Nascido a 15 de outubro de 1924 em Allentown, na Pennsilvânia, e filho de pais italianos, licenciou-se em engenharia industrial na Lehigh University, em Bethlehem. A seguir, em 1946, entrou na Ford, para trabalhar no departamento de engenharia, mas cedo passou para a área das vendas e marketing. Ficando na área de Filadelfia, na sua Pennsilvânia natal, destaca-se em 1956 quando faz aumentar as vendas dos novos Ford em 20 por cento num ano. O suficiente para ser chamado à sede, em Dearborn, no Michigan, e ficar na direção.
Em 1960, é o vice-presidente encarregado da gestão. E foi aí que dá a luz verde ao Ford Mustang, que é construído em 1964. Também por esta altura, está envolvido no projeto do GT40, contratando personagens como Carrol Shelby, com o objectivo de bater as Ferrari nas 24 Horas de Le Mans. E na Europa, dá luz verde ao Ford Escort.
Também é com Iaccoca que a marca Mercury é reavivada, e modelos como o Cougar e o Marquis são apresentados, ajudando a fortalecer a era dos "muscle cars". Mas no final da década, começa a pensar em carros eficientes e económicos. Ao assistir o sucesso do Volkswagen Carocha e a entrada em cena das marcas japonesas como a Honda e a Toyota, decide que a Ford tem de ter um carro desse tipo. Foi assim que em 1971 surgiu o Ford Pinto, que apesar do potencial de sucesso, defeitos na sua concepção, como os depósitos de combustível que explodiam em caso de colisão traseira afetaram a sua reputação. Mesmo com a primeira crise do petróleo de 1973 a fazer vingar a ideia de Iaccoca, o carro é retirado de circulação em 1978, precisamente no ano em que ele é despedido, depois de anos de relações tensas com Henry Ford II.
Não ficou muito tempo desempregado: a Chrysler contratou-o com um objectivo em mente: salvar a empresa. Esta estava a ter prejuízos com a sua divisão europeia, que de imediato a vendeu para a Peugeot, e tirou de circulação carros como o Dodge Volare, que ele mesmo disse que "nunca deveriam ter sido construidos". Mas também fez algo inédito: pediu ao governo uma larga soma de dinheiro, que o devolveria em cinco anos. Custos foram reduzidos, projetos foram abandonados, mas Iaccoca cumpriu com a sua parte, salvando a marca.
Foi durante a sua presidência na Chrysler que foram lançados mais carros pequenos e eficientes, como estava a fazer na Ford. Os carros tinham injeção eletrónica, fazendo ser mais eficientes, e as vendas aumentaram grandemente. Em 1987, compra a AMC, para ficar com a Jeep, inaugurando a moda dos SUV's, com o Grand Cherokee. Iaccoca também iria comprar a Lamborghini, e namoraria a Formula 1 em 1989, mas ficou por lá apenas quatro anos, retirando-se em 1993, um ano depois da sua retirada da Chrysler.
A sua popularidade em meados dos anos 80 era tal que a sua biografia foi uma das mais bem vendidas por dois anos. Chegou a participar em anúncios publicitários - como bom vendedor que era - e num episódio da série "Miami Vice". Em 1988, pensou sériamente numa candidatura presidencial mas acabou por desistir da ideia.
Em 2007, expressou a sua indignação sobre a classe politica e económica, devido a aquilo que classificava de "excessos do capitalismo":
"Eu sou a única pessoa neste país que está cansado do que está a acontecer? Onde está a nossa indignação? Deveríamos estar a gritar 'assassinos, assassinos'. Nós temos uma gangue de palhaços sem noção a liderar o nosso governo, temos 'gangsters' corporativos a roubar, e não podemos nem mesmo limpar depois de um furacão e muito menos construir um carro híbrido. Mas em vez de ficar bravo, todo mundo fica sentado e acena com a cabeça quando os políticos dizem: 'Mantenha a rota'. Mantenha a rota? Você só pode estar brincar. Esta é a América, não o maldito Titanic. Eu vou te dar um 'soundbyte': Atire fora os incapazes!"
Dois anos depois, quando a Chrysler pediu ajuda ao estado, da mesma forma que a GM tinha feito, por causa do recessão que tinha atingido os Estados Unidos no final do ano anterior, ele expressou a sua tristeza por ver a sua corporação na mesma situação que a encontrou, quase trinta anos antes.
"Este é um dia triste para mim. Dói-me ver a minha antiga companhia, que tanto significou para a América, em sérias dificuldades. Mas a Chrysler esteve em apuros antes, e passamos por isso, e acredito que eles podem fazer isso de novo. Se eles forem espertos, eles vão reunir um consórcio de trabalhadores, gerentes de fábrica e revendedores para encontrar soluções reais. Estas são as pessoas nas linhas de frente, e elas são a chave para a sobrevivência. Vamos enfrentá-lo, se seu carro avaria, você não vai levá-lo para a Casa Branca para consertar. Mas, se a sua empresa quebrar, você tem que falar com os especialistas no terreno, não os burocratas. Todos os dias converso com revendedores e gerentes, que são apaixonados e cheios de ideias. Ninguém quer que a Chrysler sobreviva mais do que eles. Então eu diria ao governo Obama, não os deixe de fora. Coloque sua paixão e idéias para fazer trabalhar".
A Chrysler acabou por sobreviver, mas não sem antes ser comprada por Sergio Marchionne, o patrão da Fiat, que a transformou na FCA, a Fiat Chrysler Automobiles. De uma certa forma, o italo-canadiano fez algo parecido com Iaccoca, colocando a marca no caminho dos lucros até à sua morte, em julho de 2018, mas de uma certa forma, a Chrysler tornou-se numa marca americana absorvida por uma europeia, mas sobrevive no mercado.
