quinta-feira, 31 de julho de 2014

WRC 2014 - Rali da Finlândia (Dia 1)

Já começou o Rali da Finlândia, provavelmente o mais "clássico" dos ralis existentes no Mundial, e como seria de esperar, os Volkswagen dominam, com o piloto local na frente da concorrência. Jari-Matti Latvala têm agora uma vantagem de 4,5 segundos sobre Sebastien Ogier, e ele sofre pela pressão que este está a exercer sobre ele: "Não foi um dia perfeito e tenho que fazer melhor se quiser acompanhar o Sébastien", referiu.

Mas as coisas neste primeiro dia - que teve quatro especiais de classificação - começaram debaixo de chuva, que fez com que as classificativas estivessem muito escorregadias. Mesmo assim, Latvala e Ogier em duelo ao segundo, com Latvala a ser o primeiro líder, mas com Kris Meeke a fazer um bom tempo e acabar no segundo posto, a 2,1 segundos. E claro, estava a gozar o momento: “Que belo lugar para pilotar um carro de ralis”, comentou no final da primeira classificativa. Ogier foi o terceiro, mas admitiu que não queria arriscar neste começo de rali.

Nas classificativas seguintes, Latvala tentou distanciar-se de Ogier, aproveitando a chuva. Venceu a segunda classificativa, mas viu depois Ogier reagir e tentar aproximar-se do seu companheiro de equipa finlandês. Meeke, este, foi superado quer por Ogier, quer pelo Hyundai de Juho Hanninen, mas no final do dia, o inglês ficou com o terceiro posto, acabando o dia com 9,2 segundos de desvantagem sobre a liderança.

Atrás, no quarto posto, encontra-se o Ford do "anversariante" Mikko Hirvonen, que já têm uma desvantagem de 26,4 segundos, revelando algo desgostoso com a sua lentidão em relação à concorrência. 0,7 segundos mais atrás está Juho Hanninen, o melhor dos Hyundais, que conseguiu superar por 0,1 segundos (!) o terceiro Volkswagen de Anders Mikkelsen. A 30,9 segundos do comandante está o Citroen de Mads Ostberg, enquanto que Thierry Neuville é o oitavo, com um atraso já de oito segundos sobre Ostberg, e depois de se queixar do ritmo das notas.

A fechar o "top ten" está Robert Kubica, a 52,1 segundos e o neozelandês Haydon Paddon, já a mais de um minuto.

O Rali da Finlândia continha amanhã.

Youtube Formula 1 Classic: Hockenheim, 1994


Faz hoje vinte anos que assistimos a uma das corridas mais complicadas da história da Formula 1, onde podemos dizer que foi o simbolo de uma das temporadas mais horríveis da categoria máxima do automobilismo. E em Hockenheim, vimos uma corrida de sobreviventes, onde todos passaram por tudo para no final termos oito carros a alcançar a meta. 

E pelo meio, um dos pilotos passou por um "churrasco" que tempos depois se viu a descobrir que tinha sido obra de uma "matreirice" da equipa, que tinha descoberto uma maneira pouco segura de fazer reabastecimentos mais velozes...

Hoje, coloco os videos para recordarmos isso tudo, num distante tarde de domingo de há vinte anos.

Vende-se: Shadow DN9 de 1977

Quem conta este é o fotógrafo Paul-Henri Cahier. O Don Nichols, fundador da Shadow, vai vender um dos seus carros, precisamente aquele que deu a sua unica vitória na Formula 1, no GP da Austria de 1977, vencida pelo australiano Alan Jones. O chassis DN9, versão 4A, foi restaurado há algum tempo, mas tem estado parado na garagem de Nichols, que agora têm 90 anos e sabe que é melhor passar para outros que saibam cuidar melhor do que deixar para os herdeiros.

A casa leiloeira Coys vai ser aquela que vai fazer o leilão, que vai acontecer a 9 de agosto, em Nurburgring, e estima-se que o carro poderá custar entre os 370 mil e os 420 mil dólares. Uma pechincha...

A equipa de ciclismo de Ukyo Katayama

Se acham que Fernando Alonso é o único piloto que anda a pensar em ter uma equipa de ciclismo, posso dizer que há um ex-piloto de Formula 1 que decidiu passar das palavras aos atos. E por estes dias, ele e a sua equipa estão em Portugal para acompanhar os seus feitos na mais importante prova de ciclismo, a Volta a Portugal. E esse senhor é o japonês Ukyo Katayama.

Quem conhece mais ou menos a sua vida e a sua carreira, sabe que Katayama, agora com 51 anos, já fez de tudo depois da sua passagem pela Formula 1, entre 1992 e 1997, em equipas como a Larrousse, Tyrrell e Minardi. Para além de correr nas 24 Horas de Le Mans pela Toyota - e quase venceu em 1999 - já escalou o Everest, quase morreu ao escalar o Monte Fuji, e agora têm uma equipa de ciclismo. Desde 2012 que apoia do "Team Ukyo", que providencia experiência aos ciclistas do seu país, e este ano escolheu a Volta a Portugal para mais uma etapa da sua internacionalização.

E claro, não têm grandes memorias do nosso país: «Não tenho boas memórias de Portugal, sabe?», começa por contar hoje ao jornal português "A Bola". «Em 1985 (sic), sofri, no Estoril, o acidente mais aparatoso na Formula 1. O Tyrrell capotou e assustei-me a sério. Mas é um prazer estar de volta.», continuou o "orgulhoso" dono do Team Ukyo, que afirma ter feito este "investimento" por "prazer".

«Estava farto de estar bem (risos), assim, dou um contributo aos jovens, e num desporto mais verde. Oxalá muitos pilotos sigam o exemplo, sei que o Fernando Alonso está a pensar imitar-me e ter uma equipa. Aconselho-o vivamente!», concluiu.

Veremos os resultados da equipa por estas bandas.

Um Trabant numa auto-estrada polaca... a quase 200 km/hora!

Para os meus amigos brasileiros: mandem esta para o Flávio Gomes. Com certeza ele terá um orgasmo!

O original podem ver aqui no Jalopnik. Infelizmente o video foi retirado, mas o escritor teve tempo para fazer este GIF. A "ação" aconteceu numa auto-estrada polaca...

Os Pioneiros - Capitulo 40, as 500 Milhas de 1912

(continuação do capitulo anterior)


AS 500 MILHAS DE 1912


A realização das 500 Milhas de Indianápolis foi um sucesso estrondoso quer para pilotos, quer para o público. As vendas da Marmon, o carro que venceu a corrida desse ano aumentaram, e como seria de esperar, os pilotos estrangeiros ficaram interessados em participar nessa corrida, graças aos prémios envolvidos. Contudo, a organização decidiu fazer algumas modificações para evitar vantagens competitivas de um carro sobre outro. Os carros passaram agora a serem obrigados a levar mecânicos, aumentaram a cilindrada para quase dez litros (9830 cc), e o conjunto de prémios aumentou para os 50 mil dólares, o dobro do ano anterior.

A lista de inscritos era essencialmente americana, com as excepções do italiano Ralph di Palma e do norueguês Gil Andersen (ambos viriam a ser americanos mais tarde) mas de resto, estavam a fina-flor do automobilismo daquele país. Tal como Di Palma, Spencer Wishart alinhava num Mercedes; Charlie Merz, Len Zengel e Gil Andersen alinhavam em Stutz; Joe Dawson, Howdie Wilcox e David Bruce-Brown alinhavam em Nationals; Joe Matson e Joe Horan em Loziers, Teddy Tetzlaff num Fiat, apesar de haver outro chassis do construtor italiano, mas com motor Firestone-Columbus. Era guiado por um jovem chamado Eddie Rickenbacker.

