terça-feira, 29 de junho de 2010

Extra-Campeonato: Um desfecho esperado

Não estou feliz, mas também não estou muito triste. Era o resultado que esperava. Porquê? Sejamos sinceros, não era uma selecção que me entusiasmava, apesar daquele resultado contra a Coreia do Norte. Achei que este era o nosso destino porque tinhamos tudo para termos uma passagem relativamente curta neste Mundial: tinhamos o Brasil no nosso Grupo, e se passassemos no segundo lugar, iriamos colidir com a Espanha nos oitavos de final, o que mesmo não sendo impossivel, seria muito dificil. Somente quando eles foram batidos no primeiro jogo, com a Suiça, é que achei que esse tal destino pudesse ser enganado. E o que aconteceu nos dias seguintes, com a França e a Itália, ainda deu mais algum alento. Afinal, os espanhois lá corrigiram o tiro e fizeram o que tinham a fazer.

O jogo foi equilibrado na primeira parte, mas quando ele tirou o Hugo Almeida, topei que tinha dado um tiro no pé. Deu o jogo aos espanhois e David Villa fez o resto, apesar da oposição do guarda-redes Eduardo, que vamos ser sinceros, foi o menor dos culpados. E que se descobriu agora ser o grande sucessor de Vitor Baía, guarda-redes de uma geração.

Acho que Portugal está ao nivel de uma Holanda, em termos de jogadores e de potencial. O que isso significa? Que na Europa podemos ganhar um título, quando os grandes falharem (Alemanha, Espanha, França, Itália, Inglaterra), e em termos de um Mundial, se tivermos uma geração condizente, seremos potenciais finalistas. Mas isso só acontecerá quando os outros estiverem numa má altura. Ou seja, num confronto directo com uma Itália, França, Brasil, Argentina, Alemanha... perderiamos seis ou sete vezes a cada dez hipóteses. Só quebrariamos isso se tivessemos uma "geração de ouro" ou algo assim. Não temos. Só um "menino de ouro", que só ganhará alguma coisa em clubes, e não em selecções, e para ser o melhor do Mundo, só em anos ímpares, pois nos anos pares teria de ganhar uma competição de Selecções...

Enfim, fizemos um mundial suficiente. Jogamos o que tinhamos de jogar, e no primeiro confronto directo, perdemos contra a campeã da Europa. Pouca gente fora de Portugal nos dava um "chavo", era mais por fé do que por convicção ou capacidade dos nossos rapazes. Não alinhei nessas tretas nacionalisticas dos "Navegadores", porque achava que estavam a criar uma ilusão tão alta que quando caíssem na realidade, o tombo seria duro. Quando vejo, por exemplo, a capa de hoje do jornal "A Bola", confesso que sorri, mas no sentido de que a coisa soava a idiotice pegada, pois realisticamente, um resultado positivo era dificil. E foi o que se viu.

Em suma, se o Cristiano Ronaldo quer ganhar de novo o troféu de Melhor do Mundo, tem de pedir ao José Mourinho para que arme uma equipa que lhe permita ganhar "La Liga" e a Liga dos Campeões, e que seja capaz de marcar 30 golos, porque na Selecção, com aquele treinador e aquele esquema tático, mas parece a Argentina no tempo de Maradona: ele e mais dez. Se não lhe passam a bola, é mais um.

Agora, eles que vão de férias, pois a nova época será longa e dura, como sempre. E espero que no meu clube, já que não seguramos o Angel di Maria, seguremos o Fábio Coentrão, David Luiz, Ramires e Luisão e contratemos o Eduardo. E talvez se concença o Jorge Jesus a fazer um part-time na Selecção, pois este senhor Carlos Queirós pode ser um bom treinador, mas francamente... não me entusiasma.

E a pergunta final: quem vai ganhar o campeonato? É a Alemanha. Não digo por convicção, mas por puro realismo.

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