domingo, 30 de setembro de 2012

The End: Chris Economaki (1920-2012)

Para os europeus ou brasileiros, este nome não quer dizer muito, mas nos Estados Unidos é sinónimo de lenda. Aliás, era tratado por todos como "o deão do automobilismo". O jornalista Chris Economaki, que cobriu todos os eventos de automobilismo nos últimos 60 anos, morreu esta sexta-feira aos 91 anos durante o sono, segundo disse a sua família.

Ao saber-se da sua morte, dezenas de pilotos e ex-pilotos colocaram no Twitter os seus pensamentos e os seus tributos ao grande comunicador desaparecido, desde A.J Foyt até Mário Andretti, passando por Emerson Fittipaldi.

Nascido a 15 de outubro de 1920 em Brooklyn, filho de pai grego e mãe descendente do general confederado Robert E. Lee, aos nove anos viu a sua primeira corrida, em Atlantic City, numa pista feita de madeira. Segundo ele, ficou imediatamente apaixonado pelo automobilismo. Enveredou cedo pelo automobilismo e aos 14 anos, já escrevia o seu primeiro artigo. Com o tempo, entra nos meandros do automobilismo, tendo até a sua experiência dentro de um automóvel. Que não gostou.

Em 1950, Economaki começou a escrever uma coluna na National Speed Sport News, que a manteve por sessenta anos. Pelo meio, transformou-se de simples jornalista para ser o dono da publicação, que depois foi mantida pela sua filha. Pelo meio, Economaki foi convidado a relatar corridas em rádio, e depois na televisão. Primeiro como "speaker" e depois como comentador, começando uma segunda carreira, que o fez entrar na lenda.

Em 1961 entrou na televisão, para cobrir provas da NASCAR, e pouco depois, a cadeia de televisão ABC o contrata para o seu programa "ABC Wide World of Sports", onde cobra todas as provas que a televisão americana faz nos anos 60 e 70, desde as 500 Milhas de Indianápolis até à Formula 1, passando pelas 24 Horas de Le Mans e as 500 Milhas de Daytona. Em 1983, passou para a CBS e em 1987 para a ESPN, até ser substituido no final da década por Bob Varsha.

Em 1994, Economaki foi dos poucos que não sendo pilotos, donos de equipa ou engenheiros que entrou no Motorsports Hall of Fame of America, e em três pistas (Indianápolis, Pocono e Ney Jersey Sports Park) as salas de imprensa foram batizadas com o seu nome.

No seu artigo de homenagem a Economaki na revista AutoWeek, outro dos mais conhecidos jornalistas americanos, Leo Levine, afirma o seguinte:

A sua coluna semanal no National Speed Sport News era lida por todo e qualquer jornalista competente neste pais. Tinha um talento raro, pois sabia como avaliar o automobilismo como o reflexo das condições de uma era em particular, algo que apenas os doutorados em sociologia o entenderiam. Apesar de não ter tido um grau académico, tinha conhecimentos mais eruditos e mais aprofundados da situação que qualquer um que veio mais tarde. 

O mais importante disso tudo é que ele viveu todos os grandes momentos do automobilismo. Era unico: sabia falar articuladamente, era engraçado e por vezes muito franco. Era um grande contador de histórias e mesmo depois dos 80 anos conseguia acompanhar os seus colegas mais novos", concluiu.

Ars lunga, vita brevis.

Noticias: Kubica volta a vencer um rali em Itália


Robert Kubica continua com a sua terapia de recuperação nos ralis, e desta vez neste final de semana, acabou mais uma prova no lugar mais alto do pódio, no Rali Cittá di Bassano. Ao volante de um Subaru Impreza WRC, o piloto polaco venceu sete das nove especiais que constituíram este rali, acabando com mais de um minuto de vantagem sobre o segundo classificado.

No final, apesar do resultado, Kubica mostra-se cauteloso quanto à sua recuperação: "Ainda há muito caminho a percorrer, mas vendo todas as variáveis, pode ser que esta recuperação esteja mais perto do fim do que imaginava", comentou.

Eis um video do que foi este rali. 

WSR: Bianchi vence em Paul Ricard, Felix da Costa segundo

A segunda corrida da World Series by Renault, no circuito francês de Paul Ricard, foi disputada debaixo de chuva, onde a grande luta foi entre o francês Jules Bianchi e o português António Felix da Costa, numa corrida decidida nas boxes a favor do francês. Para melhorar as coisas, a má corrida do holandês Robin Frijns, que acabou apenas no nono lugar, fez com que Bianchi ficasse com o comando, com cinco pontos de vantagem quando falta apenas um fim de semana duplo em Barcelona.

A corrida começou com Bianchi na frente e Felix da Costa, que partiu do sétimo posto na grelha, e fazer uma grande partida que o colocou cedo nos lugares do pódio. Na quinta volta, Felix da Costa cola-se a Bianchi e na travagem para a chicane do Mistral, ultrapassou-o e tomou-lhe o comando. Após isso, Felix da Costa tentou afastar-se do piloto francês, mas a diferença nunca foi superior a dois segundos, contra uma pista que secava lentamente, mas secava.

Ambos os pilotos ficaram na pista até perto da hora limite para a obrigatória troca de pneus, mas Bianchi fez um esforço para se aproximar do piloto português o suficiente para o poder passar. Parou primeiro, uma volta antes de Felix da Costa, e conseguiu passá-lo quando o piloto português fez a sua paragem. Após isso, geriu a vantagem até à meta, enquanto que o seu rival, o holandês Robin Frijns, perdia posições no meio do pelotão, acabando no nono lugar e também a perder o comando do campeonato para o piloto francês. O britânico Sam Bird foi o terceiro.

Quando a Felix da Costa, fica a consolação de ter conseguido o segundo lugar, seu quarto pódio consecutivo e a volta mais rápida da corrida.

Depois da corrida, comentou na sua página do Facebook: “Voltei a sentir-me muito rápido à chuva e desde o início que percebi que podia lutar pela vitória. Passei por todos os meus adversários até chegar à liderança da corrida mas no momento do pit stop, quando regressei à pista desci para 2º e acabei por terminar nesse lugar. Considero o fim-de-semana muito bom e sinto-me a cada corrida que passa um piloto mais completo”.

No campeonato, Bianchi é o novo líder, com 179 pontos, mais cinco que Frijns, enquanto que Sam Bird é o terceiro, com 154. Félix da Costa é agora o sexto no campeonato, com 116 pontos.  

Youtube Rallying: o tributo de Antti Kalhola a Sebastien Loeb


Esta semana, soubemos que Sebastien Löeb vai fazer uma retirada progressiva do WRC em 2013, marcando o final de uma era nos ralis, depois de oito títulos consecutivos - e muito provavelmente um nono a caminho, que pode ser confirmado na Alsácia.

Assim sendo, este domingo, apareceu um tributo ao lendário piloto francês, feito pelo finlandês Antti Kalhola. Sendo um piloto que marcou toda uma geração, ver este video feito por alguém como ele, pode-se ver até que ponto marcou toda a gente. 

É, Sebastien, foste o maior, e agradecemos por isso.   