Apesar de ter havido sessão de treinos, onde os carros tinham de passar um teste para ver se andavam acima das 75 milhas por hora - 120 km/hora - a grelha de partida foi definida pela ordem de inscrição. No final, 25 carros alinharam para a segunda edição desta corrida. Houve uma pequena modificação no Pace Car, que agora andava à frente do pelotão, agitando uma bandeira vermelha para assinalar o inicio da corrida.

Quando começou, Tetzlaff foi o primeiro líder, mas as coisas modificaram-se na volta qutro, quando foi passado por Ralph di Palma, no seu Mercedes. A partir dali, ele começa a ampliar uma vantagem tão grande e tão incontestada, que chega a ser de cinco voltas e meia para o segundo classificado. Acumulado, tinha uma vantagem de onze minutos sobre os seus perseguidores mais próximos que todos estavam convencidos que a vitória seria dele.

Mas o final foi típico de "golpe de teatro". Na volta 197, a três do fim, o motor do seu Mercedes começou a falhar. Apesar do mau funcionamento do motor, Di Palma pensava que era mais do que suficiente para que pudesse ir ao fim, mas no inicio da volta 199, o motor para mesmo de funcionar, depois de de um pistão quebrado fazer um buraco no motor. Com este destruido de vez, Di Palma e o seu mecânico, Rupert Jenkins começaram a empurrá-lo para a meta, perante o aplauso de 80 mil pessoas, que o incentivavam à medida que o puxava metro a metro, até à bandeira de xadrez.

Contudo, atrás, Joe Dawson, no seu National, ainda corria e comia todos os segundos que faltavam para apanhar Di Palma. Conseguiu-o a duas voltas do fim e rumou até à meta, sendo o vencedor, e para ser o piloto que completou menos voltas na liderança na história das 500 Milhas nos 99 anos seguintes. Quanto a Di Palma, as 196 voltas na liderança tornar-se-iam no maior líder na corrida sem vencer. E o seu esforço só o levou até ao 11º lugar, e de acordo com as regras então presentes no circuito, ele não teria direito a prémio.

Mesmo assim, teve "fair-play" o suficiente para afirmar na conferência de imprensa que "As corridas só se ganham depois de atravessar a meta. Tive isso presente o tempo todo. Foi azar, mas faz parte do jogo. Fiz o meu melhor, e como perdi, aplaudo o vencedor"

Quanto a Dawson, a sua média de velocidade de 126,686 quilómetros por hora pode ter sido lento para os padrões atuais, mas ele levou vinte mil dólares para casa, com a marca a levar outros vinte mil. Mas o último carro só passará a meta... duas horas depois, já com as bancadas desertas. É o Knox, guiado por Ralph Mulford, que devido aos vários problemas que teve na sua embraiagem, apenas cortou a meta oito horas e 53 minutos depois de Dawson. E por causa das suas paragens, a sua média de velocidade será de 90,582 quilómetros por hora. A mais lenta de sempre de um piloto que terminou as 500 Milhas.

(continua no próximo capitulo) 

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Youtube Formula 1 Classic: Hockenheim 1989, as primeiras voltas

Faz hoje 25 anos que houve o GP da Alemanha de 1989, no velho circuito de Hockenheim. Ao ver as imagens das primeiras voltas no circuito alemão, reparo em tanta coisa que faz ter a certeza que parece que estou a ver uma coisa vinda do século passado. A pista, os carros, o asfalto, até a transmissão televisiva e a grelha cheia de carros me faz transportar a uma era onde as grelhas eram cheias, as bancadas estavam cheias e a possibilidade de pontuar uma corrida e não se qualificar outra, era bem real.

De facto, hoje, os tempos são realmente outros...

Formula 1 em Cartoons - Hungria (Cire Box)

Imaginam aquela frase "o último a rir ri melhor"? Pois foi o que fez o "Cire Box" quando imaginou Daniel Ricciardo em casa, a ouvir os podcasts com as conversas de rádio entre os pilotos da Mercedes na Hungria, enquanto que ele, na pista, se encarregava de acelerar, passar os seus adversários rumo à vitória...

GP Memória - Alemanha 1989

Quinze dias depois de Silverstone, máquinas e pilotos encaravam agora a segunda metade da temporada, que iria começar no Autódromo de Hockenheim. E com isso, entravamos na segunda metade da temporada, e isso implicava alterações na pré-qualificação. Brabham, o Dallara de Alex Caffi e o Rial de Wolker Weidler saiam do "inferno", enquanto que Larrousse, o Coloni de Roberto Moreno e o AGS de Gabriele Tarquini entravam nos seus lugares.

A Larrousse tinha também uma novidade. O italiano Michele Alboreto, que tinha sido dispensado da Tyrrel ainda antes do GP de França, sendo substituido por Jean Alesi, entrava no lugar do francês Eric Bernard e iria tentar a sua sorte nas sextas-feiras de manhã, para conseguir um lugar na grelha.

E foi assim que foram para a pré-qualificação. No final, os felizes contemplados foram os Onyx de Stefam Johansson e Bertrand Gachot, e os Lola-Larorusse de Philippe Alliot e de Michele Alboreto, que conseguiu desalojar o AGS de Yannick Dalmas... por um milésimo!

Na qualificação, as longas retas do circuito de Hockenheim eram mais do que suficientes para que o motor V10 Honda pudesse ser mais veloz e mais eficaz do que o motor V12 da Ferrari. Mas mesmo assim, Ayrton Senna conseguiu ser bem melhor do que Alain Prost e fez um tempo "apenas" 995 centésimos melhor do que o seu companheiro de equipa. Mesmo assim, a McLaren monopolizava a primeira fila da grelha de partida. Na segunda fila estavam os Ferrari de Nigel Mansell e de Gerhard Berger, enquanto que na terceira estavam os Williams-Renault de Riccardo Patrese e de Thierry Boutsen. Alessandro Nannini era o sétimo, na frente do Lotus-Judd de Nelson Piquet, do segundo Benetton-Ford de Emanuelle Pirro e do Tyrrell-Ford de Jean Alesi, que fechava o "top ten".

Como começava a ser hábito, a última fila da grelha continuava a ser "habitada" por nomes consagrados, e desta vez estes eram o Arrows de Eddie Cheever e o Larrousse de Michele Alboreto, que desalojou o Minardi de Luis Perez-Sala por 16 centésimos. E para além dele, os pilotos que ficaram de fora desta vez foram o Onyx de Bertrand Gachot e o Rial de Christian Danner, já que o outro Rial, o de Wolker Weidler, fora desqualificado por ter sido empurrado em área proibida.

O dia da corrida estava nublado, mas fazia calor e a pista estava seca. No momento da largada, Berger surpreende toda a gente e passa de quarto para o primeiro lugar na primeira curva. Contudo, a potência dos Honda V10 faz com que Senna primeiro, e depois Prost, ficassem com os dois primeiros lugares. No inicio da segunda volta, atrás de Berger estavam Mansell, Boutsen, Nannini, Pirro e Patrese. Piquet era o nono.

A primeira desistência entre os pilotos da frente aconteceu na quinta volta, quando Boutsen e Pirro se desentenderam na segunda chicane. E na volta 14, Berger sofre um furo lento e falha a primeira chicane a alta velocidade, voando na berma e danificando o seu carro.

Entretanto, na frente, Senna e Prost rodavam juntos, tentando cada um ser mais veloz do que o seu companheiro de equipa, mas na volta 16, Prost vai às boxes para trocar de pneus. Contudo, a troca é desastrosa, acabando por gastar 18 segundos para ter tudo trocado, dando a Senna mais espaço para respirar. O francês saiu no quarto posto, mas subiu logo para o terceiro lugar quando este parou para a sua troca. Também foi pobre, mas durou apenas onze segundos e assim, caiu para o quarto posto, atrás de Prost... e o Benetton de Pirro, que não tinha parado.

