quinta-feira, 31 de maio de 2018

Noticias: Vijay Mallya sai do cargo de diretor da Force India

O último dia do mês foi aproveitado para a Force India anunciar que Vijay Mallya não é mais o seu diretor. Oficialmente, será o seu filho, Siddarth Mallya, que o vai substituir, mas desde há meses que se fala da compra da equipa por parte da firma de bebidas energéticas Rich Energy, falando-se até de um preço a rondar os 200 milhões de libras. Mas enquanto tal não acontece - e há quem diga que nunca vai acontecer - Mallya, que está a contas com a justiça na India, decidiu sair de cena.

"Eu continuo como diretor de equipa", começou por dizer Mallya à Autosport britânica.

"Não houve obrigação [vinda de] nenhum lado para se demitir, é só que decidi que meu filho deveria me substituir. Eu tenho minhas próprias questões legais para cuidar, então é melhor que a empresa não seja afetada", continuou.

Quanto às possibilidades de venda, Mallya não as leva muito a sério.

"Os rumores valem o que valem, e as pessoas falam, conversam e conversam. É disso que se trata o paddock da Formula 1. As finanças da Force India, quer esteja vendendo ou não, tem sido uma questão de especulação [desde há] muitos anos [a esta parte]", afirmou.

"Não andamos por aí com um sinal de 'vende-se'. O importante é que estamos nos concentrando em obter o melhor desempenho do carro, e essa é a nossa prioridade. Estamos nos concentrando em conseguir mais patrocinadores. Não sou o único [acionista], existem mais dois, recordo-lhe. Se alguém fizer uma oferta séria e colocar dinheiro na mesa, nós a consideraremos em conjunto", concluiu.

Siddath, de 31 anos, é mais conhecido na Índia pelo seu perfil de ator e personalidade mediática, mas também está no negócio da família, especialmente na parte do cricket, onde é um dos diretores da equipa Royal Challengers de Bangalore.

Quanto a Mallya, em tempos um dos homens mais ricos do país, comprou a Force India em 2008 à Spyker, e desde então tem cuidado da equipa, enquanto se metia noutros negócios como a Kingfisher Air, uma companhia aérea de "low cost" que faliu em 2014, e que é a origem dos seus problemas com a justiça local. Outro dos seus sócios, Subrata Roy Sahara, está preso desde então, mas por causa de um problema fiscal com o governo indiano. Nada disso afetou a performance da equipa, que nas últimas duas temporadas foi quarta classificada no Mundial de Construtores.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

A imagem do dia

Há 25 anos, Emerson Fittipaldi venceu pela segunda vez as 500 Milhas de Indianápolis. Aos 46 anos, o piloto brasileiro mostrava que continuava em forma, mas mais do que vencer de novo no Brickyard, foi o que fez... no Victory Lane. O que segura nas mãos é o quebrar de uma tradição, ao comemorar com sumo de laranja, em vez do leite habitual.

A tradição do leite no Victory Lane data dos anos 30, e é para apoiar os produtores da zona. É uma tradição tão respeitada que antes da prova, eles perguntam aos pilotos que tipo de leite eles querem, pois há os intolerantes à lactose.  

Emerson assumiu a liderança a 16 voltas do fim, depois de passar Arie Luyendyk e Nigel Mansell - que quase comprometia a sua estreia quando roçou no muro na Curva 2, causando uma situação de bandeiras amarelas. A partir dali, o holandês foi atrás dele, mas era tarde para o apanhar. Mansell ficou no lugar mais baixo do pódio, mas em termos de campeonato, o piloto da Newman-Haas até se deu bem no caminho do campeonato que iria ganhar mais tarde nesse ano.

No final, Emerson deu ao Brasil a sua segunda vitória no "Brickyard", mas o que fez o deixou na infâmia, para muita gente, ainda por cima num estado conservador e apegado às tradições que é o Indiana. No Victory Lane, pediu o frasco de sumo de laranja - era produtor e decidiu bebê-lo à frente de toda a gente. 

Não gostaram da tradição quebrada. A imprensa não gostou, os fãs não gostaram, e em Milwaukee, que era a prova a seguir, foi vaiado nas bancadas. E hoje em dia, apesar de ser menos, e de haver um grande respeito por ele e pelo que fez, este dia e este momento não foi mais esquecido. 

Um exemplo contado pelo Rodrigo Mattar, no seu sitio A Mil Por Hora: em 2008, ele voltou para pilotar o Pace Car nas 500 Milhas desse ano. No Driver Meeting, houve mais vaias, apesar de já ter passado muito tempo. As pessoas não perdoam os que quebram a tradição.

Sobre John Andretti

Soube da noticia ontem à noite e não posso deixar de ficar triste e chocado com a sua condição. Sabia do seu cancro no colon, diagnosticado há um ano, mas esperava que os tratamentos pudessem melhorar a sua condição. Contudo, soube-se agora que este se espalhou noutras partes do corpo e consideram-se várias alternativas. 

É um pouco triste quando se ouve a noticia da piora da sua condição, ou se considera o seu final. Passam-se muitos pensamentos neste momento, é certo - tenho a certeza que já passou tudo pela sua cabeça - mas enquanto existir vida, há esperança. Mas pelos vistos, já estamos mais no campo do milagre do que no da ciência.

E ainda por cima, pensa-se no que estará a passar na cabeça do seu pai, Aldo, e no seu tio, Mário.

John Andretti tem 55 anos, é filho de Aldo Andretti e sobrinho de Mário Andretti. É primo de Michael Andretti e Jeff Andretti. Como todos eles, teve uma carreira variada. Andou na CART e na IRL, fez Endurance, na IMSA e correu na NASCAR. Correu em Indianápolis, onde foi quinto em 1991, andou em Daytona, onde venceu em 1989, ao lado de Derek Bell e Bob Wollek, e andou no Daytona 500, onde o seu melhor foi um 13º posto, em 2004.

Para além disso, já venceu na CART, em 1991, no circuito australiano de Surfers Paradise, e em Milwaukee, nesse mesmo ano, foi segundo num resultado único: nessa corrida, o seu primo venceu e o seu tio foi terceiro! Aliás, essa temporada foi única porque teve quatro Andrettis a correrem, e Jeff foi o "rookie do ano". E já agora, foi a única que fez a tempo inteiro.

Andretti correu pela última vez em 2011, para participar na edição centenária das 500 Milhas de Indianápolis, acabando na 22ª posição, num dos carros da Andretti Autosport.

WRC: Citroen considera Ogier

Quase 24 horas depois de ter falado sobre o despedimento de Kris Meeke e o futuro da Citroen, soube esta tarde, através do site Motorsport News, que a marca do "Double Chevron" decidiu encetar conversas com Sebastien Ogier no sentido do seu regresso. Ele, que correu entre 2008 e 2011, na sombra de Sebastien Loeb.

A ideia é contar com os seus serviços a partir de 2019, tirando-o da Ford. Pierre Budar, o chefe de equipa da marca, disse estar interessado nos seus serviços... hipotéticamente. 

Podem imaginar a nossa situação, vamos considerar todas as oportunidades para ter um novo piloto. Se me disser que o Ogier está no mercado e Ogier pode se interessar pela Citroën, então, é claro, que estaria interessado em ter o Ogier. Isso é uma certeza. Mas temos que considerar todas as possibilidades. Temos que definir a nossa equipa de pilotos para o próximo ano”, afirmou.

