavelmente rumo à novata Haas F1.
Primeiro, vamos aos factos: o piloto de 30 anos correrá por mais uma temporada pela equipa de Enstone, como é afirmado no curto comunicado da equipa. "É um fator positivo para o futuro da Lotus na Formula 1 a capacidade que temos hoje de confirmar publicamente que Pastor vai permanecer conosco para a próxima temporada", começou por afirmar Gerard Lopez.
"Todos em Enstone vão saber que Pastor é uma pessoa fantástica para se trabalhar e todos nós sabemos da capacidade que ele tem. Pastor se juntou a nós num acordo com vários anos de duração, de modo que esta confirmação apenas reitera a nossa crença nele. E espero que sejamos capazes de fazer mais anúncios positivos sobre a equipa num futuro próximo", concluiu.
“É ótimo que a equipe possa confirmar minha posição como piloto para 2016. Óbvio, houve muita especulação sobre o meu futuro enquanto eu me mantinha focado no meu trabalho na pista”, começou por afirmar o piloto venezuelano.
“Também é ótimo saber que meu futuro está confirmado. Esta temporada nos apresentou alguns desafios, mas a qualidade da equipa em Enstone é facilmente reconhecida. Eu realmente sinto que faço parte dessa família e desejo melhorar o trabalho nesta temporada para dar melhores resultados em 2016”, acrescentou.
O que tudo isto significa? Bom, é altamente provável que isto poderá dizer que em 2016, a Lotus se chamará Renault. No fim de semana, alguns "insiders" escreveram nos seus sitios que há um principio de acordo entre a Genii Capital e a Renault no sentido de eles controlarem a equipa na próxima temporada. E isso acontece mesmo a tempo, pois há um prazo para cumprir por causa de um processo que está num tribunal de Londres, especialista em falências, do qual tem de ser respeitado. Se nada acontecer até ao dia 28 de setembro - um dia depois do GP do Japão - a equipa de Enstone será obrigada a pedir proteção aos credores.
'Mas poderia pedir o dinheiro venezuelano', alguns me dirão. A resposta é negativa. No contrato que a PDVSA faz com a Lotus, há clausulas que proíbem a equipa de usar os 50 milhões que jorra todos os anos para lá para pagar dividas aos fornecedores. Há um objetivo especifico nesse dinheiro. Ora, se eles concordaram na renovação do contrato e essas clausulas se mantiveram, então é sinal de que eles terão outra fonte de dinheiro que não Maldonado. E isso, no curto prazo, é a 'marca do losango'. Nos próximos dias, teremos noticias dessa confirmação.
E ainda falta mais um pormenor: Romain Grosjean. Na altura do anuncio do contrato, sobre ele, um responsavel da equipa afirmou que esse possivel acordo com a Renault e independente de terem um piloto francês ou não. Isso poderá significar que ele terá a liberdade de ir para outra equipa na próxima temporada, sendo que a Haas F1 é a melhor chance. E isso - o Humberto Corradi coloca essa hipótese em cima da mesa - poderá ser o trampolim para mais altos voos, ou seja, a Ferrari. Com a Haas a ser quase uma "Ferrari B" por causa dos motores, e pelo menos um dos pilotos sera da "cantera", isso poderá significar que o francês, caso faça bons resultados, poderá ter uma chance para ficar com o lugar de Kimi Raikkonen quando este decidir pendurar o capacete.
Não vai ser de imediato, mas isso poderá acontecer.
Não vai ser de imediato, mas isso poderá acontecer.
Em suma, podem ver como um simples anuncio poderá ter causado uma série de decisões em cadeia... os próximos dias poderão confirmar isso. E tem de ser, porque o prazo aperta-se!
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