
Long Beach na Formula 1 era o sonho de Chris Pook, um britânico radicado na California, que sonhava em fazer um "Mónaco das Américas" naquela cidade costeira nos arredores de Los Angeles e que no ano anterior tinha montado o seu circuito e feito uma corrida de F5000 como balão de ensaio para receber a Formula 1. Tudo tinha corrido bem e esta poderia vir, numa corrida marcada para a Primavera, em contraste com Watkins Glen, que acontecia no inicio do Outono.
No pelotão da Formula 1, havia alterações. Na Surtees, o australiano Alan Jones, vindo da Hill, era piloto da equipa, ao lado do americano Brett Lunger, enquanto que a March, para além dos dois carros oficiais para Vittorio Brambilla e Ronnie Peterson, tinham mais dois carros para Hans-Joachim Stuck e Arturo Merzario. Na Copersucar, os manos Fittipaldi chamaram Ingo Hoffman para o segundo carro. Outras equipas, como a Shadow, Parnelli e Ensign, tinham patrocinadores novos para mostrar nas ruas americanas.
Os pilotos estavam divididos na sua apreciação de Long Beach. Emerson Fittipaldi dava o selo de aprovação, mas Jacques Laffite, por exemplo, não era fã do traçado devido às oscilações da pista. Mas mesmo assim, todos se preparavam para a qualificação, pois apenas poderiam passar vinte dos vinte e oito carros inscritos.

Somente vinte carros podiam qualificar-se, e claro, houve desilusões. Os Wolf-Williams de Jacky Ickx e Michel Leclére, o Copersucar de Ingo Hoffmann, o March de Arturo Merzário, o Surtees de Brett Lunger, o Hesketh de Harald Ertl e o Lotus de Bob Evans, não conseguiram a qualificação.

Nas voltas seguintes, os acidentes continuavam, devido ao piso algo escorregadio, típico dos circuitos citadinos. Stuck batia na segunda volta e na terceira acontece o primeiro caso da corrida, quando Hunt, que tinha sido passado por Depailler na volta anterior, tentava recuperar o segundo lugar. Na travagem para uma das chicanes, Hunt tentou uma manobra de ultrapassagem mas o francês fechou a porta no preciso momento, fazendo com que o choque fosse inevitável. Hunt encostou à berma e gesticulava sempre que o francês passava por ali, culpando-o pela sua saída precoce, mas mais tarde, quando a corrida acabou, os mecânicos vieram a descobrir que o carro era mais do capaz de voltar à corrida...

Enquanto isso, Depailler caia algumas posições devido a um pião, mas depois fez uma corrida de faca nos dentes, tentando recuperar o tempo perdido. Passa Jarier e Peterson em poucas voltas e vai atrás de Scheckter e Pryce. Mas não precisou de os ultrapassar para chegar ao terceiro posto: ambos os carros tiveram problemas mecânicos e desistiram.

A corrida tinha sido um sucesso organizativo e um favorito do público, fazendo com que ficasse no calendário para o ano seguinte. Mas havia uma última história para contar: quando a corrida acabou, Mário Andretti tinha decidido que não iria correr mais pela Parnelli na USAC, já que tinha ficado zangado por ter sido o ultimo a saber da noticia. No dia a seguir, por acaso, cruza-se com Colin Chapman no átrio do hotel e vem a saber do que se tinha passado. Convida-o para tomar o pequeno almoço e no final do dia, ele tinha assinado contrato como piloto da Lotus.
Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr267.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1976_United_States_Grand_Prix_West
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