sexta-feira, 10 de julho de 2009

Cómico, se não fosse trágico!

Monseiur Jarier, vous êtes assassiné!


Não sei se o Jean-Pierre Jarier costuma vir aqui, mas deixo esta mensagem para ele ver. É que li esta manhã que ele foi "assassinado" na favela Belo Horizonte, em Mossoró, no estado brasileiro do Rio Grande do Norte.


Tenham calma, meus amigos, é apenas um pobre rapaz de 29 anos, biscateiro de profissão, de seu apelido "Jean Cabeção". Aparentemente, levou um tiro na região... glutea, que atravessou a artéria femural, sangrando-o até à morte. Podem ver a noticia aqui.


Ler uma noticia destas assusta qualquer um, é certo. Mas é uma razão pelo qual os brasileiros aceitam nas suas conservatórias todo e qualquer nome que os pais queiram por aos seus filhos e filhas quando nascem, por muito estranho que ela seja. A minha história favorita é a do Tospericargeja, nome inventado por um senhor amazónico que, querendo deixar para a posteridade os jogadores que deram o tricampeonato para o Brasil, decidiu juntar as primeiras letras dos jogadores: TOStão, PElé, RIvelino, CARlos Alberto, GErson e JAirzinho. E se falamos de jogadores, quantas pessoas com nomes de pilotos de Formula 1 não andam por aí? Sei de um Patric Itambé...


Em Portugal as coisas são muito mais estritas. As conservatórias tem instruções claras para impedir o registo de nomes ditos... excêntricos. Nomes estrangeiros, por exemplo, estão proibidos.


Bom, o caso que coloco aqui é outro exemplo de como as coisas entre um país e outro podem assustar alguém. Especialmente quando esse alguém ainda está vivo... e por coincidência, o verdadeiro Jarier comemora hoje o seu 63º aniversário natalício. Joyeux anniversaire, Jean-Pierre!

5 comentários:

Anónimo disse...

Muito interessante o post,parabéns!!
aqui em meu estado(Espirito Santo)tem um piloto de nome Dieques Icles,uma "homenagem" do pai dele ao original Jack Ickx..
e na minha cidade,Marataizes,tem um conhecido que se chama Rumenique..por causa do goleiro alemão Karl-Heinz Rummenigge...

Concordo com você,no Brasil deveria existir critério de registro de nomes próprios..
um abraço!!

Daniel Médici disse...

Caramba, que susto eu teria levado se tivesse lido a notícia!

Anónimo disse...

Com todo o respeito, é por isso que as vezes digo que este país tem a mentalidade "pobre"... no sentido de pobreza de espírito, não financeira. Determinadas regiões deste país são simplesmente fanáticas por nomes estrangeiros. Acham que tem glamour, que é "chique".

Acontece que a maioria dessas pessoas não tem cultura, mal sabe escrever corretamente o português, às vezes mal sabem assinar o nome.

Então, por exemplo, minha irmã tem como amigas meninas como Emilly Erika (sim, nome composto), Kéthlyn, Jennifer, e por aí vai.

Para falar de Michael Jackson, por exemplo, podemos lembrar do lateral da Internazionale, Maicon. Ou um antigo médio defensivo do São Paulo FC e da Portuguesa de Desportos, Oleúde (inspirado em Hollywood), cujo apelido em campo era "Capitão".

Acredite, tem coisas muito mais bizarras do que isso tudo que citei. Seria necessário, no mínimo, no mínimo mesmo, uma lei como a que existe em Portugal. Mas pô, aí você lembra que o presidente deste país é conhecido por um apelido que vem a ser o nome de um molusco...

Fica difícil assim. Eu tenho vergonha de ser brasileiro em muitos, muitos aspectos. Este é apenas um deles.

Ótimo post. Meus parabéns.

Anónimo disse...

Lembrando, que parece que o pai do TOSPERICARGEJA queria homenagear todos os jogadores da Seleçao de 70que haviam marcado gols na Copa. Ainda bem que esqueceu Clodoaldo.
Quanto aos pilotos, aqui no Sul tivemos o Alan Jones Casaroto, que correu de Fórmula Chevrolet.Em São Paulo, tinha um "François Cevert",que não era piloto. Já seu irmão "Creedence Clearwater", jogava futebol.Sempre tive uns 5% de admiração pelo Jarier (o piloto), porque fazemos aniversário no mesmo dia.
Abç
Caranguejo

Charles disse...

Paulo, aqui no Brasil existe mesmo essa coisa de colocar nomes esquisitos nos filhos. Um atacante de relativo sucesso por aqui era o Creedence Clearwater Revival, irmão de François Cevert. Quando o Flamengo dominava o futebol nacional, surgiram nomes em homenagens aos jogadores do time carioca. Zicomengo, Flamina, Adijúnior entre outros surgiram por aí.

A restrição a nomes estrangeiros que você disse seria uma boa solução. Seria... porque como somos um povo criativo, é fácil burlar essa legislação.

Olha só um exemplo e de um piloto do passado: alguém lá em Manaus decidiu homenagear o piloto Nigel Mansell, e provavelmente devido a restrições de nomes estrangeiros ele adaptou o nome do pimpolho para NAIDIELMANCEL Nascimento de Souza, como pode ser visto no link abaixo:

http://www.maskate.com.br/?pg=ver.impressa&id=4402