segunda-feira, 26 de novembro de 2018

A ascensão do "pickup" elétrico

Nos Estados Unidos, o carro mais popular é o jipe. E não é o "Jeep", mas sim o "pickup", uma combinação entre o jipe e o camião, que não só têm espaço para levar quatro ou cinco passageiros, como também têm a capacidade de levar carga numa carrinha de caixa aberta. Pickups como o Ford F150 são dos carros mais populares nos Estados Unidos, mesmo que a tendência seja os SUV's, carros que não tem mais do que uma suspensão mais alta para poder passar em todos os tipos de terreno.

Mas há um grande defeito nestes carros: quase todos são propulsionados a Diesel, um combustível que, sendo mais barato que a gasolina, é bem mais poluidor. Contudo, isso poderá estar a mudar. E não falo da Tesla, que pensa em colocar no mercado o seu pickup elétrico algures na próxima década. Outros estão a seguir o caminho. E não falo dos "big three", Ford, Chrysler e General Motors. Falo de start-ups como a Rivian, que por estes dias mostrou o seu R1T, o seu pickup elétrico que afirmam ter uma bateria com uma autonomia de 400 milhas, ou 640 quilómetros.

De acordo com a marca, o R1T acelerá dos 0 aos 100 em meros três segundos, e sete para chegar aos 160 km/hora (as cem milhas por hora), tudo numa bateria com 180 kWs de capacidade, aquela que dará os 640 quilómetros de autonomia. Mas também terá mais dois tipos de bateria, uma de 105 kWs, com uma capacidade de 230 milhas (cerca de 350 quilómetros) e outra de 135 kWs, com uma capacidade de 300 milhas (480 quilómetros). Tudo isto estará disponível a partir de finais de 2020, mediante um pagamento inicial de mil dólares, pois o pickup custará cerca de 61.500 dólares. 

É óbvio que no papel, as coisas são muito boas, e o pickup parece ter bom aspecto. Mas como diz o artigo na Road and Track, uma startup automobilistica construir e colocar o seu produto no mercado é uma tarefa difícil, senão monstruosa.

"[Construir um automóvel] é difícil. Há uma razão pela qual as montadoras iniciantes têm uma taxa de sucesso baixa. As barreiras à entrada na indústria automobilística são enormes e, como a Tesla demonstrou, projetar e projetar um veículo atraente é apenas o começo de uma batalha que se torna muito mais complexa à medida que a produção aumenta.

A Rivian terá sucesso? Nós vamos ter de esperar para ver. No mínimo, o R1T é um exercício impressionante, demonstrando as vantagens de design de uma plataforma EV num segmento automóvel que demora a adaptar-se à propulsão elétrica", escreve a revista acerca do Rivian.

É verdade. Não há neste momento qualquer pickup elétrico à venda neste momento nos Estados Unidos. Nem um para amostra, daqueles luxuosos, elitistas e caros como muitas das vezes existem. Há o Modelo X da Tesla, mas é mais um SUV de classe alta do que outra coisa. E estão mais concentrados no modelo 3, que agora começa a ser o sucesso de vendas que todos desejavam. Só em 2018, já vendeu 58 mil unidades e há quem aposte que será o carro mais vendido nos Estados Unidos em 2019, altura em que começará a ser vendido na China e na Europa, onde também há muita procura desse carro.

Mas como já foi dito acima, a Tesla é neste momento um caso isolado. Há as marcas na China que estão a aparecer - NIO, BYD, entre outras - mas estão dez anos atrasadas em relação à companhia de Elon Musk. E outros projetos como a Lucid e a Faraday Future, andam aos soluços, e no caso da Faraday, está falida. Mas os elétricos vendem-se e a prova disso é a quota de mercado que ganham ano após ano. 2018 ainda não acabou e já bateu recordes de vendas, e muitos presumem que 2019 será ainda melhor.

Quanto aos pickups elétricos, há muitos projetos que ainda estão a ser desenvolvidos, como a Bollinger, por exemplo. O potencial está lá, pois se aparecer um ou mais desses modelos à venda, e vencer as resistências e relutâncias, poderá fazer com que os carros movidos a electricidade seja algo irreversível, dentro de cinco anos. 

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