Aproveitando a enorme vantagem, Senna parou nas boxes, esperando que fosse um procedimento normal. Mas aí, o desastre foi maior: perdeu 23 segundos e saiu de pista no segundo lugar, atrás de Prost, já que Pirro tinha parado ao mesmo tempo que o brasileiro e trocado de pneus, saindo de pista no quarto posto. As coisas se mantiveram assim até à volta 26, altura em que Pirro falhou a travagem na terceira chicane e bateu forte nas placas de esferovite que balizavam a pista, acabando por parar no hospital por precaução. O lugar foi herdado por Patrese.

A luta era agora entre Senna e Prost, que andavam juntos e tentavam superar um ao outro, mas as coisas se resolveram na volta 43, quando a caixa de velocidades de Prost começou a falhar, fazendo com que Senna o passasse e fosse rumo à vitória. Prost acabou por ficar com o segundo posto, a quase vinte segundos, e Mansell ficou com o lugar mais baixo do pódio. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Williams de Patrese, o Lotus de Nelson Piquet e o Arrows de Derek Warwick.    

Fontes:

Santos, Francisco - Formula 1 1989/90, Ed. Talento, Lisboa/São Paulo, 1989


Formula 1 em Cartoons - Hungria (Cire Box)

Esqueçam o "Tubarão". Num futuro não muito distante, a nova ameaça aos Mercedes será esta...

terça-feira, 29 de julho de 2014

Vimeo Motorsport Onboard: A sensação de passar em Eau Rouge



Sabemos que deve ser a curva mais desafiadora do automobilismo mundial. Que todos tentam passar a fundo, mas poucos a conseguem sem se despistar ou perder o controlo. Mas quando conseguem fazê-la...

Já agora, o piloto é o britânico Alexander Sims, e está a bordo de um BMW Z4 GT3 da mítica Ecurie Ecosse, durante o fim de semana das 24 Horas de Spa-Francochamps.

E este video vi no WTF1.co.uk.

Formula 1 em Cartoons - Hungria (Thomson Studio)

O canadiano Bruce Thomson lembrou-se de outra situação do GP da Hungria, quando Sergio Perez e Sebastian Vettel se despistaram no mesmo local. Ele especula sobre o que Vettel terá pensado quando viu o Force India do piloto mexicano acidentado na parede, quando o "Safety Car" entrou na pista...

Noticias: Bernie propôs um acordo fora dos tribunais

Parece que Bernie Ecclestone está mesmo em maus lençois. O julgamento de corrupção em Munique, na Alemanha, está ainda a decorrer, mas à medida que este está a chegar à sua conclusão, no mês que vêm, tudo indica que o patrão da Formula 1, atualmente com 83 anos, não escapará a uma condenação por corrupção, devido ao pagamento de 50 milhões de euros a Gerhard Gribowsky.

Contudo, a agência alemã DPA anuncia hoje que os advogados que representam Bernie Ecclestone ofereceram ao Ministério Público de Munique um acordo na ordem dos 25 milhões de euros, pagos ao banco BayernLB, para resolver o caso fora dos tribunais, para assim evitar uma condenação, que poderia ser de prisão efetiva. Para além disso, os advogados afirmam que o caso está a ser "extremamente estressante" para Ecclestone, e isso poderá ter consequências para a saúde.

A oferta é válida até ao dia 8 de agosto, e a imprensa local afirma que a procuradoria de Munique está a "estudar o caso".

Caso seja considerado culpado, poderá ter de cumprir uma pena nunca inferior a cinco anos de prisão efectiva, bem como uma pesada multa. E tal sentença poderá significar o final da carreira de Ecclestone nos destinos da Formula 1, onde anda por lá há mais de 40 anos, primeiro como empresário de pilotos, depois como o patrão da Brabham, e depois como o "DDT", ou seja, o "dono disto tudo".

Formula 1 em Cartoons - Hungria (Rathborne)

O cartoonista britânico Chris Rathborne decidiu fazer este desenho sobre o decisivo momento do GP da Hungria, onde Lewis Hamilton se mostra "chocado" com a decisão da Mercedes em que deixasse passar Nico Rosberg para que ele pudesse atacar os lugares cimeiros.

Claro, o que se diz por aqui é o que eles tinham em mente, na verdade...

Os Pioneiros - Capitulo 39, tudo no mesmo lugar

(continuação do capitulo anterior)


TODAS AS CORRIDAS NO MESMO LUGAR


Em 1911, apesar das 500 Milhas de Indianápolis, o que não faltava por aí eram corridas um pouco por toda a América. Contudo, as mais importantes continuavam a ser a Vanderbilt Cup e o Grande Prémio da América. Mas até então, ambas as corridas eram disputadas em sitios diferentes: a primeira era em Long Island, ao pé de Nova Iorque, e a segunda era em Savannah, na Georgia, na parte sul do país. Mas ambas as corridas tinham fama completamente oposta uma da outra: aVanderbilt Cup era conhecida pela grande dificuldade em controlar as multidões, e no ano anterior, tinha havido demasiadas mortes entre pilotos, mecânicos e espectadores. Em contraste, o Grande Prémio era bem organizado, bem controlado e nitidamente mais seguro.

Assim sendo, ambas as associações, a ACA (Automobile Club of America, que organizava o Grande Prémio) e a AAA (que detinha os direitos da Vanderbilt Cup) decidiram que seria ótimo se realizassem ambas as corridas no mesmo local, em datas diferentes. Feita a devida combinação, decidiu-se que iriam acontecer com três dias de diferença: a 27 de novembro, para a Vanderbilt Cup, e a 30 de novembro, para o Grande Prémio. O circuito era o mesmo, mas as distâncias eram diferentes: 17 voltas para a primeira, 24 para a segunda prova

Na primeira corrida, catorze carros alinharam, todos eles americanos: Ralph de Palma e Spencer Wishart, ambos em Mercedes; Cyrus Patschke e Bob Burman, em Marmon; Carl Limber e Leland Mitschell, ambos em Abbott-Detroit; Harry Grant e Ralph Mulford nos seus Lozier (na foto); David Bruce Brown, Joe Matson e Edward Parker, em Fiat, Hugie Huges em Mercer e Harry Cobe, num Jackson. 

Com os carros alinhados pela ordem de inscrição, o primeiro a partir foi Harry Grant, mas cedo teve a oposição dos Mercedes de De Palma e Wishart e o carro do seu companheiro de equipa, Ralph Mulford. A corrida acabou por ser um duelo Mercedes-Lozier, mas no final, quem levou a melhor foi Mulford, que conseguiu um avanço de dois minutos e 11 segundos sobre De Palma. O outro Mercedes, de Wishart, ficou com o terceiro posto, com mais de quatro minutos de avanço sobre o segundo Lozier de Grant. Ambos os Marmon acabaram por desistir a meio da corrida, enquanto que o melhor Fiat foi o de Edward Parker, no quinto lugar.

Três dias depois, era a vez do Grande Prémio. Todos os americanos que estiveram na Vanderbilt Cup alinharam, mas com algumas alterações: Cobe alinhava num Buick, ao lado de Charles Basle, enquanto que a Benz alinhava com Eddie Hearne, o alemão Erwin Bergdoll e o francês Victor Hémery. A Fiat aparecia nesse Grande Prémio com o modelo S74, um "monstruoso" carro com um motor de 14 litros, no qual alinhou com Bruce-Brown, Caleb Bragg e o francês Louis Wagner.

Apesar dos carros europeus serem à partida melhores do que os americanos, estes aprendiam rápido. Os seus carros começavam a andar a par e ameaçavam a vitória, e nesta corrida prometiam dar luta. Bragg foi o primeiro líder da corrida, seguido por Bruce-Brown e Hémery. Contudo, o melhor americano, o Marmon de Patschke, não estava longe deles, aproximou-se e esteve por momentos no comando da corrida.

