segunda-feira, 27 de agosto de 2007

O piloto do dia - Derek Warwick

Durante os anos 80, este homem era a pessoa que era mais capaz de ganhar um título mundial na Formula 1, mais do que o outro candidato, Nigel Mansell. Contudo, as más decisões que tomou fez com que a sua carreira na formula 1 ficasse definitivamente afectada. E hoje ele faz anos: Derek Warwick.


Derek Stanley Arthur Warwick nasceu a 27 de Agosto de 1954 (faz agora 53 anos) em Arlesford, na provincia do Hampshire, no centro de Inglaterra. Cedo se influenciou pelos automóveis, por influência do seu pai, dono de uma empresa de reboques. Mo inicio dos anos 70, começou a correr nos Stock Cars, onde foi campeão nacional e mundial em 1972, na categoria Superstox. Em 1975, mudou-se para a Formula Ford, onde nas duas épocas seguintes ganhou 30 das 60 corridas possíveis, e esteve no pódio mais 18 vezes. Um currículo impressionante...



Em 1977 foi para a Formula 3, com o apoio da empresa familiar do pai e do tio. Com um chassis Chevron, teve bons resultados, mas foi em 1978 que se tornou Campeão Britânico de uma das categorias, competindo contra... Nelson Piquet! No ano seguinte passou para a Formula 2 europeia, com um chassis Ralt, e os resuiltados foram modestos. Em 1980, foi para a Toleman, uma equipa fundada por um dos mais bem sucedidos homens de negócios de Inglaterra: Ted Toleman. Com um chassis desenhado pelo sul-africano Rory Bryne, Warwick torna-se vice-campeão europeu, para 1981, ele decidir acompanhar a equipa na sua aventura na Formula 1.


A sua estreia na Formula 1 foi no Grande Prémio de San Marino, mas não conseguiu qualificar o seu carro para a corrida. Aliás, até á ultima prova, em Las Vegas, Derek Warwick não teve oportunidade de correr. A sua estreia em competição só aconteceria na capital do jogo, onde não chegou ao fim.


Em 1982, continua na Toleman, onde passou a entrar mais vezes nas corridas, mas nunca alcançou os lugares pontuáveis. Contudo, deu à equipa o seu primeiro feito: a volta mais rápida do Grande Prémio da Holanda. Para 1983, as coisas mudam para melhor: em Zandvoort, leva o seu carro para o quarto lugar, alcançando os primeiros pontos e os da equipa. No final da época, fica com nove pontos e classifica-se na 14ª posição.


Isso desperta o interesse de outras equipas. A Renault foi uma delas. Tinha perdido a dupla de pilotos do ano anterior e procurava um piloto rápido. Warwick era o homem, e ele pensava que tinha finalmente uma máquina ganhadora, pois no ano anterior quase tinham ganho o título mundial.



Só que o ano de 1984 coincidiu com a queda da marca do losângulo. Apesar de ter tido boas chances de ganhar, como atestam os seus quatro pódios: dois segundos em Zolder e em Brands Hatch, e dois terceiros em Kyalami e Hockenhiem. No final da época, apesar de não ter ganho, estes pódios deram-lhe 23 pontos e o sétimo lugar no campeonato. Para além disso, teve uma volta mais rápida em Detroit.


No final de 1984, teve uma chance de ouro, que poderia ter mudado o rumo da sua carreira. O acontecimento é contado no Blog Histórias da Formula 1: Frank Williams queria um piloto inglês para substituir Jacques Laffite, e Warwick tinha sido o escolhido. Só que ele não quis, pois não confiava no motor Honda Turbo, que na altura não era eficiente. Então Warwick recusou, e Mansell, que iria ficar apeado da Lotus no final daquela época, foi o escolhido. Ah pois...

Sendo assim, ele ficou na Renault, mas em 1985, a equipa francesa estava cansada e com problemas internos. Ainda por cima era batida pelas marcas clientes (Lotus e Ligier), e por isso decidiu abandonar a competição no final da temporada. Warwick sentiu na pele esse desinvestimento, e falhou o pódio nesse ano, consehguindo apenas cinco pontos e o 14º lugar do campeonato. Nessa mesma altura, Nigel Mansell tinha sido sexto no campeonato, com duas vitórias em Brands Hatch e Kyalami. O Destino quando quer, é cruel...


