sábado, 11 de junho de 2011

As expectativas de mais alguns portugueses em Le Mans

As 24 Horas de Le Mans não tem só Pedro Lamy em lugar de destaque na primeira categoria de Protótipos da maior prova de Endurance. Miguel Pais do Amaral, na equipa Quifel ASM Team, e Tiago Monteiro, na Oak Racing, num protótipo Pescarolo-Judd, também fazem parte desta competição, com ambições um pouco mais modestas nesta competição onde o principal foco será a luta entre a Audi e a Peugeot.

No lado da Quifel, com um protótipo Zytek, a confiança é a palavra de ordem nas horas que antecedem a grande corrida: "Temos o carro muito equilibrado e contamos com três bons pilotos", começou por dizer António Simões, Director do Quifel ASM Team, à Autosport portuguesa. Declarações corroboradas pelo "gentleman driver" Miguel Pais do Amaral: "Vamos medir forças com os melhores do mundo nesta especialidade e queremos estar à altura do desafio", comentou.

Justificando o tempo menos bom alcançado por Olivier Pla nos treinos, António Simões explicou que quando a equipa montou os três jogos de pneus de qualificação nunca foi possível realizar uma volta inteiramente limpa, devido ao intenso tráfego na pista: "Tivemos pouca sorte, poderíamos ter tirado uns dois segundos por volta em condições óptimas, mas isso não é muito importante, pois o que interessa é estar bem em ritmo de corrida", concluiu. Contudo, ele mesmo está convicto de que com a pontinha de sorte sempre imprescindível em Le Mans será possível cumprir o objectivo de lutar de igual para igual com os melhores concorrentes privados, como sejam as equipas Rebellion, Oak, Pescarolo e Aston Martin.

Para a corrida, será o francês Olivier Pla a fazer o primeiro turno, enquanto que Miguel Pais do Amaral fará o segundo turno de condução, para depois passar o volante ao britânico Warren Hughes: "O Pla está mais traquejado na confusão tradicional do momento da largada", justifica Maurício Pinheiro, director-técnico da equipa.

Já no lado da Oak Racing, Tiago Monteiro será um dos pilotos dos carros do Pescarolo-Judd, um convite que chegou em cima da hora para substituir Mattiheu Lahaye, acidentado na prova de Spa-Francochamps. Tudo isso não inibiu o piloto do Porto, que conseguiu garantir, em conjunto com os seus companheiros de equipa Guillaume Moreau e Pierre Ragues, o 11º lugar da geral e o quarto melhor entre os carros não diesel. Um bom indicador para a longa corrida.

"Estamos satisfeitos com o resultado final, tendo em conta que efectuámos a qualificação com pneus velhos e o depósito cheio. Temos ainda de trabalhar na afinação do carro nestas condições, pois não está ao seu melhor nível. Ainda temos o 'warm-up' para fazer melhoramentos. Desde que cheguei a Le Mans que não tenho parado, têm sido dias de muito trabalho mas fantásticos ao mesmo tempo. Esta é uma prova com uma aura especial. Estou muito contente por regressar a este magnífico evento", explicou Monteiro.

Contudo, a qualificação não foi isenta de problemas. Na quinta-feira à noite, numa altura em que estava ao volante, o Pescarolo da OAK Racing ficou sem luzes: "Foi o pânico total. Pilotava a cerca de 320 kms/hora e de repente tudo se apaga. Não via absolutamente nada e pior que isso, os outros pilotos também não me viam. Não sabia para onde ir. Fiquei assustado e preocupado com o que pudesse acontecer. Mas felizmente tudo se resolveu pelo melhor. Espero que esta situação não se repita em situação de corrida porque os riscos serão certamente maiores", explicou.

Tiago Monteiro pegará o carro, caso ainda role, na quarta hora da corrida.

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