GP Memória - Espanha 1987

Uma semana depois da histórica vitória de Alain Prost, no Estoril, máquinas e pilotos tinham-se deslocado para o sul de Espanha, mais concretamente o circuito de Jerez de La Frontera, para disputarem o GP de Espanha, que nesse ano tinha-se deslocado de abril, onde tinha ocorrido a corrida do ano anterior, para setembro, uma semana depois da corrida portuguesa, para evitar viagens desnecessárias.

A grande novidade no pelotão era a reaparição da Coloni, com um carro para Nicola Larini, enquanto que a Osella mantinha um segundo carro para o suiço Franco Forini. Assim sendo, o pelotão estava alargado para 28 carros, logo, dois iria ficar de fora após as qualificações.

Após as duas sessões de qualificação, os Williams levaram a melhor, com Nelson Piquet a fazer a pole-position, no seu carro com suspensão ativa, tendo a seu lado o britânico Nigel Mansell. A seguir, vieram os Ferrari de Gerhard Berger e Michele Alboreto, com Ayrton Senna a ser o quinto classificado, na frente do Benetton de Teo Fabi. Alain Prost, que tinha vencido sete dias antes no Estoril a sua 28ª vitória da sua carreira, era o sétimo na grelha, seguido por Thierry Boutsen, no segundo Benetton. A fechar o "top ten" estavam os Brabham de Riccardo Patrese e Andrea de Cesaris.

Os dois azarados nesta qualificação foram os Osellas-Alfa Romeo de Alex Caffi e Franco Forini.

A corrida começou com Piquet na frente, mas no final da primeira volta, quando ambos os pilotos chegavam à última curva antes da meta, Mansell faz uma manobra de ultrapassagem e é bem sucedido. A partir dali, o britânico começou a afastar-se, sem que o seu companheiro ou os outros pilotos o pudessem alcançar. Senna era o terceiro, seguido pelos dois Ferraris e pelo Benetton de Boutsen.

As coisas não se alteram até às paragens nas boxes, onde Mansell foi o mais veloz e Piquet foi vítima de uma paragem mais lenta, e quando regressou à pista estava no quarto lugar, atrás de Senna e Prost. Senna tinha decidido ir até ao fim com um só jogo de pneus, mas mais perto do final da corrida viu que os pneus tinham se degradado mais rapidamente do que o previsto e foi caindo na classificação geral, sendo superado por Prost e Piquet.

Piquet pensava que iria ficar com o segundo lugar, mas na volta 62, comete um erro e sai da pista, do qual envolve acidentalmente o Benetton de Thierry Boutsen. O belga acaba por desistir, enquanto que o brasileiro volta à pista, mas perde lugares a favor de Prost e do outro McLaren de Stefan Johansson.

No final, sem oposição  Mansell vencia e aquecia um pouco mais a lute pelo título mundial, pois agora ficava a 18 pontos de Piquet e passando Senna na classificação. Alain Prost foi o segundo, seguido por Stefan Johansson , ambos em McLaren, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Williams de Nelson Piquet, o Lotus de Ayrton Senna e o Lola de Philippe Alliot, conseguindo aqui o seu primeiro ponto da sua carreira.

sábado, 29 de setembro de 2012

Noticias: Red Bull vai promover o WRC, calendário divulgado

A reunião desta sexta-feira da FIA resultou no anuncio de que a partir de 2013, o WRC terá um novo promotor, um problema que tinha surgido no inicio do ano depois da FIA ter quebrado o contrato com a North One, após a prisão de Vladimir Antonov, o seu proprietário, devido a acusações de fraude e evasão fiscal. A partir do ano que vêm, será a Red Bull que vai tomar conta da promoção dos ralis, num contrato que vai durar três temporadas.

"O Conselho Mundial da FIA aprovou um acordo com o Grupo Sportsman Media e com a Red Bull Media House para se tornar o novo promotor global do Mundial de Ralis de 2013. Esse promotor será responsável por investir e desenvolver o WRC com vista ao aumento da sua reputação e valor comercial", começa-se a ler no comunicado da FIA. "Em particular, o promotor vai trabalhar em colaboração com a FIA para introduzir transmissões ao vivo e uma estratégia digital inovadora nos próximos anos", concluiu.

Se a marca de bebidas energéticas austriaca vai fazer a promoção, em termos de imagens, estas serão captadas e difundidas através da firma alemã Sportsman Media, que costuma fazer a divulgação das várias atividades feitas noutras modalidades.

Quanto ao calendário, como era expectável desde a semana passada, não há novidades. A FIA decidiu manter o calendário de 2012, exceptuando o Rali da Nova Zelândia, que como se sabe, está em rotação com o Rali da Austrália, que regressa em 2013. A única coisa do qual ainda não se sabe é a data do Rali da Alemanha.

Eis o calendário completo:

15 a 20 de Janeiro - Rally de Monte Carlo 
07 a 10 de Fevereiro - Rally da Suécia 
07 a 10 de Março - Rally do México 
11 a 14 de Abril - Rally de Portugal 
02 a 05 de Maio - Rally da Argentina 
30 Maio a 02 de Junho - Rally da Grécia 
20 a 23 de Junho - Rally da Itália 
1 a 3 de Agosto - Rally da Finlândia 
Por definir - Rally da Alemanha 
12 a 15 de Setembro - Rally da Austrália 
3 a 6 de Outubro - Rally de França 
24 a 27 de Outubro - Rally da Catalunha 
14 a 17 de Novembro - Rally de Gales

A entrevista de António Felix da Costa ao jornal i

Um dia antes de António Felix da Costa ter entrado no seu carro da World Series by Renault em Paul Ricard e ter vencido a corrida, o jornal portugues i publicou uma entrevista feita a ele, agora que se está a descobrir que o piloto de Cascais é a melhor hipótese de voltar a ter o nome de Portugal no grande circo da Formula 1. Na entrevista feita por Rui Catalão, fala-se sobre os apoios do pai e do irmão, bem como os conselhos de Tiago Monteiro, que lhe deram um teste na Force India, em 2010, fala sobre os passos que deu na carreira, sobre os seus gostos, entre outras coisas. E a sua vitória de sonho na Formula 1.

ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA: "QUERO DAR O PASSO PARA A FORMULA 1 EM 2014"

Por Rui Catalão, publicado em 22 Set 2012 - 03:10 | Actualizado há 1 semana 12 horas 

Tem as costas protegidas pela Red Bull e foi vice-campeão na GP3. Aos 21 anos, está mais perto do que nunca de chegar ao topo

Não há lugar para indecisões. António Félix da Costa tem o caminho até à Fórmula 1 desenhado na cabeça. E não vai sozinho. O irmão Duarte, também piloto, e o pai entregam-lhe boa parte das suas vidas. António sente esse apoio da família, além de reconhecer a ajuda do manager Tiago Monteiro. Nas respostas troca o singular pelo plural, fala em “nós” e não num “eu”. A viagem pelo mundo das corridas já valeu um teste com a Force India, em 2010, e meia dúzia de voltas num Red Bull, no fim-de-semana passado. Acabado de sair da GP3, onde foi vice-campeão, dedica-se agora à World Series by_Renault 3,5. Mas não chega. O verdadeiro sonho ainda está por realizar. 

