domingo, 17 de junho de 2018

A imagem do dia






Na sexta-feira a noite, disseram que Cristiano Ronaldo tinha tentado marcar por 44 vezes pela seleção nacional através de um pontapé de livre. E tinha falhado todos. A poucos minutos do final do jogo com a Espanha, e com os hispânicos a vencer por 3-2, ele teve uma oportunidade soberana para empatar o jogo. E dessa vez, não desperdiçou. 

Falo disto porque a Toyota chegou hoje, por fim, ao lugar mais alto do pódio nas 24 Horas de Le Mans, com Kazuki Nakajima ao volante, ao lado do suíço Sebastien Buemi e do espanhol Fernando Alonso. A marca japonesa alcançou a vitória... à 33ª tentativa. A lição, em ambos os casos, é que se persistir e não desistir, haverá uma ocasião em que acertarás.

É verdade que na história da Toyota em Le Mans houve ocasiões dramáticas. Em 1999, Ukyo Katayama estava na frente da corrida quando a uma hora do final, sofreu um furo a alta velocidade nas Hunaudriéres. O japonês controlou o carro naquela situação limite, mas abdicou da vitória, acabando no segundo posto. E escusamos de falar por aqui do drama de 2016, quando o carro "pifou" na pior altura possível. Também em plena Hunaudriéres, também na última volta.

Este ano, a Toyota tinha uma constelação de pilotos: Alonso, Buemi, o argentino José Maria Lopez, Kamui Kobayashi e Mike Conway, todos com excelentes palmarés nas suas carreiras. É certo que tinham tudo a ganhar, pois a concorrência tinha ido embora, mas não desistiram. Queriam ganhar, chegar ao fim e comemorar. E foi o que aconteceu, não sem antes um susto no meio, quando o carro numero 8 foi penalizado em um minuto por ter acelerado numa "slow zone".

Isso foi no inicio da noite. Quando o carro passou para as mãos de Alonso, contra "Pechito" Lopez ao volante, o piloto espanhol aproveitou todo o seu "stint" - à volta da uma/duas da manhã - para diminuir em mais de um minuto a sua diferença para o o outro Toyota. E foi um feito que demonstra a capacidade do piloto asturiano, quando têm uma máquina à altura.

É verdade: Alonso entra na história, sendo o quinto campeão do mundo de Formula 1 a vencer em La Sarthe, e na primeira tentativa. E faz parte de um clube restrito que tinha antes Phil Hill, Graham Hill, Jochen Rindt e Mike Hawthorn. E fê-lo 46 anos depois da entrada do último membro. E mostra algo do qual respeito nos pilotos: a sua versatilidade, a capacidade de guiar máquinas diferentes, semana após semana. E Alonso vai ter uma temporada cheia, com Formula 1 a alternar a Endurance, sem tempo para descansar. E faz porque quier.

No final, parabéns a todos. Mereceram. Demorou, mas mereceu. Mas que digam que a concorrência era fraca, não interessa: os livros de História vão registar na mesma. 

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