Contudo, não é só Ogier que a Citroen está a pensar. Budar poderá estar a querer a seduzir Sebastien Loeb para que deixe o WRX, o Mundial de Rallycross, onde representa a Citroen, para uma temporada a andar com o Citroen C3, para ajudar a desenvolver a máquina, ao lado de Craig Breen e Mads Ostberg. Mas Loeb diz que pretende correr no WRX em 2019.  "Estamos falando sobre isso e esta é a prioridade", afirmou.

Uma coisa é certa, a Citroen teve de mudar a sua estratégia inicial e estará a considerar todas as alternativas, ao mesmo tempo que Meeke, recém-despedido, poderá estar a ser considerado pela Hyundai. 

Alain Penasse, Team Manager da Hyundai disse à Autosport britânica que “não há dúvidas que Kris Meeke é um piloto que pode vencer provas do WRC, mas é inconstante, tal como o Jari-Matti Latvala. Consideramos todos, especialmente os que estão livres no mercado. Mas é cedo, mas vamos ver o que acontece”, comentou.

A ideia é ver se poderá substituir ou Dani Sordo ou Hayden Paddon, que estão na corda bamba na marca coreana.

terça-feira, 29 de maio de 2018

DTM: Zanardi vai correr em Misano

Eis uma noticia interessante: Alex Zanardi vai correr na rodada dupla de Misano a bordo de BMW Série 4 DTM, num "one-off" providenciado pela marca. O piloto de 51 anos, que perdeu ambas as pernas num acidente na CART em 2001, na Alemanha, irá fazer um regresso num carro adaptado para ele. Para ele, será a sua primeira corrida desde 2016, quando participou em duas corridas do italiano de GT... e venceu.

Sinto-me como uma criança numa loja de doces e estou muito ansioso para andar com o BMW do DTM em Misano”, começou por dizer. “Como fã de automobilismo, já estava planeando viajar até Misano para acompanhar a primeira corrida noturna da história do DTM. Estar no cockpit agora e disputar eu mesmo a corrida noturna é fantástico”, seguiu.

Para Gerhard Berger, ex-piloto e agora promotor do DTM, ter alguém como Zanardi é uma grande honra: 

Estamos muito honrados por ter a hipótese de receber um convidado tão famoso no DTM. Alex Zanardi é extremamente popular, e não somente na Itália. A performance extraordinariamente impressionante dele como atleta, o otimismo insuperável e humanidade se destacam além do desporto e inspiram milhões um pouco por todo o mundo”, afirmou.

De facto, a DTM vai fazer a sua primeira corrida notirna da sua história no fim de semana de 25 e 26 de agosto no circuito italiano, sendo a sétima prova do campeonato.


O video do dia


O Rali de Portugal foi há duas semanas, e Kris Meeke foi despedido há quase uma. A Citroen disse na altura, para justificar a sua dispensa, que o fez devido a "acidentes em excesso", e que tinha colocado-se demasiadamente em risco. A marca do "double chevron" poderá ter as suas razões, e Meeke de uma certa forma é um herdeiro de Colin McRae com a sua atitude "win or wall", mas creio que a marca francesa cometeu um erro ao despedi-lo porque ele era o melhor classificado nesta altura do campeonato, mais regular do que noutras temporadas.

Creio que o despedimento de Meeke esconde a incompetência - ou a atitude de "galinha sem cabeça" - que a Citroen tem atravessado neste momento. Das quatro marcas que estão no WRC, é a que está em pior posição e tem o maior "lineup" do campeonato. Já trouxeram nesta temporada Sebastien Loeb, Mads Ostberg, Craig Breen, Meeke e Stephane Lefebvre anda a espreitar, com um R5, e não falamos do "turista" Khalid Al Qassimi. São muitos pilotos para poucos carros, o que dá a ideia de... rebaldaria numa marca que em tempos, dominou o WRC, com Loeb como piloto.

De uma certa forma, nenhum dos dois é inocente neste caso. Meeke já deveria ter juízo - tem 38 anos e muita experiência no WRC - e ele não tem o carisma de Colin McRae. E a Citroen não pode recorrer sempre a Loeb para pedir que desenvolva o C3 e esteja a par da concorrência, que trabalha para ser a melhor. Num campeonato equilibrado como este, alguém terá de ficar de fora, mas a Citroen, que agora é dirigida por Pierre Budar, precisa de melhorar, sob pena de colocar tudo em dúvida. E o grupo PSA quer saber se andar no WRC ainda vale a pena. Mas sobretudo, se arranja um piloto tão bom que dispense Loeb ou outro campeão.

Contaram-me que a marca decidiu seguir no Twitter o Hayden Paddon, que tem um contrato em dúvida na Hyundai. Não é mau de todo, mas deveriam mas é postar no Thierry Neuville...  

ERC: Magalhães prepara-se para o Rali Acrópole

Com o Rali Acropole à porta, Bruno Magalhães confirmou a sua inscrição e manifestou vontade de alcançar um bom resultado com o seu Skoda Fabia R5. O piloto afirmou isso a poucos dias do seu inicio, e depois de uma sessão de testes nas estradas gregas.

Correu tudo bem. Fizemos o trabalho definido e penso que temos uma boa base para dar início à prova. É uma prova muito específica mas sobretudo dura e exigente. Vamos ter muito trabalho pela frente se queremos ser bem sucedidos. Não estamos à espera de facilidades por parte dos nossos adversários mas também não vamos baixar os braços", começou por referir o piloto de Lisboa.

Magalhães afirmou que neste rali, esperam repetir o segundo lugar alcançado em 2017.  “O pódio é a meta. Temos de conseguir bons pontos para as contas do Campeonato se queremos dar continuidade ao nosso projecto desportivo. Reduzir a diferença para o primeiro classificado seria o ideal, mas se não conseguirmos, amealhar pontos já será óptimo. Os nossos patrocinadores têm acreditado em nós e queremos recompensa-los por mais esta oportunidade”, concluiu.

O rali da Acropole terá doze especiais realizadas entre quinta-feira e sábado.


Youtube Formula One: As comunicações do GP do Mónaco


E depois dos "highlights", vamos às comunicações via rádio do GP monegasco.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

A imagem do dia (II)

Nos anos 80, quem via o automobilismo, ela era tão rica como agora. Não só havia Formula 1 como também existia Endurance e Ralis, e nas provas de longa distância, havia provas de mil quilómetros, onde algumas marcas colocavam os seus carros para mostrar que eram bons nisto. A Porsche era uma delas, e nesse já distante ano de 1983, estavam a desenvolver o modelo 956, numa altura em que os regulamentos do Grupo C começavam a ser implementados.

A marca alemã praticamente não tinha rival à altura, e a equipa oficial era uma mistura de consagrados e jovens com "sangue na guelra". Havia Jacky Ickx, Hans-Joachim Stuck, Derek Bell... e Stefan Bellof. E os 1000 Km de Nurburgring eram no mítico Nordschleife.

Bellof, com 25 anos na altura, era piloto da Maurer na Formula 2 e as equipas de Formula 1 estavam de olho nele. A Porsche pegou-o para a sua equipa oficial de Endurance, e já tinha mostrado algum do seu talento em provas anteriores. Mas naquela tarde de 28 de maio de 1983, o mundo conheceu verdadeiramente Bellof. Ao volante de um 956, atirou a cautela para o vento e tentou a sua sorte. O resultado final foi de seis minutos, 11 segundos e 13 décimos. Um recorde que nunca mais foi batido.

