quarta-feira, 11 de maio de 2011

Esquizofrenia ou convivência pacifica?

Desde que surgiu o primeiro rumor sobre a entrada da Volkswagen nos ralis, algures em 2008, que muitos especialistas se questionaram sobre o papel que uma das outras marcas do grupo, a checa Skoda, teria em caso da entrada da marca de Wolfsburgo no Mundial de ralis. E as questões tinham uma boa razão de ser: ao contrário da VW, a Skoda tem uma imensa tradição no mundo dos ralis, desde os tempos da antiga Checoslováquia.

Desde os meados da década de 70 que com diversos modelos, a Skoda correr quer no seu pais, quer no estrangeiro. Nos anos 90 expandiu-se, primeiro com o modelo Favorit nas duas rodas motrizes, e depois com o modelo Octavia no inicio da década, com pilotos como Armin Schwartz, e por fim com o Fabia, pilotado a certa altura por Colin McRae. Hoje em dia, a Skoda aposta forte no IRC, com uma equipa constituída pelo belga Freddy Loix, pelo finlandês Juho Hanninen e pelo checo Martin Prokop, e não é raro vê-los no WRC, na categoria S2000, normalmente com Hanninen aos comandos.

Agora, com o anuncio oficial da entrada da Volkswagen em 2013, com o modelo Polo, questiona-se sobre o futuro da marca checa nos ralis, se continuaria autónoma ou se seria absorvida pela VW num futuro próximo. Sobre essa questão, Kris Nissen referiu, evasivo, que: "A Skoda fez um trabalho fantástico nos últimos anos mas o futuro das atividades de ralis da Skoda deve ser falado e discutido com o meu colega na VW, Michal Hrbanek e descobrir o que a sua empresa está a planear fazer." Ou seja, ainda adicionou gasolina na questão quando abriu a possibilidade de a marca checa entrar no WRC num futuro próximo.

Seria estranho, aos dias de hoje, que um mesmo grupo apoie duas marcas na mesma competição, mas isso já aconteceu num passado recente, quando Peugeot e Citroen correram ao mesmo tempo no WRC, há uma década. A marca do leão corria com o 206 e depois o 307, guiado por pessoas como Richard Burns e Marcus Gronholm, enquanto que a Citroen tinha o Xsara nas classificativas, com pilotos como Carlos Sainz, Francois Duval e Sebastien Löeb.

Em suma: parece que alguém sugeriu a possibilidade de ambos correrem juntos, o que seria uma decisão de elementar justiça para a Skoda, pela sua tradição nos ralis. Mas veremos se a ideia vai para a frente, pois existem imensas equações nesta formula que tem de ser discutidas.

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