Roy Salvadori, antigo piloto britânico com longa e extensa carreiras na Formula 1 Sports Cars, nomeadamente nas 24 Horas de Le Mans, morreu hoje aos 90 anos. Já se encontrava doente desde há algum tempo.
Salvadori era considerado como um dos melhores pilotos britânicos do seu tempo, os seus resultados, principalmente na Formula 1, não refletem muito aquilo que muitos dos que no seu tempo afirmaram sobre ele, que era tão bom como Mike Hawthorn, Stirling Moss ou Peter Collins. Para além disso, foi um dos primeiros pilotos a serem geridos por Bernie Ecclestone, logo, tinham uma amizade de mais de meio século.
Vencedor das 24 Horas de Le Mans em 1959 ao lado de Carrol Shelby, ao serviço da Aston Martin, o piloto britânico, de origem italiana, nasceu a 12 de maio de 1922 em Dovercourt, no Essex britânico e começou a correr pouco depois do final da II Guerra Mundial, em 1947, num Alfa Romeo de 2.9 litros. O seu talento não passou despercebido a Sidney Greene, fundador e patrão da Gilby Racing, que o convidou a guiar os seus carros, entre eles um Maserati 250F. Mas a sua estreia na Formula 1 foi num Ferrari 500 no GP da Grã-Bretanha de 1952, onde terminou na oitava posição.
Passou para a Connaught no ano seguinte, onde acumulou retiradas, até regressar à Gilby em 1954, guiando um Maserati 250F nas três temporadas seguintes, sem resultados. Contudo, participou noutras categorias, como os Turismos e a Endurance, em máquinas como a Aston Martin, Jaguar e Cooper. Em 1957, tem passagens pela Vanwall e BRM, antes de ficar pela Cooper, guiando um dos carros oficiais, ao lado de Jack Brabham.
O seu melhor ano é o de 1958, ao lado de Brabham, na Cooper. Consegue dois pódios, um deles um segundo lugar no Nurburgring, e termina a temporada com 15 pontos e o quarto lugar no campeonato, bastante melhor do que Brabham. No ano seguinte, Salvadori transfere-se para a Aston Martin, que estava a construir o seu projeto da Formula 1, sem resultados de relevo, pois o seu motor era à frente, numa altura em que a Cooper já tinha mostrado que os seus carros de motor traseiro era o futuro do automobilismo. Mas nem tudo foram espinhos nesse ano, pois venceu as 24 Horas de Le Mans, ao lado do americano Carrol Shelby.
Depois de uma temporada de 1960 desapontante no projeto da Aston Martin - apesar de ser terceiro classificado nas 24 Horas de Le Mans, ao lado de um escocês então desconhecido chamado... Jim Clark - Salvadori corre em 1961 pela Yeoman Credit, uma equipa privada que corria com chassis Cooper. No ano seguinte, com quase 40 anos, participa no projeto da Bowmaker, com um chassis Lola, ao lado de John Surtees. Se o ex-campeão de duas rodas tem uma boa participação, com dois pódios, Salvadori coleciona desistências. No final dessa temporada, decide abandonar a competição.
A partir daqui, dedica-se ao comércio de automóveis, antes de regressar à Formula 1 para ser o diretor desportivo da Cooper entre 1966 e 1967, com a equipa a ter pilotos como Pedro Rodriguez, John Surtees e Jochen Rindt, conseguindo boas prestações e duas vitórias com o motor Maserati V12: Surtees no México e Rodriguez na Africa do Sul. Após ter saído da Cooper, devido a divergências com a marca, dedicou-se à reforma no Mónaco com a sua mulher, num apartamento que se situava na rua que nos fins de semana do Grande Prémio, fica situada a linha de partida. Nos últimos tempos, frequentava os vários eventos de carros históricos, como Silverstone e Goodwood, ao lado de pilotos do seu tempo como Stirling Moss. Ars lunga, vita brevis.
1 comentário:
Tenho um exemplar antigo da F1 Racing que mostra o Roy Salvadori na janela de seu apartamento, junto com outros ex-pilotos, acompanhando a largada para o GP de Mônaco. A visão que se tinha dali era espetacular.
Enviar um comentário