Foi - e ainda é - em recorde espantoso. E ainda teve tempo para fazer um recorde de corrida, na casa dos seis minutos e 25 segundos, antes de bater com força, de errar onde não se pode errar no Inferno Verde. Mas saiu do carro sem qualquer arranhão. Dois anos depois e quatro meses depois, a 1 de setembro de 1985, em Spa-Francochamps, não iria ter a mesma sorte.

Mas foi durante essa janela de tempo que se apresentou ao mundo. Na Formula 1, pela Tyrrell, na Porsche, pela Endurance, onde foi campeão do mundo em 1984, e as suas performances deixaram todos a pensar no que poderia ter sido, se o destino lhe tivesse dado mais tempo.

Fala-se que a marca alemã vai tentar este ano baixar o recorde, a bordo de um 919 modificado. Dava jeito o recorde ficar mais um tempo nos registos.

Noticias: Raikkonen desmente regresso ao WRC... por agora

O final de semana do GP monegasco foi cheio de rumores, e no sábado, apareceu um vindo de um jornal finlandês onde Kimi Raikkonen poderia estar a negociar o regresso ao WRC, através da Toyota. E a sustentar esse rumor, a presença de Tommi Makinen, o diretor da Toyota Gazoo Team, no iate de Kimi no Pruncipado.

No final da corrida, Raikkonen disse que esses rumores não tinham fundamento. Questionado pelo site racefans.com, após o GP do Mónaco, o piloto de 38 anos desmentiu  terminantemente essa possibilidade: "Se falar com a senhora que escreveu o artigo, provavelmente descobrirá que ela não tem muito conhecimento sobre corridas ou qualquer outra coisa", disse Raikkonen. "São rumores e [suas] ideias", começou por dizer.

Mas ele não fecha a porta a um regresso: "Com certeza que estou interessado nos ralis quando parar, isso não é um segredo. Mas eu não tenho contrato para fazer isso, de qualquer forma. As pessoas continuam escrevendo coisas, mas não é realmente o meu problema", prosseguiu.

“[Mas] a parte engraçada é aquele em que diz - eu vi, alguém me contou sobre isso - que Mika Hakkinen confirmou isso. Honestamente, a senhora que escreveu, e ele, mas o que eles sabem sobre a minha vida? Zero". 

Outra pessoa que se pronunciou sobre este rumou foi Kaj Lindstrom. Navegador de Kimi Raikkonen em 2010 e 2011, e agora diretor desportivo da Toyota no WRC, ele afirmou ao site motorsport.com que nunca ouviu qualquer noticia nesse sentido. 

"Esta é a primeira vez que ouço sobre isso. Claramente, se algo assim acontecer, eu teria sido o primeiro a ouvir isso do Tommi ou dele [Raikkonen]. Para mim, isso é pura especulação", comentou. 

A imagem do dia

Domingo foi um grande dia para a Austrália. À tarde, Daniel Ricciardo tornou-se no terceiro piloto a vencer no Mónaco, depois de Jack Brabham e Mark Webber, e agora, pelo final do dia, meio da tarde dos Estados Unidos, Will Power tornou-se no primeiro australiano a vencer no "Brickyard", depois de onze tentativas.

Para Will Power, de 37 anos, é o culminar de decada e meia no automobilismo americano. Começou na ChampCar, o resquício da CART, onde venceu duas corridas, para depois passar à IndyCar, com a KV Racing. No ano seguinte, foi para a Penske, onde está até aos dias de hoje. Ali, tornou-se num dos pilotos mais estáveis da competição, acabando por vencer por 22 vezes, três dos quais no circuito de Indianápolis (no circuito que foi construído para a Formula 1) , em 2015, 2017 e 2018. 

Power, para além disso, foi campeão em 2014 e vice por quatro vezes (2010-12 e 2016), mostrando consistência em todo o caso. Mas ele também tem "buracos" na sua carreira, um dos quais preencheu hoje. E um deles é que ele nunca foi um piloto de ovais. Dessas 22 vitórias, cinco foram ali: duas no Texas, duas em Pocono e uma em Milwaukee. E ele admitia que correr no Brickyard era intimidante, apesar de um segundo lugar na edição de 2015.

O final, o rapaz de Toowoomba conseguiu, de uma certa forma, um lugar no Olimpo de uma nação que também é automobilística. O país que tem Bathurst e Surfers Paradise, e onde a Formula 1 sempre gosta de começar a sua temporada, no Albert Park, em Melbourbe, que deu ao mundo pilotos desde "Black Jack" a Mark Webber, passando por outras lendas como Peter Brock, Alan Jones, Larry Perkins ou Mark Winterbottom, entre outros. E uma categoria única no mundo, os Supercars, com as suas batalhas entre a Ford e a Holden.

No fundo, foi uma vitória popular, mesmo quando uma corrida como estas é mais resultado de sorte, por muita estratégia que se tenha.

Youtube Formula 1 Highlights: Os melhores momentos do GP do Mónaco


Foi um domingo movimentado, com o GP do Mónaco antes das 500 Milhas de Indianápolis. Não foi uma corrida movimentada - não se espera muita coisa de um circuito citadino - mas teve os seus momentos interessantes. 

Eis um video com alguns desses momentos, e uma vitória popular entre os fãs. 

domingo, 27 de maio de 2018

A imagem do dia

Danica Patrick bate forte no muro e acabar prematuramente a sua corrida nas 500 Milhas de Indianápolis. Aos 36 anos de idade, a piloto americana decidiu pendurar o capacete depois de década e meia de carreira. A batida foi um final injusto por tudo que fez e o que representou para as mulheres no automobilismo.

Patrick regressou ao sitio onde sempre quis correr desde pequena depois de seis anos a andar pela NASCAR, sem grandes resultados. Deu nas vistas em 2005, quando acabou a prova na quarta posição (depois foi terceira em 2010) e mostrou que não era uma mulher piloto qualquer. Tinha capacidade de andar nas ovais - mas não nas pistas citadinas - e em Motegi 2008 conseguiu a sua única vitória na IndyCar, graças a uma estratégia onde parou o mais cedo possível no seu último reabastecimento.

Ter uma mulher no automobilismo, e a andar nas posições da frente foi o suficiente para chamar a atenção. Não se precisa ter "cojones" para ser um piloto corajoso. Aliás, a coragem não é uma coisa machista ou feminista, serve para quem a tem. E a publicidade adorava isso: nunca teve problemas nesse campo, e foi sempre muito popular entre os fãs.

Este foi um final melancólico para ela, depois de um regresso muito saudado. Da minha parte, deveria voltar em 2019 para tentar de novo e ter um final digno, daquelas onde ela vê a bandeira de xadrez.

Formula 1 2018 - Ronda 6, Mónaco (Corrida)

No sábado, quando Daniel Ricciardo falava com David Coulthard após a sua pole-position, o australiano da Red Bull afirmou que "cinquenta por cento do trabalho está feito, vamos resolver esta m**** amanhã". Na corrida numero 250 da história dos energéticos, o grande desafio do piloto de 28 anos era de resolver um problema que tinha acontecido em 2016, quando uma má paragem nas boxes impediu o piloto australiano de vencer nas ruas do Principado. Essa vitória caiu nas mãos de Lewis Hamilton, e essa foi a sua primeira chance do ano. Acabaria por vencer em Sepang... às custas do piloto inglês, cujo motor explodiu e de uma certa forma, deu o título a Nico Rosberg.