Contudo, na volta oito, Patschke retira-se, deixando o comando para Bruce-Brown, que teve de aguentar os ataques de Eddie Hearne, mas conseguiu superar-se e deu à Fiat a vitória no seu monstruoso S74, com mais de dois minutos de avanço sobre Hearne, enquanto que Ralph De Palma foi terceiro, no seu Mercedes. 

(continua no próximo capitulo) 

Formula 1 em Cartoons - qualificação húngara (Cire Box)

Às vezes, estes desenhos aparecem bem depois de acontecerem, mas achei por bem colocar aqui, porque acho engraçado. Afinal de contas, falamos do azar de Lewis Hamilton na qualificação, que andou a ter nas últimas duas corridas... antes de ele ter aquela excelente recuperação na corrida, onde subiu ao pódio e ficou na frente de Nico Rosberg...

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Formula 1 em Cartoons - qualificação húngara (Riko Cartoon)

Antes da corrida, existe como sempre a qualificação, e o Frederico Ricciardi - mais conhecido por Riko - depois de ver as prestações de Kimi Raikkonen nesta temporada, decidiu fazer este desenho, reavivando uma memoria recente.

Curiosamente, a corrida do piloto finlandês até foi a melhor do ano para ele...

Noticias: Ex-funcionários da Caterham vão processar a empresa

Os funcionários demitidos no inicio do mês pela nova administração da Caterham vão processar a empresa por não lhes pagarem as devisas compensações. De acordo com noticias vinda hoje a público na imprensa britânica, cerca de 40 funcionários, entre os quais Graham Watson, antigo gestor de equipa, Gerry Hughes, ex-chefe de operações em pista e Jody Eggington, que era vice-diretor técnico, irão colocar em tribunal a nova administração da empresa, tomada no inicio do mês por um consórcio suiço-árabe, liderado por Cristijan Albers e aconselhado por Colin Kolles.

"Eles não foram pagos o salários de julho ou quaisquer outros pagamentos em conformidade com o contrato ou os seus direitos laborais", afirmou Chris Felton, um dos advogados representando os lesados. "O fato de que não está sendo dito nada da parte da Caterham é muito preocupante."

"Ignorar os direitos dos trabalhadores não é um comportamento usual na Fórmula 1, onde, apesar de serem tomadas decisões difíceis em termos de recursos humanos, os funcionários são sempre devidamente compensados ​​e tratados com dignidade pelas suas equipas. Nós não esperávamos que qualquer ex-funcionário da Caterham pudesse ser prejudicado por defender seus direitos quando foram despedidos sem justa causa, sem indemnizações, quando existem várias famílias para sustentar", continuou.

"A FIA espera que suas equipas de Formula 1 sigam certos padrões e são esses padrões que estamos pedindo-lhes para sejam mantidas, fornecendo garantias de que os novos proprietários da Caterham são vistos como apropriados para a categoria", concluiu.

Formula 1 em Cartoons - Hungria (Grand Prix Toons)

Para o venezuelano Hector Garcia, do Grand Prix Toons, a guerra entre Nico Rosberg e Lewis Hamilton é feita de duas maneiras: ou de modo lento e localizado, ou vamos direto ao assunto. O alemão prefere um, o inglês outro...

Youtube Formula 1 Racing: o pião de Sebastian Vettel na Hungria

Parece que começa a ser interessante ver certos aspectos da corrida através das bancadas. Já vimos o que aconteceu em Silverstone e em Hockenheim, e este fim de semana, no Hungaroring, o motivo de interesse foi o pião de Sebastian Vettel, que quase o fez bater no muro, como aconteceu ao Force India de Sergio Perez.

Contudo, ao contrário do piloto mexicano, o alemão da Red Bull conseguiu evitar que o seu carro batesse no muro e continuou até ao sétimo lugar final. E o momento foi captado pelo pessoal que estava nas bancadas... que aplaudiu.

Este vi no WTF.co.uk

domingo, 27 de julho de 2014

Youtube Formula 1 Classic: Circuito da Boavista, 1958


Estas filmagens são "inéditas", como falam aqui no blog "Os Heróis", que fala sobre o automobilismo em Portugal e os seus heróis do passado. E estas imagens, feitas por um cineasta amador, são mesmo inéditas, pois mostram partes da corrida da Boavista, que foi palco do GP de Portugal de 1958, a primeira no nosso país.

No filme, podemos ver os Vanwall a sairem as boxes e o carro que transportou os três primeiros classificados, num pódio totalmente britânico: Stirling Moss a ser o melhor, seguido pelo Ferrari guiado por Mike Hawthorn e pelo outro Vanwall de Stuart-Lewis-Evans, na única vez em que subiria a um, meses antes de morrer num acidente na última prova do ano, em Marrocos.

Formula 1 em Cartoons - Hungria (Pilotoons)

Pois é, Daniel Ricciardo atropelou toda a gente para conseguir a vitória neste GP da Hungria. Foi uma corrida brava digna de um futuro campeão. Parece que depois de Jack Brabham e Alan Jones, a Austrália pode sonhar com títulos.

Formula 1 em Cartoons - Kimi e Vettel (Groo)

Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen são dois pilotos que vivem uma má temporada este ano. Mas o piloto alemão, apesar de tudo, ainda vai sorrindo até ao banco...

Formula 1 2014 - Ronda 11, Hungria (Corrida)

Uma semana depois de Hockenheim, a Formula 1 avançou um pouco pela Europa Central e está em paragens húngaras, para mais uma ronda do mundial, curiosamente a última antes das férias de verão. E o mais interessante nesta "luta a dois" pelo campeonato, é que parece que a qualificação da pista húngara foi uma cópia do que se passou em terras alemãs: Nico Rosberg foi o melhor, Lewis Hamilton ficou-se pela Q1, vítima de um problema mecânico. Enormes contrastes, de facto, na equipa que tudo indica vencerá ambos os mundiais em 2014...

Com tempo instavel no horizonte, cabia a Lewis Hamilton, que largaria das boxes, tentar fazer a melhor recuperação possivel. Mas tal tarefa não se avizinhava fácil, dado que o circuito húngaro é bem mais estreito e sinuoso do que o anterior. E mais: quem também largaria das boxes era o dinamarquês da McLaren, Kevin Magnussen, que foi o que mais sofreu com a chuva na qualificação, ao embater no muro de proteção e danificou fortemente o seu chassis. Hamilton teria de ficar atrás dele, pois caso contrário, seria mais um obstáculo na sua eventual recuperação.

Antes da corrida, a chuva tinha caido fortemente na pista, e apesar de ter parado vinte minutos antes da partida, a pista estava molhada o suficiente para que na hora da largada, todos os pilotos tivessem de largar com os pneus intermédios. Quando as luzes se apagaram, Rosberg manteve a liderança, aguentando os ataques de Bottas e Vettel, enquanto que Hamilton, largando das boxes, tentava recuperar o tempo perdido, passando os outros dois pilotos que se encontravam parados, Kevin Magnussen e Daniil Kvyat (cujo motor se "apagou" antes da volta de aquecimento. 

Com o passar das voltas, Rosberg desapareceu do pelotão, com Bottas a ser logo pressionado por Vettel, enquanto que Hamilton tentava recuperar lugares do pelotão. Na oitava volta, tinha subido até ao 13º posto, depois de passar Kimi Raikkonen, mas por esta altura, a chuva tinha parado, e os pilotos andavam com pneus intermédios, o que começava a ser complicado devido ao aparecimento de uma linha seca no asfalto.

Mas na oitava volta, o Safety Car entra em ação na pista, depois do Caterham de Marcus Ericsson ter batido forte nas barreiras na curva 3. Por essa altura, todos decidiram parar para arriscar meter pneus slicks. Foi uma confusão, mas sem incidentes de maior. O SC era para sair dali a três voltas, mas Romnain Grosjean achou que era demasiado cedo e decidiu bater no muro de pneus não muito longe de Marcus Ericsson, fazendo com que este tivesse ficado até à volta 14.

