segunda-feira, 10 de julho de 2023

A(s) image(ns) do dia (II)




Há 35 anos, em Silverstone, acontecia a primeira corrida debaixo de chuva em dois anos e meio. E em paragens inglesas, um piloto destacou-se. Mais que o vencedor, Ayrton Senna, mais até que os Ferrari, que tinham conseguido os dois primeiros lugares da grelha de partida, porque a McLaren tinha dificuldades com o seu novo pacote aerodinâmico, para os circuitos de alta velocidade, foi o facto de a sua equipa, naquele ano, estava em transição dos Honda Turbo, para receber os motores de 10 cilindros da Renault.

E o piloto iria anunciar, naquele fim de semana, que ia para outro lado.

Em 1988, a Williams decidiu que iria andar por uma temporada com os 8 cilindros da Judd, a sabia-se que as vitórias seriam mais escassas. Ou seja, tinham consciência de que era preferível perder agora para ganhar mais adiante, com os motores franceses, que iriam aproveitar bem o novo regulamento. Mas se calhar, Frank Williams e Patrick Head não imaginariam que até então, eles só teriam... um ponto. Um sexto lugar que Riccardo Patrese tinha conseguido no Mónaco. 

Nigel Mansell não tinha acabado qualquer corrida em 1988. o motor Judd não era fiável, e claro, mais coisas existiam para que ele não acabasse as corridas, independentemente que pontuasse ou não. Eles sabiam que iria ser difícil, mas estavam a ter a pior temporada desde 1977. E o 11º posto na grelha não ajudava muito. Talvez fosse por isso que ele iria anunciar que em 1989, seria piloto da Ferrari, escolha do próprio "Commendatore", nonagenário e já enfraquecido pela velhice.  

Aliás, a coisa estava tão mal que nesse ano... ele tinha rapado o bigode!

A partida foi interessante, com Senna chegar-se aos Ferrari e os passar, ficando com o comando na volta 14, depois de Gerhard Berger ter passado Michele Alboreto, o poleman, na primeira volta. Prost caiu para nono, e ficou ainda pior, lutando contra um mau chassis e contra a chuva, ele que não gostava nada de conduzir naquela condição. 

Ao contrário, Mansell subiu fortemente na classificação, e aproveitando a sua adaptação à chuva, passou um Prost que estava a ter o seu pior desempenho da temporada - desistiu na 24ª volta - passou o Benetton de Alessandro Nannini, o Ferrari de Alboreto, e depois de ter feito a volta mais rápida, na 48ª passagem pela meta, apanhou e passou Berger para ser segundo. Nessa altura, Senna estava inalcançável, pois ele conseguiu adaptar-se à pista molhada e ao mau carro desse final de semana, compensando de uma vez o modesto campeonato que andava a fazer até então. 

E os Ferrari? Apesar da chuva... ficaram ambos sem gasolina! Pior, pior, foi Berger, que perdeu um quinto lugar certo porque o carro parou a algumas centenas de metros da meta. 

E no pódio, sem bigode, Mansell comemorou como se tivesse vencido. Como curiosidade, o seu melhor tempo foi de 1.23,308. Treze segundos mais lento que o tempo de 1987, que foi de 1.09,832.     

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