

A Renault, grande perdedora em 1983, decidira mudar a sua dupla de pilotos para 84. Patrick Tambay já tinha sido contratado antes, vindo da Ferrari, e Derek Warwick viera depois, para substituir Prost. A marca estreava o chassis RE50, esperando continuar com a senda vitoriosa da equipa que tinha trazido a tecnologia Turbo á Formula 1. Na Ferrari, era construído a versão C do chassis 126, e Michele Alboreto vinha da Tyrrell para tentar ser campeão do mundo num carro italiano, algo que não acontecia desde os tempos de Alberto Ascari. Mas o primeiro objectivo era o de bater um record que persistia desde Ludovico Scarfiotti, em 1966: o de um italiano a ganhar num carro da Scuderia. A seu lado ficava René Arnoux.
Na Lótus, Elio de Angelis e Nigel Mansell depositavam esperanças no chassis 95T, que combinados com o motor Turbo da Renault, os voltaria a colocar nos lugares da frente, algo que tinham mostrado nas últimas corridas do ano anterior. Ainda a lamber as feridas da perda de Colin Chapman, pouco mais de um ano antes, e precisavam de mostrar ao mundo que a equipa continuava sem ele, e conseguir ser competitivos.
Na Brabham, Nelson Piquet, o campeão do Mundo, estreava o BT53, que não era mais do que uma evolução do chassis anterior, que tinha dado o título de pilotos. Para segundo piloto, tinha um italiano que fizera estragos no ano anterior em paragens anericanas: Teo Fabi. Contudo, Fabi ainda tinha um contrato com a sua equipa na Indy, e este ano iria correr em dois campeonatos: fazia a Formula 1 em “part-time”, e nas datas onde haveria coinciência, o seu substituto seria… o seu irmão Corrado Fabi. No Brasil, era Teo que conduziria o carro numero 2.
A Alfa Romeo tinha dois pilotos novos: Riccardo Patrese e o americano Eddie Cheever. Tinham conseguido o patrocínio da Benetton, e esperavam que o novo carro os pudesse colocar na rota do sucesso, algo que andava longe desde que tinham voltado à Formula 1 com equipa própria. A mesma coisa passava-se com a Ligier, que tinha também motores Renault Turbo (ou não fosse uma equipa francesa…) e a dupla de pilotos Andrea de Cesaris e o estreante francês Francois Hesnault. Este era um dos cinco pilotos que se estreavam na Formula 1. Dos outros quatro, três ficariam na história do automobilismo por várias razões:



Nos treinos, Elio de Angelis mostrava ao mundo que a Lótus estava viva, ao obter a “polé-position”, a sua primeira da carreira. Ao seu lado partia o Ferrari de Michele Alboreto. Na segunda fila ficavam o Renault de Derek Warwick e o McLaren-TAG Porsche de Alain Prost. Na terceira fila estavam o segundo Lótus-Renault de Nigel Mansell e o segundo McLaren de Niki Lauda. Só na sétima posição da grelha é que se encontrava o Brabham BMW do Campeão do Mundo, Nelson Piquet, que tinha a seu lado o segundo Renault, de Patrick Tambay. Na quinta fila, estavam o Williams-Honda de Keke Rosberg e o segundo Ferrari de René Arnoux.
Quanto aos estreantes, Ayrton Senna era o melhor, na 16ª posição na grelha, Mertin Brundle era 18º, e o melhor dos Cosworth, Francois Hesnault era 19º, Stefan Bellof era 22º e Phillipe Alliot partia da 25ª posição. Na grelha, alinhavam 27 carros.
Na partida, De Angelis e Prost partem mal, enquanto que Alboreto aproveita para assaltar a liderança, logo seguido por Warwick, Mansell e Lauda. Piquet ficava parado na grelha, mas arrancou pouco depois. Nas voltas seguintes, Lauda atacou o terceiro lugar de Mansell e conseguiu ultrapassá-lo, para a seguir chegar-se perto de Warwick. A seguir, o veterano austríaco passou o piloto da Renault, não sem antes terem um pequeno contacto entre os dois, que teria consequências mais tarde para Warwick…

As coisas correram bem até à altura em que se devia trocar de pneus. Lauda foi às boxes, colocou pneus novos… e ficou por lá. Um problema eléctrico fez parar o piloto austríaco, e Prost, que vinha a seguir, perdeu muito tempo nas boxes devido à confusão reinante. Isso foi aproveitado por Warwick para ficar de novo na liderança, e tinha uma vantagem tranquila sobre o piloto francês. Entretanto, boa parte dos rivais já tinha desistido: Mansell despistara-se, o motor Ferrari de René Arnoux explodira e Piquet despistara-se.
Até à volta 51, Derek Warwick estava tranquilo na liderança da corrida. Até que de repente… a suspensão quebra-se e perde o controlo do carro. Aquele braço da suspensão tinha ficado danificado no toque com Lauda, e com o tempo, cedeu. Assim, Prost voltava à liderança, com Tambay na segunda posição. Mas o francês tinha problemas de combustível, e teve de abrandar o ritmo, para ser ultrapassado por Keke Rosberg. A duas voltas do fim, Tambay para, por falta de combustível. Ainda assim, ficava em sexto lugar.

Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/1984_Brazilian_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr389.html
3 comentários:
Pois é... essa corrida veio de aviso que os anos azarados q o Prost passou na Renault tinham terminado...
TURBO LIVES!!!!
abs!!
Estas fotos do Prost, do Senna e do Bellof tão com uma qualidade espectacular, onde é que vais buscar isto?
Speed:
Tens razão. E esta corrida foi mais uma que deu para consolidar o francês como "Le Roi du Rio"...
Noikee:
São as fotos do Bernard e do Paul-Henri Cahier, pai e filho, fotógrafos que estão na Formula 1 desde praticamente o seu começo. O pai morreu no ano passado, mas o filho continua activo na profissão.
www.f1-photo.com
Enviar um comentário