Este ano, Ricciardo pode não estar a ter um excelente ano - ganhou em Xangai, é verdade, mas tem duas desistências - mas ganhar no Mónaco, mais do que dar prestigio num numero redondo para a equipa de Milton Keynes, seria resolver o tal problema de 2016, ainda por cima numa pista onde os Red Bull foram sempre os melhores.

O dia amanheceu nublado e tinha chovido pouco tempo antes. Contudo, a pista estava suficientemente seca para que os pilotos não trocassem os seus pneus antes da prova. Com excepção de Serguei Sirotkin, que andou a mexer nos pneus até ao limite... e passando ele. 

A partida foi calma, com Ricciardo a conseguir aguentar o ataque de Vettel e Hamilton, enquanto atrás, Brendon Hartley tocou na asa dianteira e Max Verstappen já tinha passado dois carros. A ordem das coisas na volta um era: Ricciardo, Vettel, Hamilton, Raikkonen e Bottas. Ocon era sexto, seguido por Alonso, que na volta quatro, tinha já perdido três segundos para o francês da Force India.

E a partir daqui, todos andavam uns atrás dos outros, mas não conseguiam passar. Tirando Verstappen, que recuperava posições, e a penalização de Serguei Sirotkin, que trocou de pneus fora do tempo permitido - e por causa disso, foi penalizado em dez segundos - todos esperavam pela degradação dos pneus hipermacios para ver mudanças na frente. Mas na volta 10, quem ia para as boxes com um furo era Lance Stroll, que tinha sofrido um toque.

Hamilton foi o primeiro a parar na volta 12, colocando ultamacios e caindo para o sexto posto. Vettel parou quatro voltas depois, para sair em terceiro, na frente dos Mercedes. Ricciardo entrou na volta seguinte, reagindo à Ferrari, pois Raikkonen e Bottas também tinha entrado na mesma volta. Tudo correu bem e ele manteve a liderança. A diferença entre toda esta gente era que o finlandês da Mercedes tinha supermacios, o resto calçava ultramacios. Alonso também parou na volta 19, e caia para 11º, na frente de Vandoorne... e Verstappen.

Quando os Force India pararam nas boxes, Vettel começava a aproximar-se de Ricciardo, chegando a 2,2 segundos na volta 23, enquanto atrás, Hamilton era assediado por Raikkonen. As coisas estavam tudo normais, até que na volta 29, Ricciardo começou a queixar-se de problemas na potência. Não o suficiente para parar - 30 km/hora mais lento - mas para ameaçar a sua liderança, porque Vettel, agora, estava em cima dele. Contudo, Ricciardo aguentava-se e Vettel, com problemas nos pneus, afastava-se um pouco.

Com o passar das voltas, Hamilton também se aproximava dos dois primeiros, mas tinha outro problema: parecia que os seus pneus se degradavam anormalmente. Logo, os três ficavam próximos um do outro, mas não iam para mais. Na volta 48, Verstappen parou para trocar de pneus, quando era nono classificado. E mais interessante: nesta altura, não tinha havido qualquer desistência, os vinte carros estavam em pista!

Ora... o sonho acabou na volta 53, quando a caixa de velocidades de Fernando Alonso quebrou. Contudo, não causou mais do que o abanar sas bandeiras amarelas e pouco mais. Atrás, a ação acontecia entre Esteban Ocon e Pierre Gasly, que lutavam pela sexta posição, com Hulkenberg a aproximar-se, enquanto Max Verstappen passava Carlos Sainz Jr para ser nono.

Na parte final da corrida, Vettel passou ao ataque para a liderança, com Ricciardo a tentar aguentar as investidas do alemão da Scuderia. Mas foi na volta 72 que aconteceu o incidente da corrida, quando os travões de Charles Leclerc cederam e acabou na traseira de Brendon Hartley. Resultado final: Safety Car... virtual (VSC).

O VSC durou duas voltas e quando voltou, entre eles tinha... Stoffel Vandoorne, que iria atrasar um pouco Vettel. E ele atrasou-se um pouco mais porque os seus pneus não aqueceram tempo suficiente. Isso foi mais do que suficiente para o australiano ir para a frente e tranquilizar-se rumo à vitória, o que conseguiu. Conseguiu a sua metade, dois anos depois do seu erro não propositado.

Vettel e Hamilton iam para o pódio com o australiano, e entre os pontuáveis, Pierre Gasly foi o sétimo, voltando a pontuar, embora atrás de Esteban Ocon, sexto no seu Force India. No final, foi uma vitória mais do que popular, foi popularissima, pois não só se corrigiu uma injustiça, como todos ficaram felizes com o feito. E agora, três pilotos têm duas vitórias cada um. Este campeonato promete ser equilibrado.

sábado, 26 de maio de 2018

Rumor do Dia: Raikkonen de regresso ao WRC?

Os rumores no Mónaco são interessantes. Ora tens aqueles que indicam que Brendon Hartley poderá estar a disputar a sua última corrida e será logo substituido na Toro Rosso, ora há os que desejam ver rebaixado Max Verstappen em troca com Pierre Gasly - que até está a fazer uma temporada bem interessante - mas hoje, o tabloide finlandês "Ilta Sanomat" afirma que Kimi, de 38 anos, poderá abandonar a Formula 1 e regressar ao WRC, a bordo de... um Toyota oficial, seis anos depois da sua primeira passagem pelos ralis.

Tommi Makinen foi visto nas ruas de Monte Carlo neste fim de semana e também no iate que Kimi tem no porto. Claro, associaram um e outro a colocou-se a hipótese de estarem a elaborar um contrato, pois a sua presença é cada vez mais contestada - e o piloto mais velho do pelotão. Por outro lado, Makinen quer arranjar um substituto para Jari-Matti Latvala, que está cada vez mais a desiludi-lo, pela sua incapacidade de apanhar Sebastien Ogier, e porque é constantemente batido pelo estónio Ott Tanak, que chegou este ano à Gazoo Team.

"O Kimi poderá ser piloto da Toyota", disse Mia Miettinen, numero dois da marca e citada pelo jornal, "mas primeiro precisa decidir se continuará a sua carreira na Ferrari".

Já agora, Makinen e Raikkonen são bons amigos. 

Contudo, o seu grande rival no lugar é Kalle Rovanpera, que é quase vinte e um anos mais novo que Raikkonen. Filho de Harri Rovanpera, Kalle está a ser preparado desde criança para ser piloto de ralis e corre na Letónia desde os 16 anos, pois foi o único país que lhe deu uma licença desportiva para fazer ralis. Este ano está no WRC2, a bordo de um Skoda Fabia R5 e o potencial é enorme.

Contudo, as performances de Raikkonen tem sido melhores nas últimas duas temporadas, desde que Vettel chegou à Scuderia. O piloto alemão sempre disse bem de Raikkonen, especialmente nas suas relações pessoais, afirmando que cria um bom ambiente na equipa. Contudo, os contratos são renovados temporada a temporada e cabe a ele decidir se pretende continuar em 2019.