Com o regresso da corrida, as coisas ficaram mais interessantes. Ricciardo era agora o líder, mas Button cedo o passou. Hamilton era agora o nono, mas cedo passou para sétimo, enquanto que Rosberg era quinto! E entre eles... Sebastian Vettel. E na frente do piloto alemão estava o Toro Rosso de Jean-Eric Vergne.

Na frente, Ricciardo estava com uma vantagem de cinco segundos sobre Felipe Massa e Fernando Alonso, com o seu Ferrari, em cima dele. As coisas andam relativamente calmas até à volta 23, quando Sergio Perez perde o controlo do seu Force India e bateu forte na reta principal. Graças aos destroços, o Safety Car entrou de novo na pista. Isso foi aproveitado por alguns pilotos para parar nas boxes, excepto Alonso e Vergne, que são os primeiros atrás do Safety Car.

E a corrida volta ao normal na volta 26, com Alonso na frente, tentando esticar essa liderança, pois o segundo classificado era o Toro Rosso de Jean-Eric Vergne. Mercedes e Red Bull andavam alternados a partir do terceiro posto, com Rosberg a tentar apanhar Vergne, mas com dificuldades. Aliás, parecia que o piloto da Toro Rosso era o "tampão" para o resto do pelotão.

Mas as emoções continuavam. Na volta 34, Vettel faz um pião no mesmo local de Perez e por muito pouco não batia no muro. Ao mesmo tempo, Rosberg foi às boxes e Hamilton conseguiu passar Vergne, para ficar com o segundo posto. Por essa altura, Alonso afastou-se em cerca de quatro segundos, mas Ricciardo, no terceiro posto, tinha pneus mais frescos e tentava apanhar os da frente. Alonso acabaria por parar na volta 39, fazendo com que Hamilton ficasse na liderança, pelo menos por uma volta. Quando saiu, o inglês era quinto, na frente de Rosberg, que era sexto. E na liderança, estava Ricciardo.

Logo a seguir, os Mercedes estavam a rolar juntos, com Rosberg a apanhar Hamilton à uma média de meio segundo por volta. Mas o inglês sabia que o seu companheiro de equipa teria de parar mais uma vez, então provavelmente o facilitaria. Contudo, Hamilton decidiu não facilitar e decidiu que só deixaria passar se ele tivesse mais perto dele. Só que nas voltas seguintes, tal não aconteceria...

Na volta 55, Ricciardo para nas boxes, dando a liderança para Alonso. Mas mais alguns pilotos teriam de parar até ao final, e a incerteza ainda pairava no ar. Rosberg parou - sem que Hamilton o deixasse passar - e ele voltou à pista na sétima posição. Rapidamente apanhou Raikkonen e Massa, que lutavam pelo quinto posto, e tinham Bottas não muito longe. O alemão passou toda a gente (Bottas parou nas boxes), enquanto que os três primeiros estavam juntos, com Alonso na liderança.

Agora, todos andavam juntos, com o australiano da Red Bull com pneus mais frescos. Hamilton queria ganhar, e dava o seu melhor, mas não poderia facilitar. Alonso comete um pequeno erro na volta 64, mas mantêm a liderança. Mas o homem mais "fresco" era Daniel Ricciardo, que em duas voltas, conseguiu passar Hamilton e Alonso. Primeiro, numa manobra na curva 2, superando o piloto da Mercedes. Na volta seguinte, na travagem para a curva 1, passou o piloto da Ferrari para depois se afastar de toda a gente, rumo à vitória.

Atrás, Alonso e Hamilton tiveram de lidar com um Rosberg que se aproximava velozmente deles, mas na penultima volta, ele tentou a sua sorte para passar o inglês, mas este fechou-o de forma musculada, pois sabia que cada corrida que acabasse à frente do alemão seria um ganho importante. E foi o que aconteceu: Hamilton subiu ao pódio e conseguiu ganhar três pontos importantes para o campeonato.

Mas com a amostragem da bandeira de xadrez, era um super-sorridente Daniel Ricciardo que vencia pela segunda vez no campeonato e mostrava que é um piloto a ter em conta, ainda por cima depois de ter superado mais uma vez a Sebastian Vettel, mostrando que têm mais estofo de campeão do que o piloto alemão, e consolidando também a Red Bull no segundo lugar do campeonato de Construtores. Um pouco mais atrás, na classificação, Felipe Massa conseguiu segurar Sebastian Vettel e foi quinto na corrida, ficando atrás de Valtteri Bottas, apenas o oitavo. Entre eles, num sexto lugar que teve tanto de inesperado como de interessante, ficou Kimi Raikkonen. Jean-Eric Vergne e Jenson Button ficaram com os restantes lugares pontuáveis.

Agora, a Formula 1 vai aproveitar o mês de agosto para umas merecidas férias. Com isto, Nico Rosberg têm uma vantagem de onze pontos sobre Lewis Hamilton, enquanto que o resto do pelotão observa a luta entre estes dois pilotos pelo título mundial. E nas oito provas que ainda faltam até que tudo acabe, em Abu Dhabi, tudo poderá acontecer na briga interna pelo título mundial.

sábado, 26 de julho de 2014

Youtube Motorsport Crash: O grave acidente das Ferrari em Spa-Francochamps


As coisas andam agitadas nestas 24 Horas de Spa-Framcochamps. Nas primeiras horas, o Safety Car já saiu para a pista por cinco vezes, quatro delas concentradas em pouco tempo, graças a acidentes na zona do Eau Rouge. 

Mas parece que a quinta situação de Safety Car foi algo mais grave, pois um dos carros acabou a arder. Dois Ferraris, guiaods respectivamente por Marcus Mahy e Vadim Kogay, acabaram acidentados na veloz curva do Staevelot. Um dos carros acabou a arder, e o Safety Car teve de entrar para recolher os destroços, que estiveram espalhados por toda a pista. De Mahy, as noticias afirmam que está em estado considerado "estável", mas de Kogay, nada se sabe.

Como são precisos dois helicópteros prontos no circuito, a bandeira vermelha foi desenrolada para que este pudesse levar o piloto para o Hospital de Liege, o mais próximo dali. Já se sabe que regressou à pista, logo, vai recomeçar a qualquer momento. 

Cinco vezes o Safety Car quando a noite ainda não tinha caído é muito mau...

A Formula 1 incomodada com as perguntas inconvenientes

Lembram-se das declarações de ontem do Christian Horner? Claro que se lembram, e se não, podem voltar a ler aqui. Pois bem, parece que há desenvolvimentos, contados esta tarde, via Twitter, pelo Luis Fernando Ramos, o Ico. Aparentemente, as perguntas incómodas dos jornalistas ao longo da conferência de imprensa onde estiveram os líderes das equipas chegaram ao ponto da irritação que Eric Boullier pediu à FIA para que retirasse uma acreditação a um jornalista, quando este perguntou se eles iriam correr à Coreia do Norte, caso Bernie Ecclestone assinasse um acordo com Kim Jong-un nesse sentido.

O caso foi comunicado à FIA, e esta indeferiu o pedido, colocando um pouco de bom senso em tudo isto. O jornalista em questão foi Ralf Bach, do jornal alemão "Sport Bild", que fez a tal pergunta. Algumas pessoas, como a compatriota Karin Sturm, confirmaram o facto, mas Will Buxton, da NBC, afirmou também no Twitter que "uma boa fonte lhe disse" que tal facto nunca partiu da parte de Boullier, que no paddock é considerado como uma das pessoas mais simpáticas.