P - O nome da tua página no Facebook é “António Félix da Costa – Road to FORMULA 1”. Normalmente os atletas não assumem tão claramente um objectivo desta dimensão. Quando é que se tornou algo evidente para ti? 

R - O meu primeiro ano de carreira foi em 2001. Logo aí percebi que era isto que queria fazer. As coisas começaram a correr bem, com bons resultados. E desde cedo entrou automaticamente na minha cabeça a ideia de chegar à Fórmula 1. Mas, como a mim, entrou na dos outros 70 miúdos contra quem corria. Cada vez mais tem sido um sonho a tornar-se realidade. E estamos muito próximos. Decidimos dar esse nome à página do Facebook porque felizmente, tanto eu como as pessoas que trabalham por trás de mim – o Tiago Monteiro, o meu pai, o meu irmão –, acreditamos que é possível chegar à Fórmula 1. Por isso não vejo razão para não alimentar esse sonho. 

P - Li uma frase tua que dizia assim: “Tenho de pensar sempre que sou o melhor piloto do mundo.” De que forma isto se traduz quando corres? 

R - Se entrar numa corrida a pensar que este e aquele são melhores do que eu já vou derrotado, a pensar que ficar em terceiro já é bom. Não posso pensar assim. Na semana passada, por exemplo, arranquei em quarto e acabei por ganhar a corrida numa categoria na qual aterrei de repente – as World Series by Renault. 

P - O que é que faz um piloto vencedor? 

R - Tudo. Hoje em dia o que não falta aí são pilotos rápidos. Há muitos capazes de ganhar uma corrida, de fazer uma pole position. Mas os campeonatos já não se ganham só assim. Não se trata apenas disso. Tem de haver uma atenção máxima na abordagem ao fim-de-semana, na preparação, no depois da corrida, na avaliação do que correu bem ou mal, para estarmos constantemente a melhorar e a dar passos em frente. 

P - A seguir à entrevista vais para o ginásio. A condição física é uma parte cada vez mais importante da tua preparação à medida que vais subindo de categoria? 

R - Sim, sim. Hoje em dia as equipas dão muito valor a um atleta que esteja bem fisicamente. Até porque, não estando bem, perde-se muita eficácia nos carros que guiamos. As corridas são longas, de quase uma hora, e é importante estar bem preparado. Confesso que podia estar melhor, mas como disse aterrei um bocadinho de repente nesta categoria. Sofri um pouco nas primeiras corridas, agora já estou melhor.

P - És conhecido como “Formiga”. A tua estatura já fez com que olhassem de lado para ti? 

R - Há uns anos, quando fui convidado a guiar o carro com que corro agora na World Series by Renault. Tinha 16 ou 17 anos e o meu irmão Duarte [seis anos mais velho] foi comigo. Quando lá chegámos eles pensaram que o Duarte é que era o piloto, porque eu era realmente muito pequeno. Depois acabei por surpreendê-los e até fiz o segundo melhor tempo nesse dia. Inicialmente reparava que as pessoas desconfiavam um pouco, agora já não. É quase regra os pilotos começarem nos karts.

P - O que há de tão essencial aí para a formação de um piloto?

R - Tudo. Os karts são uma base, uma escola. Tens as trajectórias, aprendes a guiar, a ultrapassar, a gerir a corrida do início ao fim. Até as afinações. Tudo o que sei hoje vem dos sete anos que corri de kart. No meio de tudo isso, os estudos ficaram pelo caminho. Fui dos últimos a tomar a opção de seguir apenas nas corridas. Até porque, sei lá, em Portugal não há tradição de ter um piloto de Fórmula 1. Ou seja, ao início foi complicado convencer toda a gente e a mim próprio. Sabia que era aquilo que queria, mas era complicado dizer “ok, hoje já não vou às aulas porque vou ser piloto profissional”. Foi a melhor coisa que fiz até hoje. Não estava a fazer bem uma coisa nem a outra. 

P - Como apareceu o teste com a Force India em Abu Dhabi?

R - Isso vem mais tarde, já noutro capítulo, quando me juntei ao Tiago Monteiro, no início de 2010. A equipa dele na Fórmula 1 (primeiro com o nome Jordan e depois Midland) foi antecessora da Force India e por isso o staff era o mesmo de quando ele lá estava. Quando o Tiago me disse que tinha conseguido um teste para mim em Abu Dhabi, no treino de young drivers… foi muito, muito bom. Aí fez-se um clique na minha cabeça e pensei: “Isto deixou de ser um sonho, tornou-se uma realidade.” Tinha 18 anos. Todos nós passámos a ver as coisas de uma maneira diferente. 

P - E como é estar num Fórmula 1 pela primeira vez? 

R - É uma sensação quase inexplicável. Sento-me no carro, tenho 20 mecânicos à minha volta e só o barulho do motor a trabalhar nas nossas costas já é incrível. Depois entras em pista e estás junto ao Red Bull, ao Ferrari, ao McLaren – carros campeões do mundo. Foi um dia inesquecível na minha vida. Ainda por cima fizeste o terceiro melhor tempo. Foi na última sessão do dia. Deram-me pneus novos para fazer um tempo, como aconteceu com todos os outros. O primeiro e o segundo eram o Red Bull e o McLaren, carros um bocadinho superiores ao Force India e que estavam completamente fora do nosso alcance. Mas entre o terceiro e o sétimo ou oitavo estava tudo muito próximo, com o Ferrari, o Mercedes, o Renault, o Williams, o Sauber e o Force India. Eu estava em terceiro, quarto, quinto, sexto, ali sempre a rodar, a rodar, e eles disseram “ok, acabou, podes vir para a boxe”. Foi aí que pedi no rádio para dar mais uma volta. Já estava muito cansado, não podia com o pescoço, mas agarrei-me com unhas e dentes e fiz uma volta muito boa, que me deu o terceiro tempo do dia. Acabei por fazer melhor do que o piloto de testes da Force India, o Paul Di Resta, que agora corre na Fórmula 1. E o meu tempo daria para arrancar do décimo lugar da grelha nesse fim-de-semana! Isso abriu muitos olhos na Fórmula 1. 

P - Passaste a ser observado de outra forma?

R - Sem dúvida. A relação que nós mantemos com a Force India hoje em dia é muito boa, mas infelizmente é uma equipa com poucas possibilidades e requer algum budget para se entrar. Então nunca houve mais do que isso, uma boa amizade. O que é complicado não é arranjar os budgets que as equipas pedem, mas sim competir contra os budgets que um colombiano ou um brasileiro podem trazer de fora. Por isso nunca tivemos oportunidade de ingressar numa equipa de Fórmula 1 à séria. Agora, estando na Red Bull Junior Team, abrem-se muito boas portas. Só na Fórmula 1 são quatro lugares. 

P - Quando assinaste contrato com a Red Bull todos esses problemas financeiros desapareceram. 

R - Acho que aí é que notamos a maior diferença. Acabou-se o stresse de “vamos a esta corrida ou não vamos”, “temos dinheiro para ir ou não”. Agora dá para focar apenas na minha condução, no meu trabalho. A proposta apareceu um pouco do nada, porque normalmente a Red Bull vai buscar pilotos com 16, 17 anos. Com 20 anos já não estava à espera disso. Mas eles precisavam de um piloto com a minha idade e a minha experiência. Acho que tenho cumprido com as expectativas. 

