quarta-feira, 6 de junho de 2007

O piloto do dia: Thierry Boutsen

Hoje falo-vos de alguém que, para muito, foi considerado como um piloto de segunda linha, mas que teve a alcunha de "Rain Man", devido ao facto das suas duas primeira vitórias terem acontecido debaixo de chuva. Mas também era um piloto talentoso e lutava para vencer, quando tinha uma máquina para tal. E foi um digno sucessor do já mítico Jacky Icxx. Falo-vos de Thierry Boutsen.


Nasceu em Bruxelas a 13 de Julho de 1957 (vai fazer agora 50 anos), e aos 20, começou a sua carreira nos monopostos, ao volante de um Formula Ford 1600. no ano seguinte, ganhou o campeonato belga, com 15 vitórias em 18 corridas. No ano seguinte, foi para a Formula 3 europeia, onde foi vice-campeão, sendo batido pelo italiano Michele Alboreto.


A sua ascensão continuou em 1981, ao correr na Formula 2, onde acabou por ser de novo vice-campeão europeu, atrás do inglês Geoff Lees. Em 1982, decidiu correr no Campeonato Europeu de Turismo e nos Sport-Protótipos, ganhando os 1000 km de Monza com o francês Bob Wollek (1943-2001)


Em 1983, Boutsen arranjou 500 mil dólares em patrocinios e comprou um lugar na Formula 1, ao serviço da Arrows. A sua primeira corrida foi no seu GP natal, em Spa-Francochamps, onde não chegou ao fim. No resto da temporada, o melhor que conseguiu foram dois sétimos lugares, logo, não pontuou na sua primeira temporada.

Em 1984, continuou na Arrows, onde obteve cinco pontos, ficando na 15ª posição do campeonato. No ano seguinte, de novo na Arrows, consegiui o seu primeiro momento de glória, ao terminar em segundo lugar no GP de San Marino, beneficiando da desclassificação de Alain Prost, pelo facto do seu carro estar abaixo do seu peso mínimo. Depois disso, pontuou mais três vezes, ficando com 11 pontos e o 11º lugar, com um pódio. Só que em 1986, o carro não foi bom, e nunca conseguiu pontuar nas corridas em que terminou, tendo conseguido quatro sétimos lugares...


No final desse ano, Boutsen mudou de ares, indo para a Benetton, onde foi substituir o austriaco Gehrard Berger, que tinha ido para a Ferrari. Nesse ano, terminou regularmente nos pontos, e alcançado o terceiro lugar no GP da Australia. Isso tudo fez com que se classificase na oitava posição do Mundial, com 16 pontos e um pódio. Em 1988, as suas prestações melhoraram bastante, tendo ido ao pódio por cinco vezes, e conseguido 27 pontos, que lhe deram a melhor posição até ali alcançado: um quarto lugar.


Em 1989, Frank Williams dá-lhe um lugar para ele na Williams, que estava a estrear motores Renault atmosféricos, e faz companhia ao italiano Riccardo Patrese. No Canadá, numa corrida bastante molhada, aproveita os azares dos outros e ganha a corrida, a primeira vitória de um piloto belga na Formula 1 desde 1972. Na Austrália repete o feito, também numa corrida à chuva, que causou imensos abandonos. os 37 pontos alcançados deram-lhe o quinto lugar na geral, com duas vitórias e mais três idas ao pódio.

Em 1990, continua a desenvolver os Williams-Renault, e os resultados são regulares. Consegue ser terceiro em Phoenix e segundo em Silverstone, mas vai ser na Hungria que ele vai ganhar a sua terceira e ultima vitória da carreira, aguentando todo o pelotão da F1, incluindo o seu amigo pessoal Ayrton Senna, que terminou em segundo. No final dessa época, Boutsen ficou com 34 pontos, uma vitória, uma pole-position e uma volta mais rápida, com o sexto lugar no campeonato.



Mas quando a Williams está a atingir o seu pico de forma, Boutsen sai e vai para a Ligier, num movimento que muitos classificaram de má, apesar de eles terem motores Renault. A verdade é que nesse ano, ele não conseguiu colocar o carro azul nos pontos. As continuaram assim em 1992, mas um quinto lugar na Austrália, fez com que ele não ficasse mais um ano à seca... terminando no 14º lugar da classificação. Em 1993, altura em que Boutsen tinha 35 anos, decide mais uma aventura, mas desta vez é na Jordan. Depois de uma época frustrante e desmotivadora, Boutsen aproveita o seu Grande Prémio Belga para a anunciar a sua retirada.


A sua carreira na Formula 1: 164 Grandes Prémios, em 11 épocas, três vitórias, uma pole-position e uma volta mais rápida, conseguindo 132 pontos.


Após a Formula 1, Boutsen decidiu dedicar-se aos Sport-Protótipos nos Estados Unidos e na Europa, conseguindo alguns resultados de relevo, como um segundo lugar nas 12 Horas de Sebring. Em 1999, quando guiava um Toyota oficial nas 24 Horas de Le Mans, Boutsen teve um acidente pavoroso, que lhe deixou sequelas fisicas e mentais, tendo decidido parar de correr.


Sendo assim, dedicou-se a outro amor: a aviação, Neste momento, Thierry Boutsen é fundador e presidente da Boutsen Aviation, uma firma que aluga jactos para executivos na Europa e nos Esatados Unidos, e mora no Mónaco.

6 comentários:

Felipão disse...

Grande Boutsen...

até hoje não esqueço dele atropelando os pneus no pit stop...

Anónimo disse...

Boa Felipe, ia dizer isto ai mesmo.
Groo

Mauro Cesar Costa disse...

Muito bem lembrado. Sempre lembro deste nome da época em que eu comecei a querer a companhar e entender a F1.

Rogério Magalhães disse...

É... piloto que sempre esteve marcado na F1, sempre presente... boa praça...

Agora, essa quarta foto me dá uma saudade... carros tão bonitos, como a Williams (eu adorava essa pintura, era muito 10), a Benetton (toda colorida como eram suas roupas), o tradicional vermelho Ferrari e o "mundo de Marlboro" da McLaren...

Bons tempos em que até os medianos tinham destaque e beliscavam alguma coisa... hoje são sempre os mesmos...

Anónimo disse...

Piloto mediano; a primeira vitória foi muito merecida, mas fez muito pouco quando teve condições de lutar pela vitória.
Aquela cena dele atropelando os pneus no pit stop foi no GP do Brasil em Interlagos em 1990.



Fábio Kawagoe

Anónimo disse...

Piloto mediano; a primeira vitória foi muito merecida, mas fez muito pouco quando teve condições de lutar pela vitória.
Aquela cena dele atropelando os pneus no pit stop foi no GP do Brasil em Interlagos em 1990.



Fábio Kawagoe