quinta-feira, 21 de março de 2019

A imagem do dia

Ayrton Senna em Jacarépaguá, durante o GP do Brasil de 1984, numa foto tirada por Paul-Henri Cahier. No dia do seu 59º aniversário, 35 anos depois da sua estreia e 25 anos depois da sua morte, recorda-se o piloto brasileiro nos seus primeiros tempos numa Toleman que tinha as sementes daquilo que foi mais tarde a Benetton, que tempos depois se tornou na sua "pedra no sapato" nos seus tempos finais.

A foto que coloco aqui assinala o final de um caminho que começou dois anos e meio antes, pouco depois do piloto brasileiro se ter estreado em monolugares, na Grã-Bretanha (Senna nunca correu em qualquer prova de monolugares no Brasil).

Desde 1981 que Senna estava nos monolugares, primeiro na Formula Ford 1600, depois na Formula Ford 2000, mas foi no final de 1982 que o mundo da Formula 1 começou a notar no piloto brasileiro. Na Formula 3 britânica, ao serviço da West Surrey Racing, entrou em duelo com Martin Brundle, da Eddie Jordan Racing, vencendo na maior parte das vezes. E no meio disto tudo, a Formula 1 observava-os, convidava-o para testes. Primeiro, a Williams. Depois, a McLaren. E depois disso, a Brabham.

A Toleman foi a quarta equipa que Senna testou. Em Silverstone, Senna experimentou o TG183 e no final, decidiu que seria melhor ficar numa equipa do meio da tabela. Parecia não ter muita lógica ir para ali, mas havia duas boas razões: primeiro, ali ele seria primeiro piloto - algo que não aconteceria se fosse para a Williams ou Brabham, por exemplo - e a Toleman estava em alta. 

Chegado à categoria máxima do automobilismo em 1981, depois de ter vencido a Formula 2, com Derek Warwick, a equipa penou nas duas temporadas seguintes, com o italiano Teo Fabi. Mas tinham feito uma escolha crucial pelo meio, ao pedir a Brian Hart para construir um motor Turbo. Em 1983, com Warwick e outro italiano, Bruno Giacomelli, o britânico conseguiu dois quartos lugares e pontuou nas últimas quatro corridas da temporada, mostrando a evolução do TG183, desenhado pelo sul-africano Rory Bryne. A temporada de 1983 acabou com dez pontos para a equipa, a sua melhor temporada até então.

Com isso tudo, e com a chance de ter a equipa à sua volta - o venezuelano Johnny Cecotto pouco ou nada contava - a escolha de Senna pela Toleman parecia justificar-se. Poderia crescer ao seu ritmo e não seria "queimado", como correria o risco se fizesse isso numa equipa de ponta. E como todos sabem, todos cresceram em 1984: o piloto, a equipa e o projetista, que fez o TG184 e lhe deu pódios... e corridas memoráveis.

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