P - Para um piloto como tu, de olhos postos na Fórmula 1, é preferível seguir, por um lado, numa GP3, GP2 ou World Series by Renault, ou ser piloto de testes na F1? Normalmente tem-se a ideia de que o piloto de testes faz muito trabalho de bastidores, mas que – como aparece pouco – também não é muito reconhecido.

R - É verdade. Ainda por cima hoje em dia, que as equipas de Fórmula 1 não podem testar o carro actual. Mas depende. O Valtteri Bottas, que correu contra mim nos últimos dois ou três anos e ganhou a GP3 no ano passado, este ano está apenas como piloto de testes da Williams. Eles dão-lhe sempre a oportunidade de fazer o primeiro treino livre de cada fim-de-semana e isso está a dar-lhe quilómetros no carro. Está mais preparado para, no próximo ano, ser piloto de Fórmula 1. Mas o Bottas também é mais velho, tem 23 anos, fez o caminho todo certo nas fórmulas de promoção. Também sinto que estou pronto para dar esse passo, mas é importante estar habituado a ter outros pilotos à volta, aquela confusão das primeiras voltas. É uma coisa com a qual o Bottas pode vir a ter problemas quando entrar para a Fórmula 1. Ele vai estar um ano sem isso, o que pode ser complicado. 

P - Por falar em quilómetros, como foram os teus primeiros num Red Bull? 

R - Ah ah, a seguir à vitória em Budapeste deram-me seis ou sete voltas num Fórmula 1. Foi muito bom. A vantagem é que eu tinha acabado uma corrida há três horas naquela pista, por isso sabia o meu caminho e deixaram-me puxar logo de início. Estes testes são feitos com pneus que se chamam show tyres – não foram feitos para fazer tempos, fazem o carro escorregar muito. Mas não deixa de ser um Fórmula 1.

P - Notaste uma grande diferença em relação ao Force India de 2010? 

R - É difícil falar, porque um Fórmula 1 muda muito de ano para ano. Mas a maior diferença foi nos pneus. Na altura eram Bridgestone e aqui já eram Pirelli. Ainda por cima eram os show tyres. É complicado comparar, até porque passou algum tempo e já não me lembro exactamente. Mas a diferença para o meu carro das World Series by Renault não é enorme. Acho que fui apenas dois ou três segundos mais rápido no Fórmula 1.

P - Foi uma boa forma de recuperares da desilusão do fim da época na GP3? 

R - Sim. Foi uma pena. Cheguei a Monza sabendo que à partida era complicado sair de lá com o título. Então fui sem pressão. Qualifiquei-me em segundo. Na corrida ia à frente, depois caí para segundo, para terceiro, mas estava ali na guerra pela vitória, principalmente depois de o Mitch Evans, o meu principal rival, ficar de fora. Um terceiro ou segundo lugar chegava-me para sair com a liderança no campeonato e assim a corrida de domingo seria relaxada – bastava levar o carro até ao final. Quando fiquei encravado na sexta velocidade não queria acreditar. Para ser sincero, estava tudo a correr bem de mais para ser verdade. 

P - Mesmo assim ficaste na história da GP3. Foste o primeiro piloto a vencer duas corridas do mesmo fim-de-semana. 

R - Toda a gente, mesmo na Red Bull F1, diz que as pessoas viram quem merecia ganhar aquele campeonato. Mas a realidade é que daqui a cinco anos já não se lembram. Vão olhar para o papel e vai lá estar o nome do Evans em vez do meu. Mesmo assim, mostrei bom serviço.

P - Qual é o plano de ataque para os próximos tempos?

R - Obviamente gostava de voltar a repetir o teste na Fórmula 1 no fim deste ano. Está tudo bem encaminhado para isso. Falta o telefonema a dizer “sim, senhor, está confirmado”. 

P - Com a Red Bull?

R - Com uma das duas estruturas deles – também pode ser na Toro Rosso.

P - De resto, para a próxima época…

R - Não faz parte dos planos da Red Bull pôr-me na Fórmula 1, até porque os quatro pilotos deles têm contrato para o ano que vem. Por isso, acho que o melhor é repetir a World Series by Renault com uma pré-época bem feita e uma equipa boa para tentar ser campeão e então, em 2014, dar o passo para a Fórmula 1.

P - Estivemos muitos anos sem referências nos carros e nas motos. Agora estás tu a aproximar-te da F1 e o Miguel Oliveira do MotoGP. O que faz a diferença nesta emergência de talentos?

R - No meu caso, diria mesmo o apoio familiar e o quanto toda a gente atrás de mim acredita. Às vezes vejo pilotos com muito talento mas que se tiverem um mau ano os pais dizem “acabou, vais estudar”. Já tive dois ou três anos maus e o meu pai disse-me “não, vamos continuar e fazer melhor”. O facto de toda a gente acreditar naquilo em que acredito é uma grande ajuda e sem isso não se vai a lado nenhum. 

P - Alguma vez duvidaste do caminho que estavas a seguir?

R -  Não, nenhuma. Mesmo nos maus anos consegui tirar coisas boas. Tive épocas em que tive de batalhar no meio de 15 pilotos, em 15.º ou 20.º. E acho que isso é importante. O Vettel, por exemplo, entrou para a Fórmula 1 com a Toro Rosso e não ganhou corridas logo. Teve de andar ali no meio do pelotão. 

P - Dos pilotos que agora estão na Fórmula 1, para qual olhas mais como referência? 

R - É complicado. O Alonso é o piloto mais completo. No início deste ano tinha um mau carro e mesmo assim estava em primeiro no campeonato. Dou-lhe um grande valor pela forma como faz toda a gente à volta trabalhar para ele. Como talento natural, talvez o Vettel, porque se senta num carro e é logo muito rápido. 

P - Aí o carro também ajuda… 

R - Claro, não há milagres. Em Monza o carro da Red Bull não estava bom e o Vettel qualificou-se em sexto. Para mim, todos os pilotos da Fórmula 1 têm de ser muito bons para lá estar. Mas também há determinados lugares ocupados sobretudo porque por trás há muito dinheiro. Não só por isso. O Maldonado leva 30 milhões por ano para a Fórmula 1, mas merece lá estar. Ganhou a GP2, teve bons resultados antes disso e já ganhou uma corrida de Fórmula 1 na segunda época. É verdade que traz muito dinheiro, por isso interessa a muitas equipas ter um piloto como ele.

P - No teu caso, achas que a ascensão à Fórmula 1 estaria comprometida se não houvesse este apoio tão grande da Red Bull?

R - Sim, sinto um bocadinho. Íamos ter sempre de contar com o apoio de Portugal, que infelizmente até agora não tem sido grande. A Red Bull é uma grande ajuda, sobretudo na parte desportiva. Continuo disponível para dar a cara por empresas ou pessoas que queiram estar por trás deste projecto. Acho que se não for agora vai ser mais complicado no futuro. Depois, estando numa equipa de Fórmula 1, torna-se mais restrito.

P - Chegaste a sentir que era preciso encontrar um plano B para a tua carreira?

