segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A imagem do dia (II)

Há precisamente 40 anos, em Interlagos, começava o campeonato do mundo de Formula 1 de 1976. O defeso tinha sido agitado, especialmente quando um dos candidatos ao título, Emerson Fittipaldi, decidiu abandonar a McLaren para seguir o sonho brasileiro da sua própria equipa, a Copersucar, com o seu irmão, nos carros desenhados por Ricardo Divila. No seu lugar veio James Hunt, que ficara sem lugar quando a Hesketh faliu, sem dinheiro para continuar, porque os bolsos de Lord Hesketh tinham sido fechados.

Tudo isto era assistido por Niki Lauda, o campeão do mundo de 1975 e que achava que continuava a ter o carro campeão. Em Maranello, em carro vencedor não se mexia e havia confiança de que tudo se manteria, com o austríaco a caminho de um provável bicampeonato. E com Fittipaldi fora do caminho e com Hunt a adaptar-se, parecia que a concorrência não estava à altura.

E havia equipas que não tinham os seus carros prontos. No final de 1975, a Tyrrell tinha espantado o mundo ao apresentar o projeto 34, com seis rodas, para os seus pilotos Jody Scheckter e Patrick Depailler, para substituir um modelo 007 que estava já datado e que na temporada anterior apenas tinha dado uma vitória no campeonato. Mas esse carro só estava pronto em Jarama, no GP de Espanha, numa altura em que a FIA tinha ordenado que as entradas de ar por cima do piloto teriam de ser retiradas, pois estes estavam a chegar a um ponto de exagero. A novata Ligier, com o seu JS5, tinha uma entrada de ar tão grande que rapidamente foi batizada de "bule de chá azul".

A Brabham tinha feito uma boa temporada em 1975, com duas vitórias, uma para cada um dos seus pilotos, mas em 1986 decidira arriscar e receber os motores flat-12 da Alfa Romeo, no sentido de ter mais potência do que a Cosworth, pois era o mesmo tipo de motor que a Ferrari tinha e vencera o campeonato. A experiência estava a começar, mas eles sentiam as diferenças entre o leve V8 da Cosworth e o pesado V12 italiano. E a Lotus também estava a passar por uma fase de transição, depois de reformarem de vez o modelo 72, após cinco anos de bons serviços.

No calor de Interlagos, Lauda levaria a melhor sobre Clay Regazzoni e o Shadow de Tom Pryce, enquanto que James Hunt não terminava a corrida devido a problemas de motor. O que eles não viam era que Lauda, que tinha conseguido ali a sua segunda vitória consecutiva e que estava no pódio pela terceira vez consecutiva, iria ter um dos arranques de campeonato mais vencedores até então, comparado com as temporadas vencedoras de Jim Clark em 1963 e 1965.

Mas a temporada estava prestes a começar...

Sem comentários: