terça-feira, 30 de novembro de 2010

As últimas do WRC

As equipas de rali preparam desde há muito tempo a temporada de 2011, que será a primeira de uma novo tipo de automóveis, com novos modelos e novas categorias, fazendo com que se alargue cada vez mais a quantidade e variedade de modelos nas classificativas um pouco por todo o mundo, ainda mais depois da noticia da aprovação, por parte da FIA, de que as máquinas da categoria de GT possam participar no Mundial.

Mas para começar, falo da Citroen. A equipa francesa, que dominou os campeonatos com Sebastien Löeb e a sua máquina, o Citroen C4 WRC, vai para a temporada 2011 com um nvo modelo, o DS3, e pelo menos quatro carros estarão prontos para o primeiro rali da temporada, na Suécia. Dois oficiais, para Sebastien Löeb e Sebastien Ogier, e outros dois para o seu Junior Team, que em principio serão o norueguês Petter Solberg e o finlandês Kimi Raikonnen, já que Olivier Quesnel não conta de todo com Dani Sordo, que nunca venceu Löeb durante a sua permanência na equipa oficial.

"No próximo ano teremos novamente duas equipas, mas não é possível ainda revelar quem serão os dois pilotos, pois, primeiro tudo terá de ser chancelado oficialmente. Isto significa que Dani Sordo terá que reunir apoios se pretender manter-se com a Citroën e isso não será fácil. O mesmo sucede com Kimi Raikkonen", começou por referir Olivier Quesnel.

"Tivemos muitas solicitações mas preferimos pilotos com 'budget', mas que ao mesmo tempo sejam rápidos. Ficaríamos bem com o Kimi e o Petter, e penso que eles terão prioridade, mas temos de ver o que acontece. Há um ano atrás não tínhamos qualquer cliente, e agora há muitos pretendentes pelo que não estou preocupado. Temos que esperar e ver o que sucede, e apesar de ser complicado, estou seguro que teremos dois carros na segunda equipa", concluiu.

Na Ford, com um modelo estreado no inicio de 2010, as coisas andam mais fáceis. Tão fáceis que Malcom Wilson já diz que alinhará na Suécia, no inicio de Fevereiro, com... dez carros. "Ainda não os temos mas é possível que o consigamos!", revelou Wilson. Para além dos dois oficiais, para Jari-Matti Latvala e Mikko Hirvonen, e um oficioso para Khalid Al-Qassimi, e outros dois para a Stobart, com Matthew Wilson e Henning Solberg, existem mais dois carros para a Monster, guiados por Ken Block e - em principio - o australiano Chris Atkinson. A Munchi's, com Frederico Villagra, vai também usar um Fiesta, existindo ainda mais duas vagas por preencher, e provavelmente os candidatos serão muitos...

Entretanto, na Prodrive, que no ano que vêm estreará o seu modelo Mini Countryman, está quase a garantir o espanhol Dani Sordo, depois de ter contratado o britânico Chris Meeke. O jornal espanhol "AS" já diz que Sordo está na Sardenha a testar o novo modelo e que o contrato está pronto para ser assinado. Apesar de Sordo perferir correr uma temporada completa, ele não conseguiu arranjar as verbas necessáras para arranjar um modelo Citroen DS3 (três milhões de euros) ou um Ford Fiesta 1.6. Turbo (um milhão).

Enquanto isso, nos testes da Sardenha, Chris Meeke afirma-se satisfeito com o carro e deixou a ideia de que os novo carro pode causar algum impacto nas duas equipas já estabelecidas. "Estou muito contente com o motor, e apesar de ainda estar em fase de evolução intermédia, acho que todos se vão surpreender com o que podem oferecer os novos 1.6 Turbo. Em termos de andamento os novos WRC não estarão muito longe dos WRC 2.0. É verdade que perdemos muito com o binário, porque o ano passado poderíamos ter até 5 bar de pressão no turbo e a nova regulamentação limita para 1,5, o que será uma diminuição significativa no binário, mas a verdade é que a potência não será afetada, pelo que no geral não se vai perder mais do que 10-15%.", referiu Meeke.

Para terminar, uma noticia interessante: a FIA decidiu ontem em Paris que os carros de GT poderão participar nos ralis do Mundial a partir de 1 de Janeiro do próximo ano. Para já, foi criado uma grupo de trabalho para regulamentar as normas de homologação deste tipo de veículos para Ralis, e especificações são as seguintes:

- Produção mínima de 300 unidades com homologação baseada na Ficha de Homologação de GT2 e modificações genericamente autorizadas segundo a regulamentação do Grupo N.

- Obrigatoriedade de terem duas rodas motrizes (através de um kit, um 4RM poderá ser modificado em 2RM) e motores normalmente aspirados sem turbo compressor.

- O motor deve ser completamente de série com a possibilidade de adaptação simples do restritor, com a potência máxima de 400 cavalos, restringida por um restritor de 43 mm ou dois de 31 mm.

- A velocidade máxima limitada mecanicamente a 180 km/h.

- A caixa de velocidades deve ter um máximo de 6 velocidades e marcha-atrás, sendo unicamente autorizada a ligação mecânica direta entre a alavanca e a caixa.

- Peso mínimo de 1200 kg com uma relação peso-potência igual ou superior a 3,5 kg/hp. No caso de viaturas de construção mais ligeira, o diâmetro do restritor será reduzido de forma a manter a mesma relação peso potência. O peso máximo será de 1400 kg.

- A suspensão deve conter amortecedores livres e distância ao solo igual ou superior ao modelo homologado.

- Nas rodas e pneus, estes devem ter as mesmas medidas da viatura de estrada e do tipo "Moulés".

- As jantes devem ser as originais ou no mínimo com o mesmo peso das do modelo homologado.

- Os travões serão de série, e obrigatoriamente em aço, sendo autorizada a refrigeração através de um tubo com uma secção igual a um diâmetro de 10 cm em cada travão.

- Na carroçaria exterior aplicam-se as mesmas regras do Grupo N mas com a adaptação de aberturas para acesso à roda sobressalente. No interior, também, mas são interditos os reforços de carroçaria. No arco de segurança aplicam-se as mesmas regras do Grupo N mas com diferente diâmetro.

Caso este regulamento seja aprovado, a partir de Janeiro poderemos ver modelos da Porsche, Aston Martin, Ferrari, Lamborghini e outros nas classificativas um pouco por todo o mundo. Não seria inédito, afinal de contas, em meados dos anos 80, houve modelos como o Ferrari 308 GTB de Grupo 4 e o Porsche 911 a participar (e vencer!) ralis, especialmente em asfalto...

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