R - Tenho a noção de que se não for… se não fosse para Fórmula 1 (e se não for) a minha carreira não acaba. Dá para fazer vida disto noutros sítios, como piloto oficial de uma marca ou assim. Vimos o caso do Filipe Albuquerque, que não chegou à Fórmula 1. Tinha talento de sobra, mas está com a Audi e está muito bem. Se não conseguir, é isso que quero fazer.

P - Como seria um grande prémio de sonho para ti na Fórmula 1?

R - Ganhar em Spa.

P - Com pole position e volta mais rápida.

R - Exacto! Por acaso na GP3, este ano, ganhei o prémio de mais voltas mais rápidas. Fiz seis. Faltava-me um pouco de andamento em qualificação, mas nunca em corrida!

WSR: Felix da Costa vence em Paul Ricard

O piloto português António Félix da Costa venceu esta tarde a primeira das duas corridas da World Series by Renault (WSR) que se disputam este fim de semana no circuito de Paul Ricard. Debaixo de chuva, Félix da Costa disputou a liderança com o britânico Nick Yeolly, do qual chegou ao primeiro posto no final da 11ª das 21 voltas completadas, enquanto via alguns dos seus rivais, como o holandês Robin Frinjs, o brasileiro André Negrão e o francês Jules Bianchi, a se despistarem ou a perderem muito tempo com a chuva.

No final, numa prova sem erros e demonstrativo da sua capacidade de pilotar debaixo de condições adversas, Felix da Costa vence pela segunda vez nesta temporada, na frente de Yeolly e do russo Daniil Move. Jules Bianchi foi o quarto, na frente de outro dinamarquês, Kevin Magnussen.

"É a minha segunda vitória na World Series e esta foi espectacular, totalmente merecida e dedico à equipa Arden, pois em conjunto temos evoluído bastante o carro e estamos cada vez mais competitivos. Estou muito contente e não me canso de agradecer a todos os Portugueses o apoio que recebo diariamente. É bom saber que acreditam tanto como eu que é possível chegar à Fórmula 1. É para isso que trabalho diariamente e sinto que estamos no caminho certo." disse depois o piloto de Cascais na sua página do Facebook.

A segunda corrida da WSR ocorre amanhã.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Fibra de Carbono - Episódio dezanove

No programa "Fibra de Carbono" desta semana, falamos sobre o GP de Singapura e a situação do campeonato de Formula 1 após esta corrida, falamos um pouco sobre a GP2 e o seu final e alguma da especulação referente à proxima temporada, desde a dança nas cadeiras até às dúvidas sobre o GP de New Jersey. 

Falamos também da atualidade no WRC e em relação aos factos históricos, assinalamos os 30 anos do GP de Las Vegas e referimos que muito provavelmente, o circuito desenhado no parque de estacionamento do Ceasar's Palace foi o pior de sempre.

Tudo isto e muito mais podem ouvir aqui, seguindo este link. Esperemos que gostem do programa!

P.S: Isto foi gravado antes da dança das cadeiras destes dias.

Noticias: Eis o calendário da Formula 1 para 2013

A FIA divulgou há pouco os vários calendários das provas que tem sob sua tutela. No mais importante deles todos, o da Formula 1, manteve as vinte corridas que têm nesta temporada, e a grande diferença é a saída de Valencia para a entrada de New Jersey, uma segunda corrida em paragens americanas. 

A corrida será disputada a 16 de junho, uma semana depois de Montreal, no Canadá, mas pelo asterisco, continua a estar em dúvida. Pode-se supor que os organizadores lhe deram mais uma garantia de que as obras estão a decorrer e que os pagamentos estão a ser feitos, algo que agradou a Bernie Ecclestone, a pessoa que monta este calendário.

Outras novidades são o avanço do GP da Belgica em uma semana, passando agora a ser realizado a 25 de agosto, o que faz com que os integrantes do paddock tenham menos uma semana de férias. E há uma troca de calendário entre a Coreia do Sul e do Japão. Se até agora, o pelotão ia primeiro para Suzuka, antes de ir para Yeongnam, em 2013 vai ser o contrario: Coreia é a 6 de outubro, Japão será uma semana depois, a 13.

A Formula 1 começa a 17 de março, em Melbourne, e termina a 24 de novembro, em Interlagos. E Bahrein continua no calendário - será disputado a 21 de abril. 

Eis o calendário completo:

17 de março - Austrália (Melbourne) 
24 de março - Malásia (Sepang)
14 de abril - China (Xangai)
21 de abril - Bahrein (Shakir)
12 de maio - Espanha (Barcelona)
26 de maio - Mónaco
9 de junho - Canadá (Montreal)
16 de junho - Estados Unidos Leste (New Jersey)*
30 de junho - Grã-Bretanha (Silverstone)
14 de julho - Alemanha (Nurburgring)
28 de julho - Hungria (Budapeste)
25 de agosto - Belgica (Spa-Francochamps)
8 de setembro - Itália (Monza)
22 de setembro - Singapura
6 de outubro - Coreia do Sul (Yeongnam)
13 de outubro - Japão (Suzuka)
27 de outubro - India (Delhi)
3 de novembro - Abu Dhabi
17 de novembro - Estados Unidos (Austin)
24 de novembro - Brasil (Interlagos)

* sob condição

Vai ver o GP em Austin? Eis o que você não pode levar

Os organizadores do Circuit of the Americas (COTA), decidiram publicar hoje, a pouco mais de um mês e meio de receberem o GP dos Estados Unidos (18 de novembro, para quem ainda não fixou a data) uma lista de todos os items que você não pode levar para dentro do circuito de Austin.

Para além de algo que é normal neste tempo de eventos (bebidas alcoólicas, animais - excepto os devidamente certificados, como cães-guia - comida ou bebida que não esteja selada; fogos de artificio, explosivos ou outros dispositivos ilegais; bolas, Frisbees, balões, projecteis, cornetas ou vuvuzelas, rádios, badalos, apitos, instrumentos musicais, lasers, etc.) eis a parte mais interessante destes "nãos": 

- Video cameras, máquinas fotográficas com lentes excedendo 10 polegadas de comprimento ou lentes de algum tipo, dispositivos de audio e respectivos tripés. Toda e qualquer gravação de video é interdita dentro do circuito.

E claro (estamos no Texas, não é?) "Armas de qualquer tipo, incluindo facas, gás pimenta e algemas, entre outros items".

Pouca coisa é permitida dentro do circuito. "Cobertores, chapéus de chuva pequenos, cadeiras dobráveis, câmaras portáteis de uso pessoal (câmaras digitais) e binóculos. O consumo de tabaco só será permitido em lugares devidamente autorizados", conclui a nota da organização.

Isto tudo acontece pouco dias depois de Charlie Whitting ter visitado o circuito e dado a luz verde para a realização do Grande Prémio. Curiosamente, ele o faz a nove semanas da corrida, quando nos dois casos anteriores, Coreia do Sul e India, as aprovações aconteceram a meros 15 dias da realização das corridas, e ainda com certas obras a serem feitas nos dias anteriores às respectivas provas. Talvez seja a diferença entre a Formula 1 querer estar na Ásia a todo o custo e colocar-se nos Estados Unidos...