Curiosamente, neste mesmo fim de semana, Fernando Alonso foi visto nas boxes da Ferrari, e claro, as especulações sobre um regresso apareceram logo...

A imagem do dia

Nesta que é a semana do GP do Mónaco, recuo 50 anos no tempo, para quando Graham Hill vencia pela quarta vez nas ruas do Principado. Era também a segunda vitória seguida do campeonato, e quinta seguida da Lotus, desde o GP dos Estados Unidos de 1967. O título desta capa do mês seguinte é pura e simplesmente um belo caso de humor britânico.

- O que anda aqui a fazer, Graham?
- Treinar para o Mónaco - responde.

Um detalhe salta à vista: as raparigas estão vestidas como coelhinhas da Playboy porque é isso mesmo: em 1968, a revista americana tinha um clube em Londres.

Nesse anos, ainda se lambia as feridas do acidente mortal de Jim Clark, mês e meio antes. E ainda por cima, outro Lotus tinha tirado a vida a Mike Spence, em Indianápolis. No seu lugar na BRM tinha sido chamado Richard Attwood.

Não foi uma grande corrida: apesar da ameaça vinda da Matra, tudo ficou decidido na volta 16, quando o pelotão ficou reduzido a cinco carros a circular no circuito. Todos rebentaram ou tiveram acidentes nas primeiras voltas, e bastou a Hill levar o carro até ao fim.

A segunda vitória seguida dava um grande avanço sobre a concorrência. E claro, no meio das tragédias, podia gozar o momento, fosse no casino, fosse noutro lado qualquer.  

GP Memória - Mónaco 1963

Nunca um campeonato começou tão tarde assim como foi o de 1963. Quase em junho, a Formula 1 iniciava a sua temporada nas ruas do Principado, já que as suas saídas exóticas - Estados Unidos, México e África do Sul - ficaram para o final do ano, em novembro e dezembro. 

O campeonato anterior encerrara com um duelo entre Graham Hill e Jim Clark, BRM contra Lotus, convencionalidade contra inovação, já que o modelo 25 da marca de Colin Chapman era o primeiro monocoque de aluminio, mais leve e mais resistente.

Clark e Hill mantiveram-se nos seus lugares, e os seus companheiros de equipa eram os mesmos: Trevor Taylor na Lotus, Richie Ginther na BRM.

A grande novidade tinha sido na Ferrari, onde John Surtees tinha sido contratado. "Big John" corria para uma equipa vasta, com compromissos na Endurance. E no Mónaco, teria como companhia o belga Willy Mairesse. A Cooper também alinhava com dois carros, para Bruce McLaren, o vencedor do ano anterior, e o sul-africano Tony Maggs. Jack Brabham tinha já montada a sua equipa, mas apenas havia um carro, para o americano Dan Gurney, vindo da Porsche, que se tinha retirado no final da temporada anterior. Quanto a "Black Jack", iria guiar um Lotus.

Se a Porsche estava de fora, esperavam-se mais duas equipas, ATS (Automobili Turismo & Sport) e a Scirocco. A primeira, constituida por um grupo de renegados da Ferrari, tinha inscrito o ATS 100 com Phil Hill e Giancarlo Baghetti como pilotos, mas o carro não estava pronto para o Mónaco. E a mesma coisa para a Scirocco, que tinha inscrito o britânico Ian Burgess e o americano Tony Settember para os guiar.

Dos privados, os destaques eram a BRP e a Rob Walker. A primeira corria com o escocês Innes Ireland e o americano Jim Hall, enquanto que a segunda tinha o suíço Jo Siffert e o sueco Jo Bonnier, que andava nesta corrida com um Cooper. A Reg Parnell Racing tinha dois pilotos no Mónaco, o veterano Maurice Trintignant e o novato Chris Amon, na altura com... 19 anos, contrastando com os 45 do piloto francês! 

No final da qualificação, Clark ficou com a pole, com Graham Hill a seu lado, quase uma repetição de 1962. John Surtees foi o terceiro, no seu Ferrari, seguido de Richie Ginther, no segundo BRM. Innes Ireland, no LOtus-BRM da BRP era o quinto, seguido do Brabham de Dan Gurney. Willy Mairesse era o sétimo, no segundo Ferrari, na frente de Bruce McLaren, no seu Cooper, do segundo Lotus de Trevor Taylor e do segundo Cooper do sul-africano Tony Maggs.

A corrida começou com Hill a ser melhor que Clark na partida, ficando com a liderança. Ginther segurava Surtees no terceiro lugar, e enquanto isso acontecia, os dois primeiros afastavam-se do resto do pelotão.

Clark e Hill trocavam de posições com frequência, causando emoção entre os presentes e deixando indefinição quanto ao resultado final. 

Contudo, na volta 78, a caixa de velocidades do piloto escocês cedeu e o duelo foi decidido a favor de Hill, que parecia ter um bom começo de temporada, rumo à vitória, a primeira nas ruas do Principado. E foi uma dobradinha, pois Ginther foi segundo classificado, na frente de Bruce McLaren, no seu Cooper.

Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Ferrari de Surtees, o Cooper de Maggs e o Lotus de Taylor.

Formula 1 2018 - Ronda 6, Mónaco (Qualificação)

Mónaco é tradição, realeza, glamour. É o sítio onde a maior parte os pilotos tem a sua casa, porque é ali onde podem gastar o seu dinheiro sem terem de pagar impostos, mas este é o primeiro ano desde 1994 que um monegasco pilota nas ruas caseiras a bordo de um Formula 1. Não é, Charles Leclerc?

Depois dos treinos livres, via-se que a REd Bull era a grande favorita e desejava ganhar, mas o grande momento deste sábado aconteceu na Q3, durante a manhã, quando Max Verstappen bateu forte na segunda chicane da piscina, antes de chegar à La Rascasse, acabando por destruir o carro e a trocar de caixa de velocidades, perdendo cinco lugares na grelha. Contudo, o holandês acabou por não alinhar na qualificação, e o último lugar era definitivamente dele.

Com Verstappen a ver tudo das boxes da Red Bull, a Q1 começava com os pilotos no tráfico intenso da cidade, mas o australiano conseguiu marcar 1.12,769, só como amostra. Depois, Fernando Alonso surpeendeu a todos ficando com o melhor tempo, depois Nico Hulkenberg fez a mesma coisa, mostrando a potência dos motores Renault. Tanto que Daniel Ricciardo, quando voltou à pista, fez 1.12,013 e foi com o melhor tempo.

Atrás, nas vagas que sobraram depois de Max Verstappen ter preenchido a sua, os últimos lugares ficaram no Williams de Lance Stroll, o Sauber de Marcus Ericsson, no Toro Rosso de Brendon Hartley (por estes dias, correm rumores da sua substituição) e o Haas de Kevin Magnussen.

Para a Q2, Ricciardo aproveitou o momento para fazer uma volta arrasadora de 1.11,353 batendo novo recorde da pista. A pista aquecia e os hipermoles funcionavam, tanto que Hamilton, Vettel, Raikkonen e Bottas também faziam tempos dessa amplitude. Mas Ricciardo era sempre o mais veloz de todos. Aliás, os Mercedes calçaram supermacios... e não funcionaram, quase foram eliminados. Os hipermacios foram a solução.

