domingo, 9 de março de 2014

CNR - Rali Cidade de Guimarães: o relato

Quatro lideres, muita luta e a diferença mais curta na história do Campeonato Nacional de Ralis. Três décimos de segundo separaram o "local" Pedro Meireles do tricampeão açoriano Ricardo Moura, ambos em Skoda Fabia S2000, num Rali Cidade de Guimarães que valeu pelos pergaminhos deste campeonato que promete ser muito competitivo.

Duas semanas depois do Rali Serras de Fafe, a jornada inaugural do Campeonato Nacional de Ralis, máquinas e pilotos correram um pouco mais ao lado, em pisos de asfalto, no Rali Cidade de Guimarães. Com algumas novidades: José Pedro Fontes decidiu trazer um Porsche de GT, para compensar a ausência do outro Porsche de Carlos Oliveira, que teve problemas com a sua caixa de velocidades, enquanto que Rui Madeira decidiu que só iria regressar às lides no Rali de Portugal, no mês que vêm, com o seu Ford Fiesta R5.

Outra grande novidade neste Rali Cidade de Guimarães eram as presenças dos Suzuki Swift S1600 do campeonato espanhol, que faziam aqui uma presença e enriqueciam a lista de inscritos deste rali.

As coisas começaram na sexta-feira à noite, com uma Super-Especial noturna no centro da cidade de Guimarães, com Ricardo Moura a ser o melhor no seu Skoda Fabia S2000, que conseguiu bater o Ford Fiesta R5 de Diogo Salvi por 3,5 segundos, com o Mitsubishi Evo IX de Ricardo Teodósio no terceiro posto, perdendo apenas mais meio segundo. Perdendo mais 0,6 segundos ficavam Adruzilo Lopes, no seu Subaru Impreza STI, enquanto que José Pedro Fontes era o sexto, com o seu Porsche GT.

No inicio do dia seguinte, Moura manteve-se na frente, mas não resistiu aos ataques de José Pedro Fontes, no seu Porsche. Na segunda especial, a da Rota das Cutelarias, o piloto portuense fez valer a maior rapidez e velocidade de ponta do Porsche em traçados pouco sinuosos e ganhou, de uma vez... mais de sete segundos a todos os seus adversários! Atrás, Moura tinha com que se preocupar com Pedro Meireles e o Ford Fiesta R5 de João Barros, que era o terceiro.

Nos troços seguintes, José Pedro Fontes aumentou a diferença, chegando a ter 25 segundos sobre o segundo classificado, e parecendo que os troços de asfalto o iriam fazer com que fosse o vencedor deste rali. Contudo, na quarta especial... a catástrofe. O piloto perdeu o controlo do seu Porsche num "gancho", indo de frente... contra um galinheiro. A caixa de velocidades ficou encravada em ponto morto e ele foi obrigado a desistir. 

A seguir, o piloto explicou o acidente: "Infelizmente desistimos. Um erro meu num cruzamento com muita areia fez-nos ter uma pequena saída de estrada, nada de mal se tivéssemos conseguido engrenar a marcha-atrás. Mas infelizmente a caixa encravou em ponto morto e não conseguimos retirar o carro para chegar ao fim do troço. No entanto, fica a satisfação de liderarmos o rali na estreia do Porsche. Gostava de agradecer a todos aqueles que nos apoiaram na estrada, pois este projeto foi pensado também para todos os que têm paixão por ralis."

Com isto, o Ford Fiesta de João Barros passava para a frente, mas já era acossado pelos Skodas de Moura e Meireles. Cedo um, e depois o outro Skoda, passaram João Barros, para aquilo que viria a ser um duelo a dois pela vitória. E no final da nona - e penultima classificativa - a diferença entre os dois era de 3,1 segundos, com João Barros no terceiro posto, a 10,1 segundos, mas com uma vantagem significativa sobre Adruzilo Lopes, que estava a um minuto e dez segundos.

Chegada a última classificativa, o duelo foi intenso, mas os "santos da casa" ajudaram. Meireles por apenas três décimos de segundo. Um final para a história. "Foi um forcing final. É fantástico ganhar em casa”, disse um emocionado Meireles.

João Barros completou o pódio, a 26,4 segundos dos dois primeiros, demonstrando uma crescente adaptação ao Ford Fiesta R5, enquanto que Adruzilo Lopes foi o melhor na Produção, a mais de um minuto do vencedor. Joan Vinyes, um dos espanhois do Suzuki Swift S1600, terminou no quinto posto.

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