Sobre a Mercedes, Hamilton, Schumacher... e Lauda

Depois de ler as noticias desta manhã, existem duas coisas dos quais não esperava muito. Primeiro, que Michael Schumacher não anunciasse desde logo a sua aposentadoria, e segundo, que a Mercedes, no seu "shopping spree", tenha contratado Niki Lauda para as funções de "diretor na área da formação", uma coisa muito nebulosa à partida, mas que pode se traduzido por um cargo de relações públicas, uma recompensa pelo facto de ter servido de intermediário entre a marca alemã e Bernie Eccclestone nas negociações para o novo Acordo da Concórdia.

Ross Brawn, diretor desportivo da Mercedes, explicou que nos “últimos três anos colocámos de pé as fundações de que precisamos para competir de forma regular pelos campeonatos do mundo. Agora temos o potencial para igualar qualquer outra equipa na grelha, que é o padrão mínimo para uma formação oficial da Mercedes-Benz. O nosso objetivo é traduzir esse potencial em performance de pista para a próxima época e seguintes”.

Lá que estão a gastar muito dinheiro para ser "o melhor, ou nada" (lema que adotaram nos últimos tempos), isso é verdade. Pagar cem milhões de euros por Lewis Hamilton nos três anos seguintes é obra, mas as pressões agora estarão mais altas. Nico Rosberg quer provar que não é nenhum saco de pancada para a estrela da companhia, seja ele Schumacher ou Hamilton (apesar de serem amigos e terem corrido juntos na Formula 3), e o piloto inglês quer provar que ele não foi para lá pelo dinheiro, mas vai ser complicado. Eu comparo-o ao cantor Kanye West, que tem muita lábia e pouco para mostrar. 

E este vai ser um momento decisivo para a sua carreira: ao sair da sua zona de conforto da McLaren, onde foi criado, para ir à Mercedes, onde terá estatuto indiscutível de primeiro piloto, tem de provar que não é Jacques Villeneuve, que destruiu a sua carreira na BAR, ou Damon Hill, que fez a pior mudança na vida, quando foi para a Arrows, em 1997.

Em relação a Michael Schumacher, creio que adiou a decisão de se retirar, sinal de que quer continuar na Formula 1 em 2013. Sempre achei que o seu foco fosse esse, especialmente quando me contaram que a Mercedes lhe ofereceu cargos como embaixador e um lugar na sua equipa do DTM e ele simplesmente recusou. Ele ainda acha que em 2013, quando tiver 44 anos, será um piloto tão válido como os outros. Disso, não tenho duvidas, não coloco isso em causa, mas o problema é esse: Schumacher tornou-se mais um piloto como os outros, deixou de ser a mais valia que todos admiravam, temiam e detestavam, há dez, doze, quinze ou dezoito anos atrás, e que o fizeram bater todos os recordes.

A dança das cadeiras de hoje foi estrondosa, sinal de que a Mercedes apostou em tudo para ser campeã do mundo de Construtores antes de 2015. Agora torce-se para que Ross Brawn ajude a fazer um grande carro para justificar todo este investimento.

Dança das Cadeiras: Schumacher retira-se, Hamilton na Mercedes, Perez na McLaren

Lewis Hamilton vai para a Mercedes em 2013, no lugar de Michael Schumacher. Este pode ser o anuncio que poderemos ouvir nas próximas horas da boa do próprio piloto britânico, numa das mudanças mais importantes desde a saída de Fernando Alonso da Renault para a Ferrari, em 2009. 

Quem deu a noticia foi o jornalista britânico Tom Cary, do Daily Telegraph, na sua conta pessoal do Twitter. Ele afirma que o acordo já está feito e assinado desde há algum tempo, só que não tinha sido anunciado porque antes disso, queria ter a garantia de que a Mercedes assinasse o novo Acordo de Concórdia, que muito provavelmente foi assinado esta semana. O acordo será de três temporadas e renderá cerca de cem milhões de dólares, fazendo com que seja o piloto mais bem pago da Formula 1, com um salário ligeiramente superior ao de Fernando Alonso.

Este vai ser um dos vários anúncios que poderão acontecer amanhã. O outro poderá ser o da retirada de Michael Schumacher da Formula 1, pela segunda vez na sua carreira. Este poderá ser feito pelo próprio numa entrevista a um canal de televisão alemã, que está previsto acontecer também nesta sexta-feira. 

Caso tudo isto se confirme esta sexta-feira, isso significa que Eddie Jordan tinha razão quando deu o furo. Sendo um insider dos bons, e sabendo como isto se move, creio que ele sabia dos desejos de Hamilton em ser o piloto mais bem pago do mundo, e coisas como o "twittergate" fizeram com que ele forçasse a sua saída da equipa que o formou, dos karts até à Formula 1, bem como a sua convivência com Jenson Button, apesar de ser algo igualitária, é o até ao limite do suportável, especialmente quando se trata da luta pelo título. 

E com isto, acontece uma reação em cadeia. Muito provavelmente, muito a McLaren poderia contratar ou o finlandês Heiki Kovalainen - o que seria um regresso - ou o escocês Paul di Resta, da Force India, que já foi piloto de testes da McLaren. O primeiro seria um excelente segundo piloto para Jenson Button, enquanto que o segundo faria suar um pouco mais o campeão do mundo de 2009, ao serviço da Brawn. Mas segundo o jornalista Américo Teixeira Jr., a McLaren não ficará com nenhum desses dois pilotos. O escolhido foi o mexicano Sergio Perez, que traz consigo o apoio da Telmex, de Carlos Slim, já que a Vodafone irá embora da equipa de Woking no final desta temporada. A ser verdade, isso quer dizer que foram mais velozes do que a Ferrari, que decidiu apostar no seguro e manter Felipe Massa por mais uma temporada.

E claro, isso pode ser mais do que suficiente para que haja agitação nas equipas do meio do pelotão. Sebastien Buemi e Jaime Alguersuari, que foram despedidos da Toro Rosso no inicio do ano, poderão estar à procura de lugar na Sauber - que poderá ter o holandês Robin Frinjs, lider da World Series by Renault, como terceiro piloto - ou na Caterham, porque tudo indica que terão uma dupla totalmente nova no ano que vêm, pois Heiki Kovalainen quer sair e Vitaly Petrov parece não ter dinheiro para a correr mais uma temporada na categoria máxima do automobilismo.

Mas essas são peças a serem observadas mais tarde. O que interessa hoje é que estamos a poucas horas de um anuncio que vai mudar muito o pelotão da Formula 1.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Youtube Rally Presentation: A Hyundai chega ao WRC


Eis o video que a Hyundai colocou hoje no Youtube para anunciar a sua chegada ao WRC a partir de 2013, dez anos após a sua última aparição. Veremos o que isto poderá dar, e espera-se que seja melhor sucedida do que da outra vez.

5ª Coluna: O exagero das suspensões

Mais um Grande Prémio passou, e como sempre, ele teve disputas na pista, algumas delas bem quentinhas. Mas o que me incomodou neste loongo GP de Singapura foi que tivemos de esperar por mais de duas horas para saber se Sebastian Vettel era ou não confirmado como vencedor da corrida, devido a uma manobra que fez no final da primeira entrada do Safety Car, que apanhou Jenson Button desprevenido. Os rumores correram velozes, mas não passaram disso.

