segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A imagem do dia (II)

Há precisamente 35 anos começava a mais atribulada temporada da Formula 1 até então, pelo menos, numa era onde a comunicação social seguia com avidez todos os aspectos da competição. O povo, esse grande sábio, costuma dizer que quando os paus nascem tortos, tarde ou nunca se endireitam, e esta temporada começou mal com a famosa greve dos pilotos, para evitar abusos nos cntratos, onde se proíbiam os pilotos de correr por outras equipas na mesma temporada, em caso de despedimento. E claro, os pilotos, quais "gladiadores", iriam ser paus mandados das equipas. Imaginariam Kimi Raikkonen, nesses tempos, a fazer todo o marketing da equipa onde andaria, sem poder reclamar? Pois...

Foi uma corrida que teve o seu quê de épico. Alain Prost furou e toda a gente pensava que ele iria ficar definitivamente para trás, mas partiu ao ataque disposto a recuperar o tempo perdido. E conseguiu levar a melhor sobre o seu companheiro de equipa e as outras equipas que tinham motores Turbo, como a Ferrari e a Brabham, que estreavam aqui o seu motor BMW. E foi uma corrida onde se viu o regresso de Niki Lauda, que mostrou a toda a gente que dois anos fora da competição não lhe tinham tirado a sua fome de corrida, bem pelo contrário. O quarto posto no final era uma vitória pessoal e um retirar das dúvidas que muitos ainda tinham sobre a sua capacidade de guiar um carro de Formula 1.

Mas o mais surpreendente foi ver ali Carlos Reutemann. Desprezado pela Williams em 1981, depois de desobedecer às ordens de Frank Williams no famoso GP do Brasil, pensava-se que iria pendurar o capacete no final dessa temporada, pois já tinha 39 anos. Mas o vice-campeão do mundo ainda decidiu correr por mais uma temporada, e apresentar-se à partida da corrida sul-africana, apesar do titio Frank ter pensado em Jean-Pierre Jarier para o substituir. Com o finlandês Keke Rosberg a seu lado, Reutemann conseguiu fazer uma corrida decente e acabar na segunda posição, atrás de Prost e à frente de René Arnoux. Iria ser a última vez que veríamos o argentino no pódio.

E dali, a Formula 1 seguiria para o Brasil, mas as polémicas na categoria máxima do automobilismo não estariam muito longe...

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