sábado, 2 de março de 2024

Formula 1 2024 - Ronda 1, Bahrein (Corrida)


E chegou o dia.

Não se sabe se será a temporada mais longa de sempre, mas que é a mais preenchida, isso é real. E pela primeira vez na sua história, os mesmos pilotos de 2023 transferiram-se para 2024, o que mostra até que ponto esta competição está fechada. Afinal de contas, a FOM decidiu excluir a Andretti, afirmando que "não acrescenta valor" - e foi o assunto do inverno, mostrando por outras palavras que só querem 10 equipas. Se outros querem entrar, comprem um lugar: é tudo "franshising".    

Mas se formos ver bem, isto tudo parece ser um ano de transição. Ou seja, 2024 poderá ser um ano como 2004: já sabemos quem será campeão, se conseguirá a quantas corridas do fim. E se calhar, o chassis entrará no panteão dos grandes chassis, ao lado de carros como o McLaren MP4/4 ou o Lotus 79. E digo que "teremos" porque parece que tudo que Adrian Newey desenha, acaba poer encaixar perfeitamente, porque ganha corridas e campeonatos. 

Como disse ontem, termos Bahrein e Arábia Saudita num sábado à tarde - à noite naqueles sítios - tem a ver com o Ramadão, que começará logo após a corrida saudita, aparentemente. É anormal saber que a semana acaba hoje e teremos um domingo "vazio", mas a religião trata destas coisas e a nossa mentalidade é termos de habituar. E nós, ocidentais, não estamos habituados a isto: coloquem-se na pele do outro. Nos países islâmicos o domingo deles é sexta-feira. Como é que se habituam a ver isto num "dia de trabalho" que é sábado e domingo?


Na partida, Max largava bem, com Leclerc atrás, e as coisas corriam bem na primeira curva... excepto um dos Aston Martins - o de Stroll. Depois, Hulkenberg, no seu Haas, se queixou de danos na asa dianteira, suficientes para ter de ir às boxes.   Todos partiam com macios, logo, iriam cumprir poucas voltas, antes de trocar para médios, num stint mais prolongado. Na repetição descobriu-se a razão: Stroll e Hulk se tocaram. Entretanto, logo na segunda volta, o piloto da Haas trocava de asa e regressava na última posição. 

O que temíamos é que tínhamos começado a ver uma corrida aborrecida, com o neerlandês da Red Buill a dominar do inicio ao fim. E os nossos temores estavam certos. 

Max procurou logo de imediato distanciar-se dos seus adversários, mas parece que, nas primeiras voltas, isso demorava um pouco. Não estava, aparentemente, a ser o domínio esmagador de 2023, sinal de que a concorrência fez bem o seu trabalho de casa - mas isto é ainda o começo. Atrás, Hamilton procurava apanhar e passar os McLaren, porque Russell é terceiro e tentava acompanhar os dois primeiros. Leclerc, depois perdeu algumas posições, antes de deixar o segundo lugar para Russell, que na décima volta, já tinha perdido quase oito segundos para Max.

A primeira retirada do ano foi Logan Sargent, no seu Williams, na décima volta. O carro parou no final da reta, e isso foi o suficiente para que todos ficassem em alerta. Tudo numa altura em que os pilotos iam às boxes, alguns para manterem os moles, outros para meterem os duros.

As paragens continuavam, com Russell na volta 12, Pérez na seguinte, com Max a ter 11 segundos de vantagem para Carlos Sainz Jr., parecendo ser invencível. O mexicano regressou à pista atrás de Russell, mas o mexicano apanhou-o e ultrapassou-o, para ficar na quarta posição, na altura. Com o mexicano a ser o mais veloz, graças à degradação dos moles, Max parecia tranquilo, tentando aproveitar o mais possível destes pneus, até ir às boxes. Na volta 16, tinha 31 segundos!

Max foi às boxes na volta seguinte, quando Pérez começava a ganhar tempo com os duros. Entretanto. Sainz Jr atacou Leclerc no final da meta e ficou com o lugar do seu companheiro de equipa, que era quarto, ambos atrás de Russell. Pouco depois, o espanhol passou o britânico e ficou com o terceiro lugar, tentando apanhar o segundo Red Bull e evitar que existisse uma dobradinha dos energéticos. Aparentemente, Leclerc tinha problemas com os seus travões e tinha dificuldade em usá-los sem desgastar os pneus. 


Mas apesar de tudo, a modorra instalou-se. Tudo ficara estável, com a distância entre os dois primeiros estável nos 13 segundos, com Max na frente de "Checo" e parecia que estava tudo como largamos a Formula 1, no final de 2023. Lance Stroll ia às boxes pela segunda vez na volta 28, seguido por Zhou, na volta seguinte. Entre os da frente, Russell foi o primeiro a parar, na volta 32, mantendo os duros. Os outros foram nas voltas seguintes, com Oscar Piastri a ir na 36ª passagem pela meta, e na saída, tentou defender-se do Mercedes de Lewis Hamilton... mas o carro escorregou e o piloto britânico ficou com o lugar em disputa.

Na volta 37, Pérez, interessantemente, colocou moles, parecendo mais uma aposta que outra coisa qualquer. A mesma coisa aconteceu com Max, na volta seguinte, numa altura que faltavam 20 para o final. Contudo, estes eram moles novos, ou seja, ainda mais rápidos que o pelotão, ou seja... iriam deixar a concorrência ainda mais embaraçada. Nesta altura, Pérez estava a 16,5 segundos do neerlandês.

Na volta 47, Lelcerc pressionava Russell para ficar com a quarta posição, e pressionou ao ponto de ele errar uma travagem, para ficar com a posição. Contudo, o monegasco estava ainda distante do filho de Carlos Sainz, mais de 11 segundos. 

E as coisas não se alteraram até ao final, aparte uns ordens de equipa entre pilotos do qual ninguém saiu beneficiado - pode-se ver entre os pilotos da Racing Bull, que não conseguiram nada em apanhar e passar o Haas de Hulkenberg, que por sua vez, lutavam pela... 12ª posição! - e no final, Max ganhou a corrida, com o seu companheiro atrás de si e Sainz Jr a ser terceiro, na frente de Leclerc.


Até que a tarde passou rapidamente. Não acredito que os próximos 23 fins de semana sejam assim, mas é melhor preparar para esse cenário. Acho que Max será tetra em Suzuka. Veremos.    

Semana que vem, a Formula 1 irá para Jeddah. Também num sábado à tarde. Temos de nos habituar a isto.

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