quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Como vai ser o nosso Grande Prémio?


Desde hoje que entramos em situação de calamidade, o grau inferior ao estado de emergência. A segunda vaga está a atingir forte e feio não só em Portugal, como um pouco por toda a Europa, e é bem pior que na primeira. E se na primavera, pecamos por excesso, agora estamos a pecar por desleixo. Não tanto por parte dos governos, mas sim por causa das pessoas. Tanto que agora, o governo está a elaborar uma proposta de lei que torna obrigatória o uso de máscara na rua e a aplicação StaAwayCoVid nos telemóveis.

E o que isso tem a ver com automobilismo? É que estamos a dez dias do Grande Prémio de Portugal, e estão previstos cerca de 45 mil pessoas num lugar com capacidade para cem mil. E já se perguntou sobre a capacidade dos recintos desportivos, se iriam ser alterados ou não com esta nova fase de confinamento. É que, como sabem, tudo parou na primavera e agora está tudo a acontecer, mas com muitas restrições, como a interdição de pessoas nos estádios de futebol - estão a acontecer ensaios sobre um possível regresso dos espectadores aos estádios, com capacidade limitada - e algumas entidades pressionaram para que essa abertura acontecesse bem mais cedo, em nome de uma economia abalada pela crise causada pela pandemia.

Agora, com a chegada do outono, a negligência de muitas pessoas, julgando que "isso só acontece aos outros" e "que os velhos apanhem, eu sou jovem e saudável", aliado à chegada do inverno ao hemisfério norte, teme-se o pior. Em França, por exemplo, já se coloca o recolher obrigatório em algumas cidades, Paris incluída, obrigando ao fecho dos restaurantes, cafés e outros establecimentos.

A região do Algarve, fortemente dependente do turismo, sofreu imenso com a falta dos turistas britânicos neste verão, apesar de por algumas semanas, o governo local ter deixado que os seus nacionais viajassem para lá. A chegada da Formula 1 - e a MotoGP - ao Autódromo de Portimão foi uma benção disfarçada, um pouco como as janelas que se abrem quando certas portas se fecham. Dezenas de milhões de euros estão potencialmente à vista na próxima semana quando as pessoas aparecerão em magotes para ver vinte carros a rolarem na pista de Portimão. Creio que a Direção Geral de Saúde nada fará tão em cima da hora, agora que em bilhetes à venda e as pessoas já marcaram viagens e alugaram apartamentos para estes dias. 

Mas não tenho a certeza sobre a Moto GP, que vai acontecer um mês mais tarde, até quando a Endurance aparecer por lá para as 4 Horas, na primeira semana de novembro. Provavelmente, os casos aumentarão bastante e o governo fará medidas mais restritivas, especialmente se a tal proposta de lei for aprovada no Parlamento. Ali, eu creio que haverá restrições e em último caso, uma corrida sem espectadores. É o que acredito, nesse futuro mais ou menos próximo.

Em suma, sobre a pergunta que deixo no título... não creio que vá ser afetado, embora ainda falte pouco mais de uma semana. Para o resto, eu coloco dúvidas sobre a manutenção do atual "status quo".

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