Na parte final, Ricciardo fez cair o recorde da pista para 1.11,278, mostrando mais uma vez que tinha o melhor carro. E se Ricciardo teve a companhia dos Mercedes, Ferrari, Force India, do Renault de Sainz, do McLaren de Alonso e do Toro Rosso de Gasly, fora do Q2 ficaram Sirotkin, Vandoorne, Grosjean, Hulkenberg e Leclerc.

Com Daniel Ricciardo na posse de um novo recorde da pista, a Q3 iria ser um momento decisivo. O australiano estava com fome de voltar a ser o "poleman", mas os Ferrari e Mercedes espreitavam esse lugar, especialmente Kimi Raikkonen, que ficou com esse lugar no ano passado.

Bottas faz 1,11,583, mas depois Hamilton melhora em três décimos, para ficar com o melhor tempo. Contudo, Riccardo consegue novo recorde da pista (e ouviu-se o "yhaa!" de Martin Brundle na Sky Sports) com 1.10,810. Raikkonen só conseguiu o terceiro tempo, atrás de Hamilton e era o melhor dos Ferrari, por agora, porque pouco depois, Vettel melhorou o seu tempo, para ser terceiro.

Na parte final, Vettel conseguiu melhorar o seu tempo, mas não desalojou Ricciardo da pole. Um primeiro lugar merecido, depois do que aconteceu com o seu companheiro de equipa na Q3. E na conferência de imprensa, ele deseja que amanhã "termine o trabalho", o que significa vencer. E vencer mesmo, algo do qual não conseguiu em 2016, quando Lewis Hamilton não o deixou.

Atrás dele, Vettel e Hamilton irão tentar contrariar o australiano, enquanto nos lugares intermédios, Esteban Ocon foi o melhor, na frente de Fernando Alonso e Carlos Sainz Jr. e Sergio Perez foi melhor que Pierre Gasly, que fechava o "top ten".

Amanhã, são 78 voltas no circuoto mais complicado da temporada. E metade do mundo vai torcer por Daniel Ricciardo, que quer acabar com o resto do fim de semana.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

CNR: Apresentado o Rali Vidreiro

O rali Vidreiro/Centro de Portugal foi apresentado no final desta sexta-feira no Salão Nobre da Câmara Municipal da Marinha Grande, e o seu grande objetivo este ano é de homenagear o Pinhal do Rei, afetado pelos incêndios do passado dia 15 de outubro. É essa a missão da organização da prova, a primeira em asfalto no campeonato português de ralis (CPR). Perante um salão cheio, o Clube Automóvel da Marinha Grande (CAMG), apresentou um rali sem grandes alterações, apenas nas passagens por São Pedro de Muel (na sexta-feira) Pinhal de Rei (no sábado) para poder apanhar o máximo de mata não afetada pelos incêndios.

Com o seu começo - e fim - em São Pedro de Muel, o rali terá nove especiais, começando na sexta-feira com uma dupla passagem por São Pedro de Muel e a super-especial no Centro da Marinha Grande. No sábado, haverá duplas passagens por Mata Mourisca e Pinhal do Rei e Assanhas da Paz (que terá uma final mais longa do que no ano passado), uma passagem dupla de São Pedro de Muel, com a variante da passagem pela ligação na estrada de São Pedro.

Depois da intervenção da presidente da câmara municipal da Marinha Grande, que elogiou a capacidade organizativa da CAMG de fazer a prova uma marca representativa a região, da entidade organizadora e do organizador, que referiu o facto de ser importante o rali passar pelo Pinhal do Rei, menos de um ano depois dos incêndios que afetaram a zona.

"Queremos agradecer a todas as autoridades e à Câmara Municipal pelo esforço que fizeram para permitir que continuássemos a realizar o nosso rali neste espaço que nos diz tanto, como é o caso do Pinhal do Rei. As nossas matas sofreram muito este ano, perdemos aqui algo importante e todos nós sentimos isso. Mesmo por isso, é importante que este ano o rali se realize no interior das matas", disse Nuno Jorge, o presidente do CAMG.

Pedro Meireles, o vencedor do ano passado, elogiou a organização pela sua capacidade, pelo tributo feito às matas afetadas pelos incêndios e espera repetir a vitória este ano. "É com enorme prazer que volto a marcar presença nesta prova. Felizmente, ao fim de muitos anos, consegui vencer no ano passado o que é um bom tónico para este ano fazer um bom resultado. Estou ansioso que o rali comece para poder desfrutar de todos os momentos", afirmou o piloto do Skoda Fabia R5.

A imagem do dia

Salt Walther morreu naquele dia. Não, não é aquilo que vêm na sua biografia (ele morreu em dezembro de 2012, quase 40 anos depois do seu acidente), mas a sua vida acabou a 26 de maio de 1973, em Indianápolis, envolvido na carambola de doze carros na partida das 500 Milhas daquele ano. Ver na foto aqueles pés saindo do seu cockpit cortado a meio impressiona, mesmo para aqueles que viram muitos acidentes deste tipo.

Walther tinha na altura 25 anos. Tinha começado a sua carreira na motonautica - Salt era o seu apelido, verdadeiro nome era David Walther - e em 1973 era a sua segunda participação nas 500 Milhas, a bordo de um McLaren-Offenhauser. Na partida, o carro de Steve Krisloff teve problemas nos primeiros metros e uma espécie de engarrafamento acontecia quem vinha atrás, mais veloz do que ele. Todos foram para a direita, incluindo Walther, que acabou por tocar no carro de Jerry Grant, e no toque, o seu carro voou e cortou parte da rede de proteção, cortando um dos postes ao meio. E foi nesse impacto que perdeu o seu nariz, deixando à vista as pernas.

Walther acabou de cabeça para baixo, mas foi retirado por equipas de segurança e pilotos como Wally Dallenbach Sr., vivo, mas em estado critico, pois ficou com queimaduras em 40 por cento do seu corpo. Os dedos da sua mão esquerda foram parcialmente amputados (e a partir dali, usou uma luva preta), e a sua mão direita foi esmagada, mas recuperou com cicatrizes visíveis e os dedos posicionados de forma permanente para segurar um volante.

Walther voltou a competir em 1974, e durante a década seguinte, andou frequentemente na USAC e depois, na CART, com um nono lugar como melhor resultado em 1976, numa corrida encurtada devido ao mau tempo... como em 73. Mas o estrago estava feito.

Depois do acidente, Walther ficou viciado em analgésicos, nomeadamente dilauida. A sua carreira ficou interrompida por mais de uma década, depois de ter falhado a qualificação em 1980, e para piorar as coisas, as suas origens e a sua conduta pessoal - era considerado como um playboy arrogante que corria com o dinheiro do seu pai e um vaidoso que era o pior inimigo dele mesmo - não ajudaram muito. 

A última década da sua vida foi uma descida aos infernos: as dificuldades em largar o seu vicio e os problemas legais - não pagava a pensão ao seu filho, e as dividas tinham sido acumuladas até atingirem os vinte mil dólares em 2007. Entre 1998 e 2007, entrou e saiu da prisão por três vezes, e chegou até a fugir da policia por violar os termos da sua liberdade condicional. A sua última sentença, em novembro de 2007, resultou em três anos de prisão.

Acabaria por morrer aos 65 anos, a 27 de dezembro de 2012. Mas provavelmente a sua vida acabou muito tempo anos, naquele dia de maio de 1973.

