sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Abandonar no Auge: 7 - Nigel Mansell (1992)

A história de Nigel Mansell na Formula 1 foi de persistência e muito azar na sua carreira. Nelson Piquet disse certo dia que ele "perdeu três campeonatos", o que é verdade. E pior, perdeu todos esses campeonatos de forma dramática, entre furos a alta velocidade e acidentes graves, que o atiraram para o hospital pelo menos uma vez, em 1987.

Contudo, o "brutânico" tornou-se num favorito para os fãs britânicos (e não só). Nascido a 8 de agosto de 1953, chegou à Formula 1 em 1980, como terceiro piloto da Lotus, onde ficou até 1984. Contudo, por ali, não venceu corridas, apesar da velocidade demonstrada e do arrojo.

Em 1985, transferiu-se para a Williams, onde foi mais feliz. Venceu a sua primeira corrida em Brands Hatch, terminando a temporada no sexto lugar, com 31 pontos, e no ano seguinte, lutou pelo campeonato mundial até ao fim, quando o seu pneu explodiu em plena reta, durante o GP da Austrália, em Adelaide, perdendo o Mundial para Alain Prost. No ano seguinte, continuou a estar na luta pelo título mundial, mas um acidente nos treinos do GP do Japão causou-lhe lesões nas costas e assim, o campeão acabou por ser o brasileiro Nelson Piquet, seu companheiro de equipa.

Em 1989, passou para a Ferrari, onde ficou duas temporadas, e ganhou na sua primeira corrida ao serviço da Scuderia, no Brasil, mas andava sempre atrás de Alain Prost, mesmo com um carro pouco fiável, muitas das vezes por causa da radical caixa de velocidades semi-automática.

Mansell voltou à Williams em 1991, e lutou mais uma vez pelo título mundial, desta vez contra a McLaren de Ayrton Senna. As coisas resolveram-se em Suzuka, a favor do brasileiro, quando ele perdeu o controle do seu carro na volta 14 do GP do Japão.     

Mas por fim, em 1992, alcançou o que tanto almejava: o título mundial. O Williams FW14 era o melhor carro do pelotão, tanto que ele alcançou o título no GP da Hungria, sete corridas antes do final da temporada. Nunca se tinha visto tamanho domínio na Formula 1 até então.

Contudo, Frank Williams negociava por trás dos bastidores a chegada de Alain Prost à equipa em 1993. Furioso, Mansell decidiu chocar o mundo da Formula 1 dizendo em Monza que iria abandonar a Formula 1 no final dessa temporada, rumando para a IndyCar, com um contrato chorudo, para a Newman-Haas. O britânico, apesar de ter 39 anos nessa altura, era ainda suficientemente competitivo para conseguir o título na competição americana em 1993, o primeiro "rookie", o segundo estrangeiro e o terceiro antigo campeão de Formula 1 a alcançá-lo, depois de Mário Andretti e Emerson Fittipaldi.

Mansell continuava competitivo em 1994, mas a meio do ano, Frank Williams pedia para perdoar e regressar à sua equipa. Perdera Ayrton Senna e Alain Prost não queria voltar. Mansell voltou e correu em três Grandes Prémios, vencendo em Adelaide, a última prova do campeonato. Tinha então 42 anos de idade, mas puxou demasiado da sua sorte em 1995, quando foi correr pela McLaren-Mercedes, ao lado de Mika Hakkinen. Duas corridas mal conseguidas acabaram com o seu abandono pela porta pequena...

1 comentário:

Leandro disse...

Salvo engano foram 4 os Grandes Prêmios que ele correu: o da França e os 3 últimos da temporada.

Sobre não ser preferido só dos britânicos, se vê muito isso aqui no Brasil. Se perguntarem o preferido dos rivais do Senna, muitos vão falar do Leão. Gostávamos de Senna por sempre arriscar muito, e o Leão arriscava até mais. Por isso até não teve tantos resultados.

Se polisse mais seu talento, poderia ter rivalizado com Senna nos números.