quarta-feira, 30 de março de 2011

As andanças do processo Team Lotus vs Lotus Cars

Nos últimos tempos posso não andar a falar da luta "Team Lotus vs Lotus Cars", mas como é óbvio, ando a ler e a ouvir tudo o que se tem dito sobre ela no processo em tribunal, cuja primeira audiência começou na semana passada. Tudo indica que as coisas podem estar à beira do fim, porque em principio a sentença será dita nesta sexta-feira. E pelo que ando a ler... não há nada que salve Dany Bahar e o Grupo Lotus, pelo menos neste caso em concreto.

Parte da coisa pode ser lida na edição desta semana do Autosport português. Numa das sessões em tribunal, o juiz chamou Dany Bahar de... mentiroso. Segundo um jornalista que assistiu à sessão, Max Mosley, o ex-presidente da FIA, foi chamado como testemunha e desmentiu com todas as letras, a versão dada por Bahar acerca dias suas intenções do Grupo Lotus. Para piorar as coisas, Bahar disse que se conheciam e tinham um bom relacionamento, e Mosley respondeu que aparte uma breve conversa, nunca se conheceram! Resultado: o juiz repreendeu os advogados do Grupo Lotus e Dany Bahar por prejurio.

Para piorar as coisas, o bom resultado de Vitaly Petrov na Austrália apenas disfarçou o mau ambiente entre Gerard Lopez e o Grupo Lotus. Esta ainda não efetuou qualquer pagamento relativo ao contrato de patrocínio assinado no final do ano passado, e Lopez mexe-se para arranjar desesperadamente contratos de patrocínio vindos da "Mãe Rússia". Aliado a isso, o Grupo Proton está também em maus lençois devido aos resultados negativos resultantes do forte investimento - 400 milhões de euros, congelados enquanto o processo correr em tribunal - nos planos loucos de Bahar para revitalizar a marca fundada por Colin Chapman. A banca está relutante em emprestar esse dinheiro, as garantias não são muitas e a confiança dos mercados na Proton - uma empresa estatal com prejuízos constantes - é baixa.

Em suma, tudo aquilo que tinha falado nos últimos meses parece confirmar-se. Claro, falta saber como é que o juiz britânico irá decidir-se no caso. Aparentemente, a história e os fatos estão do lado de Tony Fernandes, mas só depois da sentença do juiz é que se verá. E o engraçado, segundo li o que Joe Saward escreveu sobre esta matéria na semana passada, é que o juiz poderá decidir, num extremo, que as cores que a Renault usa no seu chassis - o negro e dourado da John Player Special - poderão ser mudadas porque poderá achar que são propriedade... da Team Lotus.

O final da novela aproxima-se. E pode não ter um final feliz para Dany Bahar e Gerard Lopez.

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