segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A imagem do dia

Há precisamente 40 anos, em Zeltweg, o pelotão da Formula 1 vivia sentimentos distintos. Ela ficou com a respiração em suspenso por alguns dias quando Niki Lauda lutava pela vida num hospital alemão, após o seu acidente em Nurburgring, e em reação, Enzo Ferrari decidira tirar a sua equipa de competir no GP austríaco. Mas nessa altura, já respirava aliviado ao saber que Lauda iria sobreviver e provavelmente voltar à competição, talvez na temporada seguinte.

Mas noutra equipa, Zeltweg fazia recordar más memórias. Um ano antes, a Penske estava naquele local a lutar para conseguir um bom lugar na grelha, com o seu piloto, o veterano Mark Donohue. Campeão na Can-Am e nas 500 Milhas de Indianápolis, adaptava-se a um mundo diferente, o da Formula 1, e no "warm up" para a corrida, um pneu rebentou enquanto fazia a veloz Hella-Licht, acabando a bater num posto de comissários e num cartaz. Parecia que tudo estava resolvido, mas Donohue tinha na realidade batido com a cabeça nas pernas desse cartaz e tinha feito um hematoma que fez rebentar uma artéria e entrado em coma, morrendo dois dias depois, aos 38 anos de idade.

Em 1976, voltavam a lutar por melhores resultados até que entrou em cena o modelo PC4. Com uma aerodinâmica mais refinada, e maior distância entre eixos, Watson, com ele, tinha conseguido subir ao lugar mais baixo do pódio em Paul Ricard e Brands Hatch (à custa da desclassificação de James Hunt) e naquela pista, John Watson, o substituto de Donohue na equipa, conseguira o segundo melhor tempo, apenas batido por Hunt.

Por essa altura, Roger Penske decidiu fazer uma aposta a Watson: em caso de vitória, ele iria cortar a barba. Irritava-se com os pêlos faciais do piloto norte-irlandês, então com 29 anos, e que até então tinha andado pela Formula 1 na Brabham e Surtees. 

Foi uma corrida bem disputada entre Watson, Hunt, o March de Ronnie Peterson, os Lotus de Mário Andretti e Gunnar Nilsson, e o Ligier de Jacques Laffite, entre outros, com os seus primeiros a ficarem separados por meros 34 segundos, uma das corridas mais disputadas da história da Formula 1, mas no final, foi Watson a subir ao lugar mais alto do pódio. E de Watson, também temos de comemorar que há 40 anos, ele largou de vez a barba.   

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