Assim como foi a noticia de que Bruno Senna tinha sido penalizado por uma manobra onde apertou o seu compatriota Felipe Massa na zona da Anderson Bridge, onde o piloto da Ferrari escorregou o seu carro e salvou-o "in extremis". Durante a corrida, os comissários disseram que a manobra não seria passível de penalização, mas depois da corrida, um site na Net anunciou que Senna tinha sido penalizado em dez lugares para a corrida no Japão. Por momentos, os jornalistas agitaram-se, mas o porta-voz da FIA confirmou a informação dada durante a corrida. A única penalização que existiu na corrida foi a de Michael Schumacher, pela "trombada" que deu na traseira de Jean-Eric Vergne.

Toda esta agitação sobre as penalizações a sua enorme facilidade em aplicá-las por parte dos comissários de pista rotativos, começa a ser exagerado para mim. Acho até que, caso isto não tenha limites, isto é mais um prego no caixão da Formula 1 que vivemos no passado. Antigamente, quando comecei a ver o automobilismo e e ficar apaixonado por ele, a meio da década de 80, as penalizações eram uma excepção e não a regra. Havia incidentes de corrida, mas estes não eram sancionados da forma que são agora. A mais grave resultava em desclassificação, e esta era aplicada através de uma bandeira negra, com o seu numero agarrado, quando a sanção era grave. Por exemplo, entrar nas boxes de marcha atrás.

É certo que os incidentes de Suzuka, em 1989 e 1990, poderiam ter desencadeado um novo conjunto de sanções e respectiva fúria, mas isso não aconteceu de imediato. O "stop and go" e o "drive through" são sanções que foram colocadas a partir de 1994, quando a Formula 1 andava paranóica com a segurança, e quando aconteceram vários incidentes com alguma gravidade, como foi a batida de Eddie Irvine em Interlagos. Mas essas suspensões foram colocadas devido a reincidências. No caso do irlandês, estava de aviso após Suzuka, no ano anterior, e a suspensão de três corridas não era a inicial, aconteceu porque a Jordan recorreu da sentença e a FIA não gostou de ver uma equipa a contestar a decisão.

Durante muitos anos, as sanções não foram aplicadas porque não se importaram muito com as manobras dos pilotos em pista. Agora que apareceu uma nova geração e estes não tão bem comportados como as anteriores, devido à adição de coisas como as escapatórias em asfalto e o facto de os carros serem cada vez mais resistentes, para além da aparição da asa móvel e do DRS, faz com que os pilotos lutem por uma posição, muitas vezes no limite da legalidade.

Contudo, "passou-se do oito para o oitenta". Se colocar as quatro rodas do carro fora da pista és penalizado, se bateres na traseira do carro que vai à frente é penalizado, mesmo que tenhas uma falha nos travões, se apertares o piloto que te passa, levas um drive-through... enfim, os comissários estão a fazer uma aplicação mesquinha das regras e as penalizações na Formula 1, e muitas vezes, os resultados na pista são alterados na secretaria, porque os comissários começam a analisar todas as imagens da corrida, para ver se aplicam sanções ou não.  

Disse há umas semanas que punir por punir não era a melhor solução. Francamente, prefiro mais que a FIA aplique esta fúria de sanções nas categorias de promoção, educando-os para correrem de forma leal e correta, para evitar os exageros que vemos agora na Formula 1. É que se fica agora com a ideia de que, aconteça o que acontecer na pista, tudo pode ser alterado mais tarde na secretaria, se piloto A ou B fizer - mesmo sem querer - um erro ou uma manobra errada. E se no final da temporada teremos um campeão porque foi o menos penalizado pelos comissários de pista, todos eles ex-pilotos convidados pela FIA para ver se sabem guiar bem ou não, a sensação de falsidade ficara no ar, e as velhas teorias da conspiração reaparecerão, como a de que a FIA não é nada mais do que a "Ferrari International Assistance".

É certo que esta geração é nova e causa mais acidentes por se arriscar cada vez mais. Mas isso, como disse atrás, pode ser corrigido de raíz, nas categorias de promoção. E essa fúria penalizadora que a Formula 1 sofre agora, não se vê na GP3 ou GP2, onde provavelmente seria mais indicada, para modelar as mentalidades e conter os impulsos dos aspirantes a campeões do mundo. 

Noticias: Löeb vai fazer um programa parcial em 2013

Os rumores eram muitos ao longo dos últimos meses, mas hoje confirmaram-se: Sebastien Löeb vai fazer um programa parcial no WRC em 2013, optando por se retirar desta competição aos poucos e dedicando-se provavelmente a duas coisas: a sua equipa de Endurance e eventualmente a uma participação no WTCC ao serviço da Citroen, já que se soube hoje que existem negociações para a entrada da marca francesa no Mundial de Turismos em 2014.

Löeb afirmou que por agora, a única certeza é que vai alinhar no Rali de Monte Carlo, em janeiro, e as outras participações acontecerão ao longo do tempo. Quanto à equipa, eles confirmam que Mikko Hirvonen será o piloto da equipa. "Iremos fazer outro anúncio quanto à segunda dupla que vai competir no lugar do Seb e do Daniel [Elena] mais tarde", referiu a marca gaulesa.

Assim sendo, parece que o piloto francês de 38 anos vai fazer uma transição das classificativas, onde foi o piloto mais bem sucedido de sempre (74 vitórias e oito títulos mundiais, a caminho do nono título mundial consecutivo) para as pistas, onde já tem alguns resultados interessantes, nomeadamente ao nível da Endurance, com um segundo lugar nas 24 horas de Le Mans, em 2006.

Entretanto, a Citroen anunciou também que está a fazer planos para participar no Mundial de Turismos em 2014, e esses planos incluem Löeb como piloto. "O papel de embaixador Citroën para uma personalidade como Sebastien [Löeb] não pode ser passiva. Esse projeto irá dar-lhe a oportunidade de seguir uma carreira no circuito com o apoio do fabricante, com o qual está associado desde sempre. Para a Citroën, o WTCC pode servir para nos destacar em mercados importantes, como a China eo Brasil", começa por explicar Yves Matton

"A decisão final sobre o programa está ligado à evolução dos regulamentos da FIA e, claro, a disposição de nossos parceiros atuais e futuros para nos apoiar neste projecto.", concluiu. 

Noticias: Hyundai anuncia hoje a sua entrada no WRC

Dentro de algumas horas, no Salão Automóvel de Paris, a coreana Hyundai vai anunciar que estará no WRC em 2013, ao lado de Citroen, Ford, Mini e Volkswagen. Com o Mundial de Ralis a crescer de interesse, pois sabe-se que a Toyota também tem planos para entrar em 2014, a Hyundai vai fazer o seu regresso com o modelo i20, depois de ter considerado o i30 e o Veloster.

Não existem grandes detalhes sobre esta participação, se farão esta aventura a solo, com os carros a serem construídos numa sede própria ou se irá fazer alguma ligação a algum preparador na Europa, no sentido de eles ajudarem a apressar a evolução do seu carro, como faz por exemplo da Prodrive, em relação à Mini. Nesse aspecto, não são conhecidos pormenores, mas sabe-se que no ano passado, a Rhys Millen Racing correu nos Estados Unidos com uma versão rally do Veloster, com um motor de quatro cilindros turbocomprimido, que puxava cerca de 500 cavalos.

