domingo, 26 de setembro de 2021

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Uma coisa interessantíssima que li hoje e que acho valer a pena a reflexão:

Alguém comparou a temporada de 2021 de Lewis Hamilton com a temporada de 2018 de Sebastian Vettel. Como sabem, o alemão tinha a liderança até ele se despistar no GP da Alemanha, e mais tarde, aquele toque com Kimi Raikkonen e Max Verstappen na partida do GP de Singapura e praticamente a enterrar a sua candidatura ao título. E nem falo dos despistes em diversas corridas 

Agora, em 2021, Lewis sente a pressão de Max, houve o que aconteceu em Monza, só venceu cinco corridas, contra os sete do neerlandês, e o campeonato está mais equilibrado que se julgava. Mas Hamilton está na frente do campeonato, a sete corridas do fim, com dois pontos de avanço sobre o piloto da Red Bull.

Mas isto acontece porquê? Mentalidade, do género "don't crack under pressure", como certa marca de relógios gosta de afirmar? Experiência contra a juventude? Superioridade do Flecha de Prata contra o Touro Voador, mesmo com os carros a não serem mexidos em 2021? A pandemia, que atingiu Hamilton e, segundo ele, ainda não recuperou por completo?

Há quem fale de "agenda-setting", uma coisa que se aprende nas aulas de jornalismo, no meu caso, há uns bons vinte anos. Existem pessoas que acreditam que Hamilton não foi abaixo porque grande parte da imprensa o apoiou, principalmente os media ingleses. É certo que boa parte dos meios de comunicação social estão baseados das ilhas britânicas, que as equipas estão também por lá, que os comentadores se excitam com as vitórias de "Sir" Lewis, mas fazer da Formula 1 uma coutada britânica é um pouco exagerado. É verdade que se ouvirmos as transmissões televisivas pela Sky Sports e ouvir o David Croft a gritar a plenos pulmões quando o Hamilton é o vencedor, ou o George Russell e o Lando Norris conseguem bons resultados, mas o mítico Murray Walker fazia a mesma coisa no seu tempo, e no Brasil, o Galvão Bueno era o que era, na era da Globo. 

Contudo, é um principio interessante. As corridas de automóveis, como qualquer outra manifestação desportiva, vive da emoção. Se alguém gostaria que o Max tivesse o mesmo tratamento, então vira o canal e á ouvir a TV local a louvar o seu piloto. É assim em todo o lado. Mas isso a toda uma corrente para que o piloto X tem de ganhar e gritar "quebra, quebra!" ao seu adversário... acho que raia o exagero. Verdade que os incidentes desta temporada tenderam a exacerbar tudo, mas ainda falta um bocado para saber se foi isso que decidiu o que quer que seja. 

Respondendo à pergunta que se faz, a minha conclusão pessoal é esta: É uma teoria com falhas. Vettel não aguentou a pressão, especialmente numa equipa como a Ferrari, que destrói carreiras. E Max é muito melhor porque tem uma equipa atrás de si, disposta a dar tudo para ser campeão, porque não o é há muito tempo. A Mercedes acomodou-se e sente-se acossada. E pior: Hamilton tem 36 anos, acusa a idade, contra os 24 de Max Verstappen. Até quando ele vai resistir a uma nova geração que mostra agora as suas garras?

Para terem uma ideia, sabem qual foi o ano em que Schumacher completou o seu 36º aniversário? 2005, a temporada do primeiro título mundial de Fernando Alonso. Que naquele ano... tinha 24 anos.  

Agora, que este é um campeonato que será decidido na última corrida, isso é mais do que um facto. A parte chata é que será aquela pista aborrecida de morte. É como alguém comprar o melhor circo do mundo e montar no seu quintal.    

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