No final desse ano, Warwick ficava sem lugar, e logo a seguir surgiu uma boa hipótese de continuação: A Lotus procurava um substituto para Elio de Angelis, e Warwick parecia ser o piloto adequado. Peter Warr queria dar uma chance, mas o piloto-estrela, o brasileiro Ayrton Senna, vetou a sua entrada. Sendo assim, ficou de fora no inicio da época de 1986, a foi correr para a Jaguar, em Sport-Protótipos.


Mas em meados de Maio, a morte prematura de Elio de Angelis fez com que a Brabham precisasse de um substituto, e foram buscar o piloto britânico. Contudo, o BT55 Skate era demasiado problemático e ele não conseguiu pontuar.


Em 1987, Warwick embarcou na primeira das três épocas ao serviço da Arrows. Se na primeira época, levou três pontos para casa e o 16º lugar do campeonato, a de 1988 foi melhor: pontuando regularmente com o motor Megatron (que não era mais do que um BMW Turbo com outro nome), conseguiu 17 pontos e o oitavo lugar. O seu ano final, 1989, teve menos oportunidades de pontuar, mas podia ter ganho no Canadá, caso o motor não tivesse falhado a meio da corrida. Mesno assim, conseguiu ficar no Top Ten, com sete pontos.


Em 1990, Warwick mudou-se para uma Lotus já na sua irreversível queda. Com motores Lamborghini V12, o carro podia ser perigoso, como soube pela sua própria pele no circuito de Monza, na primeira volta do Grande Prémio local: safou-se incólume a mais de 220 Km/hora de um acidente à saída da Parabólica. Algumas semanas depois, o seu companheiro Martin Donelly tinha um grave acidente no circuito espanhol de Jerez. No final da época, o britânico consegue três pontos, mas não fica na Formula 1.


Sendo assim, vai para os Sport-Protótipos em 1991, de novo ao serviço da Jaguar. Mas a meio do ano, e abalado por uma terrível noticia: o seu irmão mais novo, Paul Warwick, um jovem promissor, tem um acidente fatal no circuito de Oulton Park, quando liderava uma prova de Formula 3000 britânica. Tinha 22 anos, e no final da época, torna-se campeão da título póstumo.


Apesar da terrível noticia, Derek continuou no activo, tendo sido Campeão do Mundo de Sport-Protótipos em 1992, ao volante de um Peugeot 905, ex-aequo com o francês Yannick Dalmas. Nesse mesmo ano, em companhia de Dalmas e Mark Blundell, ganha as 24 horas de Le Mans.


No ano seguinte, aos 38 anos, volta à Formula 1 para uma última época, ao serviço da Arrows. Consegue quatro pontos, o 16º posto na classificação geral e outro enorme susto, desta vez em Hockenheim...

A sua carreira na Formula 1: 162 Grandes Prémios, em onze temporadas, quatro pódios, duas voltas mais rápidas, 71 pontos.


Após a sua saída da Formula 1, Warwick tentou a sua sorte no BTCC (British Touring Car Championship). Ficou famoso por uma corrida que ganhou em Donnington, em 1998, sob uma enorme carga de água, semelhante a aquilo que Ayrton Senna tinha feito cinco anos antes... fundou a 888 Racing, largando a competição no final daquele ano.


Contudo, em 2005, voltou á competição, na GP Masters, a Formula que junta os pilotos do passado com mais de 45 anos, cujo maior impulsionador é Nigel Mansell. Nas duas corridas feitas até agora, Warwick foi quinto em ambas.

2 comentários:

SAVIOMACHADO disse...

Muito bom. Parabéns pelo seu trabalho que enriquece nossa cultura automobilística. Um grande abraço!

Anónimo disse...

Este blog anda rápido demais!
Um bom 'post' como esse e nem dá tempode comentar.
Comentar que Warwick foi um fiasco, apesar de ser tão bom.
Comentar sobre a qualidade dos pilotos coadjuvantes, nos anos 80 e 90, na F1.
Comentar sobre como uma má escolha de equipe pode acabar com a carreira de um piloto.