Também não se conhece nada sobre quem serão os pilotos que guiarão oficialmente o Hyundai. Que existem excelentes pilotos no Mundial que poderão ter a sua chance na equipa, desde Mads Ostberg a Ott Tanak, passando por Martin Prokop e Chris Atkinson, todos eles poderão ajudar no desenvolvimento de um carro que à partida poderá ter cerca de 200 cavalos de potência.

GP Memória - Portugal 1992

Quinze dias depois de terem corrido em Monza, máquinas e pilotos rumavam para Portugal no sentido de correrem a antepenultima prova do ano, a última em solo europeu. A grande novidade no pelotão da Formula 1 era a ausência da equipa Fondmetal, que tinha ficado sem dinheiro e decidido fechar as portas, deixando Gabriele Tarquini e Eric Van de Poele sem volante. Assim, alinhariam apenas 26 carros fazendo que todos participassem na corrida.

Na qualificação, os Williams monopolizaram a primeira fila da grelha, com Nigel Mansell a ser melhor do que Riccardo Patrese, enquanto que na segunda linha, o monopólio era da McLaren, com Ayrton Senna e ser melhor do que Gerhard Berger. A terceira linha era outro monopólio, os Benetton de Michael Schumacher e Martin Brundle, enquanto que na quarta fila estavam o Lotus de Mika Hakkinen e o Footwork-Arrows de Michele Alboreto. A fechar o "top ten" estavam o segundo Lotus de Johnny Herbert e o Ferrari de Jean Alesi.

Antes de começar a corrida, Michael Schumacher teve problemas em ligar o seu Benetton para a volta de aquecimento e acabou por largar das boxes. Quando aconteceu, Mansell pulou para a frente, com Patrese no segundo posto, seguido pelos dois McLaren. Mansell começou a afastar-se, enquanto que Patrese lidava com Senna e Berger, mas estes não os incomodava muito. Contudo, quando ia fazer a primeira paragem, um dos mecânicos atrapalhou-se com a troca e o italiano saiu atrás dos McLaren.

Ele decidiu aumentar o ritmo e tinha conseguido ficar atrás de Berger quando este foi fazer a sua  paragem nas boxes. Contudo, esqueceu de sinalizar isso ao piloto da Williams e quando reparou, já estava a ser catapultado pelo carro do austriaco, indo pelo ar e caindo com estrondo no chão, arrastando-se pelo muro de proteção por mais de cem metros. Patrese saiu incólume e Berger não teve estragos, podendo continuar a corrida. Apesar dos protestos da equipa no final, os comissários viram as imagens e chegaram à conclusão que foi um mero incidente de corrida.

Os destroços do carro de Patrese causaram furos em alguns pilotos, entre os quais Michael Schumacher, que teve de parar duas vezes e caiu imenso na classificação.

Na parte final da corrida, Senna começou a ter problemas com a coluna de direção e cedeu o segundo lugar a Berger. No final, e sem ser incomodado, Nigel Mansell viria a ganhar pela nona vez nesta temporada, com os McLaren de Berger e Senna a ladeá-lo no pódio. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Benetton de Martin Brundle, o Lotus de Mika Hakkinen e o Footwork-Arrows de Michele Alboreto. 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Youtube Documentary: Camber e o Patinho Feio


Que há coisas do passado que merecem ser contadas, merecem. E sempre fiquei fascinado com a história do Patinho Feio, feito por um bando de adolescentes que tinham gasolina nas veias e adoravam mexer na mecânica. E que as pessoas que ajudaram a construír e a pilotar isso acabaram por ter uma carreira na Formula 1. Um deles foi campeão do mundo, até.

Pois bem, hoje descobri através do Mocambo, o blog do Jovino, que está a ser feito um documentário sobre a oficina Camber e o Patinho Feio, que venceu corridas no final dos anos 60, inicio dos anos 70, guiado por pilotos como Nelson Piquet, Roberto Moreno e Alex Dias Ribeiro. O "trailer" do filme pode ser visto aqui, e espero que tenha uma estreia dentro em breve, porque tenho a certeza que é uma história que merece ser contada.

Youtube Drift Style: Um AC Cobra na sua sala


Só faz quem pode. E este senhor alemão, aparentemente na casa dos sessenta anos, pode. E é bom saber que tem experiência para controlar um bicho como o AC Cobra... o video, que vi pela primeira vez por aqui, foi colocado no Youtube há um mês e já teve mais de 1,7 milhões de visualizações. 

Carrol Shelby teria sorrido, de certeza. 

Haverá ou não uma corrida em New Jersey?

A grande noticia do dia veio da boca do próprio Bernie Ecclestone, que muito provavelmente não haveria um GP em New Jersey, que está marcada para o meio de junho de 2013 no calendário provisório da Formula 1. Segundo ele, em declarações ao jornal The Guardian, “os organizadores não cumpriram os termos e condições do contrato que dessa forma cessou a sua validade. A partir de agora eles não têm contrato.

Não é a primeira vez que ele diz isso. Já tinha avisado em abril que havia atrasos na construção e pagamento do circuito urbano que está a ser construido nas margens do Rio Hudson, e em agosto, a pessoa que estava à frente do projeto, Tom Cotter, demitiu-se.

"Estamos muito perto do final do prazo. Teremos uma reunião do Conselho Mundial dentro em breve, e creio que se tiverem alguém a apoiá-los, então acontecerá em 2013, porque já fizeram muito trabalho em erguer a pista", concluiu.

Com o "skyline" de Manhattan ao fundo, New Jersey era um velho sonho do próprio Bernie. Em 1983, chegou a estar marcado no calendário um GP de Nova Iorque, que seria corrido na zona do Times Square, mas foi cancelado a meio do ano e no seu lugar deu origem no GP da Europa, em Brands Hatch. 

Sendo as negociações entre ele e os organizadores dos circuitos um assunto muito opaco, andei a ler ao longo do dia as reações de algumas das pessoas mais por dentro do assunto, mas por agora, andam todos muito calados. Pode ser que estejam em viagem para o Japão ou para outros lados,  mas também posso entender este silêncio uma forma de afirmar que nunca acreditaram nesta história de uma segunda corrida em paragens americanas. A unica reação significativa a não ser dos organizadores locais, que dizem que tudo está a ser feito como previsto. Curiosamente, a noticia surge no mesmo dia em que Charlie Whitting deu luz verde para a realização do GP dos Estados Unidos, no circuito texano de Austin...

Mas há coisas que aprendi com as declarações de Ecclestone, são as seguintes: existe sempre uma segunda leitura para além do obvio. É dinheiro e garantias de que ele irá receber a sua parte. Aliás,  o próprio Ecclestone afirmou este domingo, em Singapura, que só falaria com alguém relacionado com um futuro GP da Argentina "quando deparasse com pessoas sérias". 

Esta sexta-feira, em Paris, saberemos o calendário para 2013, e veremos de New Jersey faz parte. Se sim, é porque deram garantias, se não, poderá haver uma briga relacionada com dinheiro. No mínimo.