quinta-feira, 18 de novembro de 2010

5ª Coluna: O previsivel fim da Hispania e as novas da Lotus

Esta terça-feira, a Toyota deu-se ao trabalho de mandar um comunicado à imprensa para avisar que o acordo com a Hispania tinha ficado sem efeito, devido a atrasos no pagamento do acordo de chassis, no valor de 60 milhões de dólares. Pondo as coisas em português simples, simplesmente a Hispania deixou de pagar, se é que alguma vez pagou algo à empresa de Colónia pelos direitos intelectuais do que iria ser o Toyota TF110.

Esta noticia surgiu na pior altura possivel para a equipa de José Ramon Carabante e Colin Kolles, pois nesta altura precisam de ter um chassis para 2011, pois o de 2010, construido pela Dallara, é datado e lento. E ainda por cima, a partir do ano que vêm, volta a regra dos 107 por cento. E como a Hispania era o carro mais lento do pelotão...

Não sei se alguma vez a Hispania teve algum "plano B" na manga, porque é agora a altura ideal para o aplicar. Tendo motores Cosworth e caixas de velocidades da Williams, sem um chassis viável, temo que andará a sobreviver em 2011, tentando melhorar algo que nunca foi bom. E agora, voltam as noticias sobre a eventual sobrevivência da equipa, pois precisam desesperadamente de investidores, dinheiro fresco, para a equipa. Ou então um piloto pagante como Pastor Maldonado...

Em suma, voltaram as noticias sobre a eventual continuidade da Hispania para além de 2010. Podem até começar a próxima temporada, recebendo os dinheiros das transmissões televisivas - cerca de 30 milhões, creio eu - mas provavelmente não terão, ou não conseguirão, chegar ao final da temporada. Resta saber como é que Carabante e Kolles irão descalçar esta bota, porque se as coisas sempre foram dificeis, mais dificeis ficaram agora.

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A cada dia que passa, o assunto "Lotus" torna-se num duelo cada vez mais azedo entre duas partes, do qual ninguém quer perder a face. E a melhor maneira que eles têm para dizer que cada um deles tem razão é... a fuga para a frente. Rumores insistentes vindos de França afirmam que a Proton comprou 25 por cento da equipa de Formula 1 da Renault, e ela se chamará a partir de 2011 "Lotus-Renault". O acordo seria de quatro anos.

Para demonstrar que eles não brincam, ontem surgiu a noticia de que a Lotus irá entrar em força em 2012 na Indy, como fornecedora de chassis e de motores. O envolvimento na equipa KV, que em 2010 patrocinou o carro de Takuma Sato, se alargará para quatro carros, todos patrocinados pela Proton. E como em 2012 os chassis terão componentes novos e novos motores, a possivel entrada da Lotus poderia passar ou com um acordo com a Cosworth, como preparadora, ou com a Toyota, que fornece os motores dos carros de estrada.

Com esta posição de força, parece que Tony Fernandes está encurralado. Tem chassis, motores e pilotos, mas não pode usar o nome que ajudou a reavivar, mas que arrisca a ser entregue de mão beijada a uma pessoa demasiado ambiciosa, que tem o apoio da Proton e do governo malaio e quer espalhar o nome criado por Colin Chapman há mais de cinquenta anos aos quatro cantos do mundo. Terá dinheiro suficiente para aguentar todas as operações, ou confia plenamente na boa vontade do governo malaio, agora que os cenvenceu dos seus planos ultra-ambiciosos? A Proton é uma empresa deficitária...

Se o pior acontecer, Tony Fernandes perderá a sua face, mas salva o seu negócio. Continuará o seu trabalho, e provavelmente com bons resultados. Dany Bahar poderá rir-se agora por ter conseguido recuperar tudo sem pagar qualquer tostão. Perderá o respeito dos fãs do resto do mundo, mas aparentemente está demasiado cego pelos seus planos quem mais me fazem lembrar os de uma "conquista do mundo" de um mau da fita de um filme dos anos 50... espero que tenha um mar de dinheiro e bons contactos, pois vai precisar deles.

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