Poderá ter sido um mau dia de Boullier, ou poderá ter partido de outra pessoa, mas o facto de certos dirigentes da Formula 1 quererem uma média mais "domesticada" e que ajam mais como "papagaios" a apoiar o desporto, custe o que custar e "façam como a avestruz" para as situações mais polémicas, é sinal de que as coisas começam a ser incomodativas. 

Há um mundo lá fora, e há certas questões que necessitam de ser respondidas.

24 Horas de Spa-Francochamps, em direto e ao vivo!


Total 24hrs of Spa 2014 - French por Blancpainendurance
Já lá vão mais de duas horas desde que começou as 24 Horas de Spa-Francochamps, mas isso não é nada com parado com a quantidade de tempo que ainda teremos até ao final desta corrida, praticamente a mais famosa corrida de GT's, a par de Nurburgring, e que tem sempre grelhas cheias!

Contudo, à hora em que se escreve isto, já foi marcado por alguns acidentes, obrigando o Safety Car a sair por quatro vezes consecutivas (!) devido a acidentes na zona de Eau Rouge e Radillon. Mas muito se vai passar até à meta, e tudo isto podem ver por aqui.

Agradeço ao Rodrigo Mattar, do A MIl Por Hora, por ter falado deste streaming. 

A foto do dia

A Mercedes domina esta temporada, é certo. Mas não é por isso que retira o interesse da Formula 1 nesta temporada. A luta entre Nico Rosberg e Lewis Hamilton é extraordinariamente interessante, tão interessante como era na McLaren dos tempos de Ayrton Senna e Alain Prost

E como um de fora significa que o outro fique a dominar a grelha, esta imagem é absolutamente fabulosa...

Veremos como será amanhã. Pela segunda vez consecutiva, Lewis Hamilton largará das boxes. E pode ter mais uma dificuldade: é que Kevin Magnussen também largará do pitlane.

Formula 1 2014 - Ronda 11, Hungria (Qualificação)

O normal "petrolhead" sabe que vive periodos onde anda a contar os dias até à próxima corrida, ou até à próxima temporada. Mas também sabe que haverá tempos onde terá corridas em fins de semana seguidos, onde estará - como dizem os brasileiros - "mais feliz do que pinto no lixo". Este ano teremos essa hipótese por quatro vezes, sendo esta a segunda.

Correr na Hungria já se tornou num clássico, dado que está no calendário da Formula 1 de forma ininterrupta desde 1986, altura em que Bernie Ecclestone concretizou o seu sonho de colocar a categoria para lá da então "Cortina de Ferro". A aposta foi largamente concretizada nesse ano, pois mais de duzentas mil pessoas estiveram lá. Apesar de ser feio e sinuoso, com fama das suas corridas roçarem as duas horas de competição, nunca esteve em perigo de sair do calendário e aos poucos, esse patinho feio se transformou um clássico automobilismo, embora sem a alma de um Nurburgring, por exemplo.

O tempo neste sábado andava instável, apesar do calor e das altas temperaturas do asfalto (cerca de 44 graus à hora do começo da qualificação), e a possibilidade de chuva era real. Contudo, máquinas e pilotos começaram a andar na pista, e logo no primeiro minuto... Pastor Maldonado encostava na berma, com o seu Lotus avariado. Para o piloto venezuelano e para a equipa de Enstone, já começa a ser o "novo normal"...

Mas a grande surpresa aconteceu minutos depois, quando o Mercedes de Lewis Hamilton estava a caminhar para as boxes, com fumo a sair do carro, e com ele a dizer que "não conseguia parar o carro" devido ao facto do sistema eletrónico dos travões não funcionar. Ele conseguiu parar o carro no inicio das boxes, mas os comissários de pista e os bombeiros demoraram tempo para apagar as chamas que vinham do interior do seu carro. Pela segunda vez consecutiva, o piloto britânico iria largar das boxes, e a existir conspiração contra Hamilton, só se for daquelas astrológicas...

Com estes dois pilotos de fora de forma muito prematura, parecia que existia uma chance dos Marussia - ou os Caterham - de colocar um dos seus na Q2. Era complicado, mas possivel, e foi o que aconteceu: Jules Bianchi conseguiu meter o carro por lá. Mas foi à custa de... Kimi Raikkonen. Talvez um excesso de confiança por parte da Scuderia, que bastando fazer umas voltas com um jogo de pneus médios, faria o suficiente para guardar os melhores para mais tarde. Contudo, a tática saiu pela culatra e Raikkonen e a Ferrari passavam por um momento embaraçoso, graças à grande volta que o piloto francês - que está ligado... à Ferrari - fez para estar na Q2. Bastava estar na altura certa, no momento certo...

Chegados à Q2, os problemas continuavam. Sergio Perez deu algumas voltas no seu carro, mas um problema hidráulico o obrigou a parar nas boxes e assim não conseguiria passar para a fase final da qualificação. Mas apesar de tudo, esta parte foi bem mais calma do que a anterior, sem grandes problemas. Assim sendo, no final dessa sessão, passaram aqueles que mais poderíamos esperar: o Mercedes de Nico Rosberg, os Williams, os Red Bull, o Ferrari de Fernando Alonso, o Toro Rosso de Jean-Eric Vergne, os McLaren e o Force India de Nico Hulkenberg. Daniil Kvyat, o Force India de Sergio Perez, o Lotus de Romain Grosjean, os Sauber e o Marussia de Jules Bianchi, esses ficavam pelo caminho.

Mas quando os carros sairam para a Q3, a chuva faz uma curta aparição. E foi mais do que suficiente para causar sarilhos. Os pilotos decidiram arriscar devido à pouca precipitação, mas mal começaram a fazer a sua primeira volta lançada, despistaram-se na primeira curva. Primeiro Nico Rosberg, sem consequências, depois Kevin Magussen, que bateu com estrondo na barreira de pneus. O seu deslocamento, e o facto dos outros pilotos estarem a perder aderência naquele sitio fizeram com que as bandeiras vermelhas fossem agitadas de imediato.

A interrupção dos treinos durou cerca de sete minutos, mais do que suficiente para arranjar a barreira de proteção, tirar o carro de Magnussen para local seguro... e parar de chover. O sol até rompeu entre as núvens e os pilotos aproveitaram bem para fazer os seus tempos. Por instantes, parecia de Valtteri Bottas e Seabastian Vettel pudessem superar Nico Rosberg, mas este aplicou-se e faz o melhor tempo, conseguindo a sua terceira pole-position consecutiva e a sexta nesta temporada. E vai haver um monopólio... alemão, pois Sebastian Vettel estará a seu lado, conseguindo fazer a proeza rara - nesta temporada - de bater Daniel Ricciardo, que vai largar apenas do quarto posto, tendo Valtteri Bottas à sua frente.

Assim sendo, parece que para amanhã, Nico Rosberg têm a tarefa bem facilitada, pois têm tudo aberto de par em par para a corrida, sem adversários pela frente. E isso é importante num circuito como este, que têm fama de ser estreito e sinuoso. Para Hamilton, todos estes problemas fazem parecer que está a passar as "Sete Pragas do Egito". E todos pensam se será ele capaz de chegar aos primeiros lugares na corrida de amanhã? Como se costumava dizer no Dangon Ball, "Não percam o próximo episódio, porque nós... também não!"
 

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Noticias: Azerbeijão na Formula 1 em 2016

O governo azeri e Bernie Ecclestone anunciaram esta sexta-feira que a partir de 2016, irá haver uma corrida de Formula 1 nas ruas de Baku, sob o nome de "GP da Europa". O anuncio é feito um dia depois de se ter confirmado o GP do México para a temporada de 2015.