ERC: Aloísio Monteiro regressa na Acrópole

Depois de uma ausência no Rali Canárias, Aloísio Monteiro regressa ao Europeu de Ralis a bordo do seu Skoda Fabia R5 com o objetivo de continuar a evoluir no Skoda Fabia R5. Na prova estão inscritas 34 equipas, entre as quais 15 viaturas da categoria R5. 

Reconhecendo as dificuldades que vai encontrar pelo facto de não conhecer o traçado, o piloto do Porto, navegado por André Couceiro, acredita nas possibilidades de um bom resultado. 

Estamos de volta. Nos Açores mostrámos uma boa evolução ao longo do evento e os tempos acabaram por aparecer. A concorrência neste Europeu é muito forte, por isso, temos de fazer um rali competente e consciente das nossas limitações ao nível do conhecimento do traçado”, começou por dizer o piloto apoiado pela ARC Sport.

Penso que podemos sair da Grécia com um bom resultado se soubermos gerir a mecânica ao longo dos quilómetros das duras especiais. Tanto eu como o André Couceiro teremos de efetuar todo um esforço adicional durante os reconhecimentos e prova para conseguir completar com sucesso este desafio”, concluiu.

O rali da Acrópole, terceira prova do Europeu de Ralis, terá doze especiais no total de 887,72 quilómetros, 237,89 quilómetros dos quais em percursos cronometrados.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

GP Memória - Mónaco 1998

Duas semanas depois de terem corrido em Espanha, a Formula 1 rumava para o principado, na sexta prova do Mundial de Formula 1. Num duelo entre Michael Schumacher de Mika Hakkinen, onde o finlandês ganhava de três corrida a uma (mais uma prova vencida por David Coulthard), os McLaren eram os claros favoritos à vitória. Aliás, à chegada ao Mónaco, Hakkinen tinha doze pontos de avanço sobre o alemão da Ferrari.

Depois de duas sessões de treinos, o melhor foram os McLaren: Mika Hakkinen foi melhor do que David Coulthard, com Giancarlo Fisichella a ser melhor que Michael Schumacher, ficando com o terceiro lugar na grelha de partida. Heinz-Harald Frentezen era o quinto, no seu Williams, na frente de Alexander Wurz, no segundo Benetton. Eddie Irvine era sétimo, na frente do Arrows de Mika Salom que surpreendia o pelotão, e a fechar o "top ten" estavam o Sauber de Johnny Herbert e o Prost de Jarno Trulli.

Ricardo Rosset não conseguiu qualificar pela segunda vez consecutiva o seu Tyrrell.

Na partida, os McLaren sairam perfeitamente, com Fisichella a ficar em terceiro, na frente de Schumacher. Os carros afastaram-se do resto do pelotão, enquanto Irvine conseguia passar Frentzen para ser quinto... de um forma pouco ortodoxa, batendo nele. Irvine safou-se, o alemão da Williams, não. Pouco depois, na volta 18, o motor de Coulthard explodiu e Fisichella era segundo.

Schumacher parou primeiro, na volta 30, para reabastecer, com Fisichella logo depois. Mas o alemão foi melhor e ficou na frente, indo atrás de Alexander Wurz, que ainda não tinha parado. Eventualmente, Schumacher apanhou-o e tentou passá-lo ao pé do gancho do hotel Loews, mas Wurz resistiu e ambos tocaram-se. Schumacher ficou com danos e arrastou-se até às boxes, e quando voltou à pista, perdeu três voltas para o líder. Quanto a Wurz, não foi longe: um acidente bem forte à saída do túnel deixou o carro todo destruído.

Depois disto, não houve grande coisa até ao final. Jean Alesi andou muito tempo no quarto lugar, até ter problemas com a caixa de velocidades e retirar-se, na volta 72.

No final, Mika Hakkinen venceu pela quarta vez na temporada, com Fisichella em segundo e Irvine em terceiro. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram Mika Salo, no seu Arrows, Jacques Villeneuve, no seu Williams, e Pedro Diniz, no segundo Arrows.  

A imagem do dia

Arrepia, não é? Mas o mais incrível é que viveu mais algum tempo depois disto. Eu falei no inicio do dia sobre o que foi esta corrida de 1973, uma das mais polémicas da história das 500 Milhas - em paralelo com as edições de 1976, 82, 92 e 95, creio eu.

Nunca houve - nem antes, nem depois - uma corrida que durasse três dias, de ameaças de cancelamento por parte de... oficiais de saúde locais porque as condições se tinham tornado insalubres. De acidentes nos metros iniciais, de chuva intensa e persistente, que durou alguns dias, e claro, os acidentes. De Salt Walther, que praticamente acabou a sua carreira e a sua vida (acabaria por morrer quase 40 anos depois, em 2012, mas isso merece outra história) e claro, Swede Savage.

Savage, como vêm nesta imagem, luta pela vida. Sobreviveu, com queimaduras graves em 20 por cento do corpo, mas uma infeção no sangue acabou por o matar 33 dias depois, a 2 de julho, quando tinha 26 anos de idade. Potencial para vencer a corrida, tinha, pois era segundo e iria ficar com a liderança, pois à frente dele, Al Unser Sr. iria parar para reabastecer quando algo - ou quebra no eixo ou uma mancha de óleo - causou o seu despiste e colisão com o guard-rail.

Passados 45 anos, as imagens do acidente ainda arrepiam. E quando pensas o que foi aquele ano em termos automobilísticos, custa a crer como é que foi e como podiam ver, fim de semana sim, fim de semana não, um piloto a morrer desfigurado ou queimado em acidentes absolutamente horríveis.

WRC: Meeke despedido da Citroen

A Citroen dispensou os serviços de Kris Meeke, depois da sua participação no Rali de Portugal ter acabado com um acidente. Aliás, a justificação dada pela marca francesa para o seu despedimento é "o excessivo numero de acidentes".

"Devido a um número excessivamente elevado de acidentes, alguns dos quais foram particularmente graves e que poderiam ter tido sérias consequências em termos de segurança da tripulação", justificou a marca francesa no seu comunicado oficial, acrescentando que "os riscos que Meeke assumiu não eram justificados pelas apostas em jogo", continuou.

Pierre Budar, o diretor de equipa, afirmou que a decisão foi dificil, mas a mudança foi feita devido a questões de segurança. "Esta não foi uma decisão fácil de tomar porque afeta um piloto e um co-piloto, mas é em grande parte fundada em questões de segurança que vêm sob minhas preocupações como diretor de equipa. Por conseguinte, escolhemos tomar essa decisão como medida preventiva".

O melhor resultado de Meeke nesta temporada foi um terceiro lugar no México, e neste momento é sexto classificado na geral, com 43 pontos. Quanto a substituto, apesar de alinhar com Craig Breen e Mads Ostberg, no caso do piloto norueguês, é a tempo parcial, com o norueguês a participar agora nas próximas duas provas, depois de ter regressado à equipa em Portugal.

Quanto a Sebastien Loeb, o piloto nove vezes campeão do mundo só irá aparecer mais uma vez na temporada, em Espanha, logo, há uma chance de chamar Stephane Lefebvre "à primeira divisão", pois alinha este ano com um C3 R5.

A decisão não é nova na Citroen. Em 2017, Meeke tinha sido dispensado do Rali da Polónia "para poder refletir", depois de excessos durante a temporada, apesar de ter vencido duas provas nessa temporada, no México e na Catalunha. Ao todo, o piloto de 38 anos (nasceu a 2 de julho de 1979) já venceu cinco provas desde 2013, altura em que começou a colaborar com a marca do "double chevron".

