
Segundo o seu amigo Gerard Crombac, desagradou ao piloto que Alan Mann não tivesse confirmado o convite e decidiu pilotar o Lotus F2 em Hockenheim no mesmo dia. (...)
As 'BOAC 500' estavam emocionantes. Ao meu lado, um colega puxou o telefone directo para a redação do 'Daily Mail' e eu senti um vazio, um longo silêncio entre o ronco dos V8. Perguntei 'o que se passa?', e meio gaguejado, respondeu-me 'Clark acaba de morrer'. De repente, toda a sala parou. Em estado de choque."
Este é o testemunho que Francisco Santos deu no dia em que soube em Inglaterra da morte de Jim Clark, a 7 de Abril de 1968. Se o mundo inteiro ainda estava em choque com o assassinato de Martin Luther King, três dias antes, era agora o pequeno mundo do automobilismo a ter o seu choque. Ninguém esperaria que algo de grave acontecesse a Jim Clark, pois raramente ele tinha acidentes, e era numa altura em que os pilotos corriam 40 corridas por ano, entre várias categorias.

Ele e Graham Hill foram ao circuito alemão para aquilo que julgavam que iria ser uma tarde bem passada. Contudo, na quinta volta...


Colin Chapman ficou devastado com a morte de Clark. Afirmou publicamente que “tinha perdido o seu melhor amigo”, e queria saber a fundo o motivo pelo qual Jim Clark perdera a vida. Para isso, pediu a Peter Jovitt, um perito especializado em acidentes aéreos para determinar as causas do seu despiste fatal. Quase vinte anos depois, em 1986, Jowitt recordou a investigação:
“Encontrei um corte estranho no pneu traseiro direito, e não vi qualquer destroço que o tivesse provocado. Se o pneu tivesse furado, há um efeito que conheço bem: a alta velocidade, em recta, a força centrífuga segura o pneu de tal forma que o piloto nem nota o furo. Em curva, aumentada a carga do pneu, ele torna-se instável e perde a aderência que o piloto dele espera. O conta-rotações mecânico mostra que Jim tinha continuado a acelerar até ao embate , tentando controlar o carro. O pneu traseiro estava descolado do aro e metade de fora. Havia lama em todo o piso do pneu (…) Em pistas actuais, um acidente como este não causaria mais do que uma batida contra os rails e um regresso a pé para as boxes…”
2 comentários:
Jim Clark, um dos melhores pilotos da sua geração, se não de sempre. Apesar de não ter memórias vivas dele, este homem marocu-me, não só por ser um piloto excepcional, mas por ter morrido precisamente no dia 7 do mês de Abril, 21 anos antes de eu ter nascido!
Abraço:
João Anaquim
Foi um dos grandes, simplesmente sensacional. Fizemos um especial dedicado a ele no F1 Girls. Pena não te-lo visto correndo, se máquina do tempo existisse gostaria de voltar à década de 60 e vê-lo disputar as provas da categoria. Excelente post o seu sobre ele.
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