Contudo, o seu legado está presente, e muito provavelmente sobreviverá muito para além da sua existência terrena. Ars lunga, ita brevis, Lee.
Em 1960, é o vice-presidente encarregado da gestão. E foi aí que dá a luz verde ao Ford Mustang, que é construído em 1964. Também por esta altura, está envolvido no projeto do GT40, contratando personagens como Carrol Shelby, com o objectivo de bater as Ferrari nas 24 Horas de Le Mans. E na Europa, dá luz verde ao Ford Escort.
Também é com Iaccoca que a marca Mercury é reavivada, e modelos como o Cougar e o Marquis são apresentados, ajudando a fortalecer a era dos "muscle cars". Mas no final da década, começa a pensar em carros eficientes e económicos. Ao assistir o sucesso do Volkswagen Carocha e a entrada em cena das marcas japonesas como a Honda e a Toyota, decide que a Ford tem de ter um carro desse tipo. Foi assim que em 1971 surgiu o Ford Pinto, que apesar do potencial de sucesso, defeitos na sua concepção, como os depósitos de combustível que explodiam em caso de colisão traseira afetaram a sua reputação. Mesmo com a primeira crise do petróleo de 1973 a fazer vingar a ideia de Iaccoca, o carro é retirado de circulação em 1978, precisamente no ano em que ele é despedido, depois de anos de relações tensas com Henry Ford II.
Não ficou muito tempo desempregado: a Chrysler contratou-o com um objectivo em mente: salvar a empresa. Esta estava a ter prejuízos com a sua divisão europeia, que de imediato a vendeu para a Peugeot, e tirou de circulação carros como o Dodge Volare, que ele mesmo disse que "nunca deveriam ter sido construidos". Mas também fez algo inédito: pediu ao governo uma larga soma de dinheiro, que o devolveria em cinco anos. Custos foram reduzidos, projetos foram abandonados, mas Iaccoca cumpriu com a sua parte, salvando a marca.
Foi durante a sua presidência na Chrysler que foram lançados mais carros pequenos e eficientes, como estava a fazer na Ford. Os carros tinham injeção eletrónica, fazendo ser mais eficientes, e as vendas aumentaram grandemente. Em 1987, compra a AMC, para ficar com a Jeep, inaugurando a moda dos SUV's, com o Grand Cherokee. Iaccoca também iria comprar a Lamborghini, e namoraria a Formula 1 em 1989, mas ficou por lá apenas quatro anos, retirando-se em 1993, um ano depois da sua retirada da Chrysler.
A sua popularidade em meados dos anos 80 era tal que a sua biografia foi uma das mais bem vendidas por dois anos. Chegou a participar em anúncios publicitários - como bom vendedor que era - e num episódio da série "Miami Vice". Em 1988, pensou sériamente numa candidatura presidencial mas acabou por desistir da ideia.
Em 2007, expressou a sua indignação sobre a classe politica e económica, devido a aquilo que classificava de "excessos do capitalismo":
"Eu sou a única pessoa neste país que está cansado do que está a acontecer? Onde está a nossa indignação? Deveríamos estar a gritar 'assassinos, assassinos'. Nós temos uma gangue de palhaços sem noção a liderar o nosso governo, temos 'gangsters' corporativos a roubar, e não podemos nem mesmo limpar depois de um furacão e muito menos construir um carro híbrido. Mas em vez de ficar bravo, todo mundo fica sentado e acena com a cabeça quando os políticos dizem: 'Mantenha a rota'. Mantenha a rota? Você só pode estar brincar. Esta é a América, não o maldito Titanic. Eu vou te dar um 'soundbyte': Atire fora os incapazes!"
Dois anos depois, quando a Chrysler pediu ajuda ao estado, da mesma forma que a GM tinha feito, por causa do recessão que tinha atingido os Estados Unidos no final do ano anterior, ele expressou a sua tristeza por ver a sua corporação na mesma situação que a encontrou, quase trinta anos antes.
"Este é um dia triste para mim. Dói-me ver a minha antiga companhia, que tanto significou para a América, em sérias dificuldades. Mas a Chrysler esteve em apuros antes, e passamos por isso, e acredito que eles podem fazer isso de novo. Se eles forem espertos, eles vão reunir um consórcio de trabalhadores, gerentes de fábrica e revendedores para encontrar soluções reais. Estas são as pessoas nas linhas de frente, e elas são a chave para a sobrevivência. Vamos enfrentá-lo, se seu carro avaria, você não vai levá-lo para a Casa Branca para consertar. Mas, se a sua empresa quebrar, você tem que falar com os especialistas no terreno, não os burocratas. Todos os dias converso com revendedores e gerentes, que são apaixonados e cheios de ideias. Ninguém quer que a Chrysler sobreviva mais do que eles. Então eu diria ao governo Obama, não os deixe de fora. Coloque sua paixão e idéias para fazer trabalhar".
A Chrysler acabou por sobreviver, mas não sem antes ser comprada por Sergio Marchionne, o patrão da Fiat, que a transformou na FCA, a Fiat Chrysler Automobiles. De uma certa forma, o italo-canadiano fez algo parecido com Iaccoca, colocando a marca no caminho dos lucros até à sua morte, em julho de 2018, mas de uma certa forma, a Chrysler tornou-se numa marca americana absorvida por uma europeia, mas sobrevive no mercado.
Contudo, o seu legado está presente, e muito provavelmente sobreviverá muito para além da sua existência terrena. Ars lunga, ita brevis, Lee.
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