O patrão da Formula 1 explicou na sessão de apresentação que “estamos muito contentes por Baku se juntar à família da Formula 1. Será uma corrida citadina, que passará por pontos interessantes e pitorescos de Baku. O evento irá cumprir os atuais critérios da Formula 1”. Da parte do Azerbaijão, o Ministro da Juventude e do Desporto, Azad Rahimov, mostrou-se muito satisfeito por esta confirmação, referindo que “o Azerbaijão é um país europeu moderno que estabeleceu uma reputação como centro de excelência desportiva. O acordo para trazer a Formula 1 a Baku é um capítulo novo muito interessante no nosso sucesso em curso para atrair os maiores eventos desportivos ao nosso país”.

Independente desde 1991, a antiga republica soviética (cuja principal fonte de riqueza é proveniente do petróleo) não tinha qualquer tradição automobilística até 2011, altura em que recebeu nas ruas da capital, Baku, uma prova de GT3 numa pista desenhada numa das avenidas da cidade. Em 2013, abrigou a prova decisiva do Mundial de G, e satisfeito com os resultados, decidiu investir a fundo para poder receber a Formula 1, que conseguiu agora.

A Formula 1 incomodada com a sua insensibilidade politica

As noticias sobre a ida da Formula 1 cada vez mais para o Leste da Europa e para regimes no mínimo duvidosos, e as dúvidas que começam a ser cada vez mais levantadas sobre a ida à Rússia, numa altura de agitação politica no Leste da Ucrânia, começam a irritar alguns membros da Formula 1. Esta sexta-feira, Christian Horner, um dos patrões da Red Bull, irritou-se na conferência de imprensa pré-Hungria quando foi questionado sobre o facto desta ir a Sochi quando o conflito no Leste da Ucrânia e o abate do voo MH17 da Malasyan Airlines colocam dúvidas sobre a sua realização.

Isso está a tornar-se uma conferência deprimente, porque estamos apenas nos concentrando nas coisas negativas. Olha, tem um calendário que sai em outubro e em novembro. Todos nós temos uma escolha: ou entramos no Mundial ou não. Todas as pessoas sentadas aqui são competidores e eles estão aqui porque são apaixonados por este desporto e querem competir.”, começa por dizer Horner, citado pela jornalista brasileira Evelyn Guimarães, do site Grande Prêmio. 

Todos vocês, ou a grande maioria [dos jornalistas], estarão também nas corridas. E porquê? Ou porque são apaixonados pelo desporto ou porque ganham a vida cobrindo a Formula 1, então eu acho errado tornar a Formula 1 um assunto político, quando se está no desporto”, continuou. 

Nós deveríamos falar sobre os nossos pilotos, que fizeram uma grande corrida na semana passada [referindo-se a Sebastian Vettel e Fernando Alonso]. Nós deveríamos falar da grande prova que fez Lewis Hamilton, mas tudo que fazemos é focar nas coisas negativas. E isso é preciso ser dito: é muito chato para nós nos sentarmos aqui e responder sobre isso. Que tal fazer perguntas sobre o que vai acontecer na corrida de domingo? Mas se vocês insistirem, então é melhor encaminhar as perguntas ao Bernie Ecclestone e ao Jean Todt e não às equipas”, concluiu.

Que a Formula 1 é um negócio, isso é um facto. Sempre o foi, e no passado, ignorou olimpicamente questões duvidosas como a Africa do Sul do tempo do "apartheid" (somente em 1985 é que saiu de lá, após pressão internacional) ou a Argentina e o Brasil nos tempos das ditaduras mais pesadas, entre meados dos anos 70 e inicio dos anos 80. E claro, Bernie Ecclestone sempre quis ter uma corrida de Formula 1 no outro lado da Cortina de Ferro, mostrando que o negócio (ou o dinheiro, se preferirem) é mais poderoso do que a politica.

E toda a gente sabe que, com Bernie Ecclestone, não há pruridos políticos: o negócio está feito e acabou. E o disse ao jornalista Adam Cooper esta segunda-feira. O que lhe interessa é o dinheiro e não a cor politica da pessoa que manda. E quando se sabe que Vladimir Putin quer esta corrida para colocar a Rússia no mapa, então saberemos que a corrida irá realizar-se.

Contudo, nos últimos anos, as suas atitudes de ignorar as criticas internacionais e ir para países como o Bahrein, a China, e a partir de agora, a Rússia e o Azerbeijão, demonstra a enorme dependência do petróleo, quer sejam das petromonarquias do Golfo Pérsico, quer sejam das petro-oligarquias do Leste Europeu (um GP da Europa em Baku é quase uma comédia...) começam a incomodar as pessoas. E estas atitudes arrogantes de "não mordam as mãos que vos alimentam" de Christian Horner (que algumas pessoas ainda o consideram como potencial sucessor de Bernie) não ajudam muito à reputação desta gente, que desde há muito é acusada de viver numa bolha alheia à realidade.

E as pessoas, um dia, ficam fartas disso. Os tempos futuros adivinham-se complicados.

Formula 1 em Cartoons - Hungria 1986 (Pilotoons)

E parece que o Bruno Mantovani decidiu inaugurar uma nova secção dos seus Pilotoons: os momentos históricos da Formula 1. E como este é o fim de semana do GP da Hungria, inaugura-se com o a edição de 1986, aquela em que o Nelson Piquet passou o Ayrton Senna por fora da pista numa manobra que Jackie Stewart descreveu "como fazer um looping com um Boeing 747".

Mas claro, a descrição do próprio Piquet dessa famosa manobra é bem mais bacana, não é?

Youtube Motorsport Auction: O leilão de Kyalami


O circuito de Kyalami, do qual disse há umas semanas que estava à venda, devido à falência dos anteriores donos, foi vendida nesta quinta-feira em leilão por cerca de 205 milhões de rands (cerca de vinte milhões de euros) ao dono da Porsche South Africa.

Aparentemente, segundo contou o agente da casa leiloeira, o objetivo do circuito não será o da demolição, mas sim o da valorização do circuito e do espaço à volta. "Eles vão manter a pista. Acredito que eles vão desenvolver em torno da mesma, o que irá então aumentar o valor para os proprietários", comentou Lance Chalwin-Milton, diretor da leiloeira responsável.

O circuito de Kyalami foi construido em 1961, e começou a acolher o Grande Prémio da África do Sul entre 1966 e 1985, sem interrupções. até que a pressão internacional sobre Bernie Ecclestone, e o boicote de algumas equipas à corrida desse ano, obrigou à saída da Formula 1 desse país. Esta voltou em 1992, mas num circuito que tinha sido fortemente modificado em 1988 para receber obras de remodelação. Contudo, saiu do calendário em 1993, depois da falência da empresa que tomava conta do circuito. 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Youtube Formula 1 Video: o novo Hermanos Rodriguez

Como já sabem, ontem foi feito o anuncio oficial do regresso da Formula 1 ao México, após 23 anos de ausência. Hoje soube-se do video sobre o que poderá ser o novo traçado do Autódromo Hermanos Rosriguez, que sofrerá alguns retoques, a mais importante das quais será o "amputamento" da temida Curva Peraltada. Nesse campo, confesso que sou um pouco contra, mas estes são os novos tempos e o desafio está definitivamente morto e enterrado.

Ao todo, parece que a nova pista terá 4580 metros, e a grande novidade será o aproveitamento de um estádio de basebol que foi ali construido depois da última vez que a Formula 1 passou por lá. Terá à volta de 42 mil pssoas, e todas elas irão aproveitar um traçado que Hermann Tilke certamente fará ser suficientemente lento para que as pessoas possam ver os carros passar.

Assim sendo, mostro o video da organização sobre o novo traçado.