A(s) image(ns) do dia








Antes dos treinos livres, uma "sessão nostalgia" no Principado para celebrar a única dupla vencedora "pai e filho" por lá. Keke Rosberg, muitas vezes injustiçado pelos adeptos pelo modo como ganhou o Mundial de 1982 e relegado a um plano secundário por tudo o que fez nos anos 80, especialmente na Williams, e o seu filho Nico Rosberg, três vezes vencedor no Principado e campeão em 2016, deram uma volta juntos nos carros que os fizeram campeões. 

Na linha de meta, ambos foram congratulados por Chase Carey e o Principe Alberto II do Mónaco, e eles, de facto, são ilustres cidadãos da cidade-estado. Rosberg pai vive desde meados dos anos 80 e Rosberg filho vive ali desde criança. Não são cidadãos monegascos, mas quase poderiam ser, pois conhecem bem aquelas ruas.

No final, o público aplaudiu a sua presença, reconhecendo a contribuição. É o que interessa, mais do que falam os críticos. 

Youtube Formula 1 "Classic": A volta que ninguém viu

E se disserem que nunca existiu a filmagem da volta canhão de Ayrton Senna? Sim, é verdade. Não existiu. Nas filmagens reais dessa sessão de treinos - podem pesquisar no Youtube - o realizador atualmente seguiu a volta de uma das Arrows - Derek Warwick ou Eddie Cheever, não se sabe - e eles não conseguiram apanhar para a posteridade aquela que foi das melhores voltas de sempre de um piloto de Formula 1 em qualificação.

Então, o que se fez, trinta anos depois? A McLaren colocou um video do F1 2017, tirou o Murray Walker da reforma (ele tem 94 anos!) e pediu-o para comentar a tal volta que não foi filmada, em tributo ao seu aniversário. E ficou assim.

Ah, e a "tal" volta que é mostrada no "Senna", é de 1990, só para vos esclarecer.

Youtube Motorsport Classic: Indianápolis 500, 1973



Vai fazer agora 45 anos sobre uma das corridas mais atribuladas da história das 500 Milhas de Indianápolis. Uma prova que durou três dias, matou dois pilotos e um mecânico, e marcou para sempre na história do automobilismo. 

Primeiro, a chuva no dia da corrida, segunda-feira, 28 de maio, fez adiar a prova por quatro horas, das onze da manhã para as três da tarde, e na largada, uma carambola de onze carros, começada por Salt Walther, causou a confusão na grelha. Pilotos e espectadores ficaram feridos - Walther foi o pior de todos - e a prova foi adiada para o dia seguinte, dar tempo para que se pudesse fazer as reparações e continuar a corrida.

Mas na terça-feira, a chuva fez das suas, com precipitação para o resto do dia, e novo adiamento para quarta-feira, 30 de maio. Aí, o céu estava limpo e a prova arrancou, continuando até que Swede Savage - um protegido de Dan Gurney, mas naquele ano corria com Vince Granatelli - sofreu outro acidente horrível na volta 59, quando seguia no segundo posto, atrás de Al Unser Sr. O acidente causou a destruição do seu carro e ferimentos graves no piloto californiano, que por incrivel que pareça, sobreviveu ao acidente, que desintegrou o seu carro, e o posterior incêndio, graças ao fato que usava na altura. 

E na confusão do salvamento, um veículo de socorro atropelou mortalmente o mecânico Armando Teran, que cuidava do carro de Graham McRae. As reparações duraram hora e meia, antes de recomeçar.

Quando a prova chegou à volta 129, mais de metade da corrida, a chuva fez das suas, interrompendo-a quatro voltas depois, desta vez de vez, uma prova que os jornalistas já chamavam de "72 Horas de Indianápolis". Gordon Johncock foi declarado vencedor, e o ambiente estava de tal forma abatido que o jantar da vitória tinha sido cancelado e a equipa comemorou comendo hamburgeres num restaurante local. 

Savage acabaria por morrer mês e meio depois, a 2 de julho. E não foi dos ferimentos, mas sim de uma hepatite, que lhe causou uma septicémia fatal. 

Aqui meto não um, mas dois videos, dos acidentes, Em cima, o acidente da partida, e depois, o acidente de Savage, que tinha acabado de reabastecer e perdeu o controle do seu Eagle na curva 4, com a confusão a seguir. Tudo comentado pela voz do lendário Jim McKay, da ABC, e dos comentários de outra lenda, Chris Economaki... e de Jackie Stewart, que esteve nos dois primeiros dias, antes de partir para correr no GP do Mónaco, no final da outra semana. 

quarta-feira, 23 de maio de 2018

A imagem do dia

Ayrton Senna comemora mais uma vitória, nas ruas de Monte Carlo, na objetiva de Paul-Henri Cahier. Provavelmente não foi a mais épica das suas vitórias, mas foi aquela que lhe deu o título que era de Graham Hill: o de "rei no Mónaco", o maior vencedor nas ruas do Principado, desde 1929.

Contudo, há fatores interessantes desse dia. Senna não dominou essa corrida - herdou-a. Herdou-a da penalização de Alain Prost à partida e dos problemas que Michael Schumacher teve no seu Benetton, pois caso contrário, poderia ter ficado com o lugar mais baixo do pódio e ter ficado para sempre empatado com Graham Hill.

Mas a testemunhar no pódio estava o filho dele, Damon. Aos 32 anos, era "rookie" na Williams e conseguia ali o seu terceiro pódio da sua carreira, e via o recorde do seu pai cair. Curiosamente... nunca ganhou lá, tivemos de esperar até 2014 para ver o primeiro filho vencedor de um pai vencedor, neste caso Nico Rosberg, filho de Keke. Mas Damon sempre disse que o título estava bem entregue, de alguém que ao longo desses anos, sempre se sentiu em casa e sempre deu espectáculo naquelas ruas. Deu na primeira vez que andou, à chuva, e nove anos depois, da última vez que lá esteve. No lugar mais alto do pódio.

Vinte e cinco anos depois, o seu recorde irá durar por, provavelmente, mais uma geração. Nico Rosberg venceu três vezes seguidas antes de se retirar, e Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Fernando Alonso tem ambos duas vitórias. E os três já chegaram à casa dos trinta anos. Ou seja, não há muito tempo pela frente para os três, a não ser que os vejamos correr na próxima década. E quantos dos que, na grelha de partida do próximo domingo, não serão futuros vencedores?

Em suma, este é um recorde que vai permanecer para além das vidas e das gerações.

Youtube Motorsport Classic: Indianápolis 500, 1968


Há meio século, as 500 Milhas de Indianápolis eram o ponto alto da temporada americana, e onde os europeus iam ali para correr em busca dos dólares. A Lotus tinha apresentado o seu modelo 56 de Turbina, e era considerado como o favorito, mas após uma qualificação atribulada pelas mortes de Jim Clark e Mike Spence, os carros tinham chegado à frente graças a Joe Leonard e Art Pollard. E claro, Graham Hill.

Ao longo de 41 minutos, eis o resumo do que foi esta corrida, onde Bobby Unser conseguiu levar a melhor sobre esses carros a turbina. Narrado pelo lendário jornalista Jim McKay, vê-se todos os momentos decisivos desta corrida.