quinta-feira, 14 de maio de 2020

As dificuldades entre o Reino Unido e a FOM, e a possibilidade portuguesa

A Formula 1 vai fazer de tudo para regressar e 2020. A ideia de um cancelamento da temporada está descartada, e a circulação de um calendário provisório indica que a 5 de julho, teremos Grande Prémio, neste caso, no Red Bull Ring, na Áustria, sem espectadores para manter o controlo sanitário e evitar o espalhamento do vírus e consequentemente, uma segunda vaga.

A razão porque escolheram a pista austríaca tem a ver com o calendário anterior, onde o GP da Áustria era para acontecer nesse final de semana. Agora, seria uma jornada dupla, nos domingos de 5 e 12 de julho, em Spielberg, antes de avançar para o Reino Unido, onde nos dias 26 de julho e 2 de agosto, poderia acontecer o GP britânico, em Silverstone. Contudo, nas últimas horas, surgiram noticias de que o governo britânico poderá estar a dificultar a tarefa das equipas de Formula 1 em termos de confinamento. É que o pelotão da competição está centrado no Reino Unido, mas apenas sete das equipas têm aí as suas sedes. Alfa Romeo Sauber, Alpha Tauri e Ferrari trabalham fora delas, duas delas em Itália e outra na Suíça.

Assim sendo, o governo britânico quer impor uma quarentena de duas semanas a todos os que vêm de fora do país, mas a FOM tentava arranjar uma excepção às equipas. Contudo, queria colocar uma quarentena às três equipas que têm as suas sedes fora, e correr com apenas 14 carros em Silverstone por dois fins de semana consecutivos, não serve para eles e para a Liberty Media. Assim sendo, surgiram ontem à noite noticias de que Portimão estaria como reserva para o calendário, caso as negociações com o Reino Unido colapsem.

Como Portugal está em fase de desconfinamento, e com o número de casos a diminuir rapidamente - a fase dois desse desconfinamento vai acontecer na próxima semana, com a abertura de escolas e restaurantes, entre outros - poderão estar mais preparados que outros países da Europa em julho, e ainda por cima, seria uma jornada dupla, mesmo com a probabilidade de ser uma prova à porta fechada. Sabe-se que a FOM, FIA e FPAK, a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, estão em contactos uns com os outros sobre essa possibilidade. Ni Amorim, o presidente da Federação Portuguesa, contou à Agência Lusa que algumas equipas de Formula 1 perguntaram sobre a disponibilidade de Portimão os receber. 

Quando vi que o assunto estava a ficar complicado em alguns países na Europa, enviei uma carta ao Secretário-Geral da FIA, dizendo que tínhamos infraestruturas de exceção. Tínhamos acabado de ter homologação grau 1 de Portimão. Fruto dessa carta e do trabalho do Autódromo Internacional do Algarve, o assunto está em cima da mesa. Naturalmente, não poderia ser financiado pelo Estado, mas, neste caso, pelo promotor, pois não era uma prova nova, era apenas para lhes facilitar a vida”, explicou.

Como todos estão fechados em copas sobre essa situação, essa possibilidade poderá ser viável, dada a prioridade em ter localizações para viabilizar um calendário de uma temporada de Formula 1 numa altura absolutamente excepcional.

Também há outras localizações no calendário que estão a ser consideradas, como Hockenheim, na Alemanha, um país que está em fase de desconfinamento. Contudo, nesta semana, surgiram novos focos do coronavirus e o governo está a pensar sériamente em dar um passo atrás nesse campo, para conter uma possível segunda onda.

Nos próximos dias, veremos que tipo de decisões foram tomadas.   

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