Os Pioneiros - Capitulo 38, um lento regresso

(continuação do capitulo anterior)


NOVOS NOMES NA TARGA FLORIO E O REGRESSO DO GRANDE PRÉMIO


Enquanto que as coisas nos Estados Unidos iam a todo o vapor, na Europa, ainda se vivia uma era de "adormecimento", com todos as principais competições ou suspensas (o Grande Prémio de França) ou com poucos inscritos a nível das "Grandes Viaturas" (Targa Flório). Mesmo assim, houve uma grande novidade em 1911: a intenção de voltar a fazer o Grande Prémio. Contudo, apesar do anuncio, a organização não foi do Automobile Clube de France (ACF), que declinou a sua organização mas sim do Automobile Club de LÓuest (ACO), o que significaria que este iria ser realizado em Le Mans, tal como acontecera cinco anos antes.

A noticia foi acolhida com entusiasmo, mas, apesar deste acolhimento geral, aos poucos, os construtores - principalmente os franceses - começaram a pensar nos custos e arrefeceram o seu entusiasmo. Para além disso, o acordo de 1908, do qual os construtores tinham abstido - mas que de uma certa maneira era um acordo de cavalheiros para abandonarem a competição - ainda estava em vigor e ninguém queria desrespeitá-lo porque achavam que as coisas ainda eram demasiado prematuras. Assim sendo, muitos decidiram não participar.

Mas antes disso, a 14 de maio, houve a Targa Flório. Sabendo que as coisas ainda estavam frágeis na Europa, o Conde Vicenzo Flório decidiu juntar todas as categorias no sentido de ter o máximo numero de carros possivel. No final, conseguiu quinze inscrições, entre os quais duas novas marcas do automobilismo italiano: a SCAT (Societá Ceirano Auto Torinese), feita por Ernesto Ceirano, que tinha saído da Fiat e decidira fazer os seus proórios carros, e a ALFA (Anonima Lombarda Fabbrica Automobili), vindo de Milão. No primeiro caso, Ernesto Ceirano guiava o seu próprio carro, acompanhado por Claudio Sadonnino, enquanto que no segundo caso, havia as inscrições de Nino Frachini e Ronzoni. Para além disso, havia o Lancia de Mario Cortese, os De Dion de Norman Olsen, Domenico Masino, Giovani Stabile e G. Mollica e o Mercedes de Basilo Soldatenkopff, entre outros.

O dia da corrida aconteceu com céu nublado e chuvas intensas, que tinham transformado as estradas da zona de Madoine em verdadeiros rios e sempre que passava um carro, este projetava uma núvem de lama, do qual eles não tinham proteção. O primeiro líder foi o Alfa de Fraschini, mas não aguentou mais do que isso e abandonou a meio da segunda volta, completamente exausto depois de lutar contra os elementos. Isso dizimava a já pequena lista de inscritos, e no final, depois de nove horas de esforço titânico, o melhor foi Ceirano, na sua própria máquina. Cortese foi o segundo no seu Lancia, mais de vinte e cinco minutos depois, enquanto que Soldatenkopf fechou o pódio, mais de cinquenta minutos depois do vencedor.

Quando foi divulgada a lista final de inscritos para o Grande Prémio de França, a desilusão foi grande, pois não apareciam grandes máquinas. Na realidade, apenas estavam inscritos catorze carros - um a menos do que na Targa Flório - e alguns desses carros já acusavam os anos de uso, como Victor Hémery, que estava num Fiat, Maurice fournier tinha o Corre-La Licorne, Arthur Duray tinha um Lorraine-Dietrich, Leduc, Olier e Vere, em carros Côte, Anthony tinha um Porthos de 1908, Barriaux andava de Alcyon. As excepções eram Fernand Gabriel, Victor Rigal e Fauquet, que rolavam nos "quase novos" Rolland-Pilans, e ernest Friderich, que guiava um Bugatti Tipo 13, de 1,3 litros.

O circuito tinha cerca de 54 quilómetros de extensão, do qual iriam correr doze voltas. Mas com uma lista desse tamanho e a veterania de alguns desses carros que iriam estar presentes, a imprensa deu logo um nome nada lisonjeiro: o "Grande Prémio dos Calhambeques". 

A corrida começou com Fournier no comando mas pouco depois, a direção do seu carro avariou e teve de ir às boxes. Aí, o comando caiu para Fauquet, que continuou até que o seu eixo traseiro se quebrou, a meio da segunda volta. Fournier voltou à pista e na quinta volta apanhou Hémery. Numa longa reta, porém, o seu eixo traseiro quebra-se, largando-o num campo. Apesar de tudo, ambos - piloto e mecânico, safaram-se. Arthur Duray, que não estava muito longe, ficou com o comando, mas na oitava volta, a transmissão do seu carro avariou, legando o comando para Hémery, que o levou até ao fim... apesar de ter tido um problema com a caixa de velocidades.

No final, Hémery foi o grande vencedor, com duas voltas de avanço sobre o Bugatti de Friderich, que foi tremendamente aplaudido pelos espectadores. Gabriel foi o terceiro, a três voltas do vencedor.


A FORÇA DAS PEQUENAS VIATURAS


A imprensa, no final, reclamou de que a corrida foi uma verdadeira farsa, devido ao facto de ter dado uma pálida imagem do automobilismo. Mas poucas semanas depois, a 25 de junho, em Boulogne, a Taça das Pequenas Viaturas mostrava o oposto: que estava forte e saudável. Com motores agora até de 3 litros, essa classe atraiu muita gente, e à falta da Hispano-Suiza (que se debatia com uma greve na sua fábrica e a zanga entre os mentores do projeto), a Peugeot iria ter a concorrência de outro construtor: a Delage. Este inscreveu quatro carros para Victor Rigal, Paul Bablot, Albert Guyot e René Thomas. Do lado da Peugeot, que alinhava ainda com o modelo do ano passado, tinha Paul Zucarelli (que se tinha juntado depois depois da morte de Giuppone) e os outros dois pilotos, Jules Goux e Georges Boillot, e outro piloto de Grande Prémio, René Hanriot.

A grande concorrência externa ao duelo Peugeot-Delage vinha da Grã-Bretanha. Três marcas fariam a sua aparição: a Calthorpe, com os pilotos Fred Burgess, Harry Robinson e Russel Fletcher; a Arrol-Johnson tinha Dario Resta e James Reid; a Vauxhall, com John Hancock e a Sunbeam, com o sr. Richards.

Outras marcas alinhavam na Taça das Pequenas Viaturas como a Gregoire, que tinha o quarteto constituido por Victor Hémery, Jean Poporato, Philippe de Marne e Mario Romano. Havia três Excelsior, guiados por Arthur Duray, Paul Rivierne e o sr. de Wolemont, e um Alcyon, guiado por Louis Wagner, entre outros.

A corrida foi competitiva: Boillot começou na liderança, seguido pelo Calthorpe de Burgess, Goux, os três Delage e o Vauxhall de Hancock. Bablot passou Burgess e ficou com o segundo posto, entrando na luta pelo comando com Boillot. Contudo, atrás, começavam os problemas, quando o Zucarelli capotava com o seu Peugeot. A seguir, Hancock têm problemas mecânicos e desiste no final da segunda volta, e a seguir, os outros Peugeot começam a ter problemas. Primeiro Goux, que teve problemas de motor (iria desistir na nona volta, com uma valvula quebrada), depois Boillot, que teve um furo e foi às boxes, passando o comando para Paul Bablot, no seu Delage.

A reparação durou cerca de cinco minutos, e quando acabou, Boillot voltou para a pista no terceiro posto, disposto a apanhar Bablot e Thomas, que eram agora primeiro e segundo, respectivamente. A caça de Boillot foi bem sucedida em relação a Thomas, mas Bablot estava demasiado longe para ser alcançado, acabando com uma grande vitória à Delage, com um minuto de avanço sobre Boillot, e Thomas no terceiro posto, com Albert Guyot no quarto posto, colocando os três Delages nos quatro primeiros lugares, uma demonstração de superioridade de uma nova força no automobilismo francês.

(continua no próximo capitulo)