terça-feira, 30 de agosto de 2022

A imagem do dia


Bruce McLaen posa para uma foto em 1967, já como piloto e construtor da sua própria equipa, preparando-se para os triunfos na Cam-Am, no ano seguinte, com o seu compatriota Dennis Hulme

Por estes dias se falou que Max Verstappen conseguiu triunfar em duas corridas seguidas partindo do meio do pelotão: em Budapeste, ele parte de décimo, em Spa-Francochamps, de 14º, ambos acabando no lugar mais alto do pódio.

Max empatou um recorde com 62 anos, que pertencia ao aniversariante do dia: Bruce McLaren. Que se estivesse por aqui, comemoraria hoje o seu 85º aniversário. 

No GP dos Estados Unidos, em 1959, o piloto, então pela Cooper, partia de décimo na grelha, numa corrida que era a última do campeonato, e com três candidatos ao título, entre Stirling Moss, Tony Brooks e Jack Brabham, McLaren parecia ser um ator secundário perante toda esta gente - na altura, tinha 22 anos e fazia a sua primeira temporada completa. 

O neozelandês aproveitou bem o carro e subiu de lugares até no final, indo atrás de Brabham. No início da última volta, ele era segundo, entre o australiano e Trintignant, e tudo indicava que ele seria campeão. Mas um golpe de teatro fez com que ele ficasse sem gasolina e tivesse de empurrar o carro. McLaren, surpreso, levantou também o pé, mas o australiano fez gestos para que acelerasse e passasse para a frente. O carro de Brabham parou a algumas centenas de metros da meta, e saiu do carro para o empurrar, cruzando a meta em quarto, suficiente para ser campeão.

No final ganhou seis mil dólares de prémio... e terras à volta de Sebring. Quem diria!

A primeira corrida de 1960 aconteceu no verão austral e estava um calor de derreter ananases. A corrida aconteceria dois meses depois da corrida americana, e McLaren partiu de bem mais abaixo: 13º da grelha, entre o argentino Carlos Menditeguy e o britânico Alan Stacey, no seu Lotus oficial. Não muito acima na grelha ficou Jack Brabham, que era décimo.

Contudo, McLaren aguentou bem o calor. Andou a correr de camisa e calções - como eles andavam nesses tempos! Moss liderou boa parte do tempo, até que o carro sofreu um problema de suspensão e foi andar no carro de Maurice Trintignant, mas o seu terceiro lugar final não contou para os pontos, porque as regras de partilha do carro tinham sido abolidas em 1958. 

O jovem piloto aguentou os calores austrais e acabou na liderança na bolta 68, quando ultrapassou o carro de Jo Bonnier, indo sem problemas até à meta. No final, foi uma questão de resistência e juventude que o ajudou nestas suas vitórias. Afinal de contas, ele tinha batido o recorde de juventude em termos de triunfo e claro, foi o cartão de visita de uma longa carreira no automobilismo, infelizmente cortado por um acidente quando experimentava o seu carro de Can-Am, uma década mais tarde. Mas o seu legado permanece. 

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