Na semana do Grande Prémio do Japão, e trinta anos depois da última vez que este correu no circuito de Mont Fuji, seria interessante se falasse dos pilotos japoneses que deram cartas na Formula 1. Já falei há uns tempos de Satoru Nakajima, o primeiro piloto japonês com algum sucesso na categoria, agora falo-vos de Ukyo Katayama, um piloto que acabava mais tempo fora de pista do que dentro dela…
Ukyo Kayayama nasceu a 29 de Maio de 1963 em Tóquio (tem agora 44 anos). Começou a sério a sua carreira em 1982, na Formula 1600 japonesa, para alcançar o título em 1984. No ano seguinte, foi correr para a Formula 3 japonesa, onde a meio do ano, protagonizou um episódio no mínimo, exêntrico: foi para Paris, julgando que era a capital… de Inglaterra, no sentido de lá ir correr. Depois de algumas peripécias, pois falava pouco inglês e não sabia nada de francês. foi para a Winfield School, em Paul Ricard, onde o instrutor-chefe, Simon de la Tour, tentou aperfeiçoar o seu estilo de condução.
Em 1986, foi correr para a Formula Renault, mas a meio do ano, um horrível acidente em Clermont-Ferrand fez com que ficasse magoado no pescoço e nas pernas. Após uma prolongada convalescença, voltou a correr, desta vez na Formula 3 francesa, com resultados modestos. Em 1988, volta para o Japão, para correr na Formula 3000, mas ia fazer umas corridas na Europa, nomeadamente nas 24 Horas de Le Mans, a bordo de carros da equipa Courage. Nesse ano, safou-se de boa de um espectacular acidente, onde acabou fora da pista.
Em 1989, decide estabelecer-se de vez no Japão, onde correrá no campeonato local de turismos, bem como na Formula 3000 (agora Formula Nippon). Dois anos mais tarde, conquistará o título.
Isso faz com que o seu patrocinador principal, a Cabin Club, patrocine uma ida para a Formula 1. Algo que conseguem, arranjando um lugar na equipa Larrousse, emparelhando com o belga Betrand Gachot. Durante o ano de 1992, não alcançou os lugares pontuáveis, e passava muitas vezes fora de pista do que dentro dela (o que lhe valeu no Brasil a alcunha de “Katagrama”). Mas de vez em quando, como no Grande Prémio do Canadá desse ano, chegou a rodar na quinta posição, antes do motor rebentar…
No ano seguinte, Ukyo passou para a Tyrrell, para o posto de segundo piloto (ou se preferirem, o de piloto pagante que salva as finanças da equipa…). As performances são as mesmas (fica sempre fora dos pontos), mas como ele tem o dinheiro, e também serve aos interesses da Yamaha, fornecedora de motores da equipa do “Tio” Ken, fica na equipa por mais um ano. E se o ano de 1994 é de pesadelo para muitos, para este simpático japonês, é de sonho…
A Tyrrell apresentava o seu modelo 022, com motor Yamaha V10, e a combinação era muito melhor do que nos anos anteriores. Logo na ronda inaugural, no Brasil, Katayama leva o carro ao quinto lugar da prova. Repetiu a façanha no malfadado Grande Prémio de San Marino, em Imola, acabando na quinta posição, e depois conseguiu um sexto lugar em Silverstone. Podia ter alcançado um pódio inédito em Hockenheim, mas um acelerador preso deu cabo dessa hipótese. No final da temporada, os cinco pontos deram-lhe o 17º lugar na classificação.
Em 1995, continua na Tyrrell, mas as suas performances voltam a ser como dantes. Aliás, a única vez que é protagonista nesse ano é quando protagoniza um espectacular capotanço na partida do Grande Prémio de Portugal desse ano, onde é transportado para o hospital, mas sem ferimentos graves. Em 1996, continua a não pontuar na Tyrrell, e as suas saídas de pista mostravam que ele era mais um embaraço no pelotão da Formula 1 do que propriamente um piloto capaz de ombrear com o resto do pelotão. Mais tarde, iria justificar esta forma pelo facto de estar na altura a combater um tumor nas costas, que lhe era doloroso. Mas isso só foi revelado depois da sua retirada, porque ele não queria que as pessoas sentissem pena dele…
Contudo, não perdia o seu bom humor. É dele a frase: "É possível fazer mais por este automóvel. O único problema é a maneira como dirijo!” Em 1997, outro dos seus patrocinadores, a Mild Seven, uma marca de tabaco, arranjou-lhe um lugar na Minardi, ao lado da jovem esperança italiana Jarno Trulli. Continuou a não impressionar, e no final da época saiu de vez da Formula 1.
A sua carreira: 97 Grandes Prémios, em seis épocas (1992-97), cinco pontos.
Após a saída da Formula 1, foi para a Toyota, que na altura tentava ganhar as 24 Horas de Le Mans, e alcançou a sua melhor posição de sempre, ao ser segundo na edição de 1999, e em 2002, embarcou no Rally Dakar, a bordo de um Toyota Land Cruiser. Ao mesmo tempo, Katayama desenvolveu outro amor: o montanhismo. Desde então, ele tem vindo a escalar diversas montanhas da Cordilheira dos Himalaias, tendo escalado, entre outros, dois picos com mais de oito mil metros: o Cho Oyu (8051 metros) e o Manaslu (8156 metros), este escalado no ano passado.
Uma coisa é certa: desafios nunca lhe irão faltar!
Ukyo Kayayama nasceu a 29 de Maio de 1963 em Tóquio (tem agora 44 anos). Começou a sério a sua carreira em 1982, na Formula 1600 japonesa, para alcançar o título em 1984. No ano seguinte, foi correr para a Formula 3 japonesa, onde a meio do ano, protagonizou um episódio no mínimo, exêntrico: foi para Paris, julgando que era a capital… de Inglaterra, no sentido de lá ir correr. Depois de algumas peripécias, pois falava pouco inglês e não sabia nada de francês. foi para a Winfield School, em Paul Ricard, onde o instrutor-chefe, Simon de la Tour, tentou aperfeiçoar o seu estilo de condução.
Em 1986, foi correr para a Formula Renault, mas a meio do ano, um horrível acidente em Clermont-Ferrand fez com que ficasse magoado no pescoço e nas pernas. Após uma prolongada convalescença, voltou a correr, desta vez na Formula 3 francesa, com resultados modestos. Em 1988, volta para o Japão, para correr na Formula 3000, mas ia fazer umas corridas na Europa, nomeadamente nas 24 Horas de Le Mans, a bordo de carros da equipa Courage. Nesse ano, safou-se de boa de um espectacular acidente, onde acabou fora da pista.
Em 1989, decide estabelecer-se de vez no Japão, onde correrá no campeonato local de turismos, bem como na Formula 3000 (agora Formula Nippon). Dois anos mais tarde, conquistará o título.
Isso faz com que o seu patrocinador principal, a Cabin Club, patrocine uma ida para a Formula 1. Algo que conseguem, arranjando um lugar na equipa Larrousse, emparelhando com o belga Betrand Gachot. Durante o ano de 1992, não alcançou os lugares pontuáveis, e passava muitas vezes fora de pista do que dentro dela (o que lhe valeu no Brasil a alcunha de “Katagrama”). Mas de vez em quando, como no Grande Prémio do Canadá desse ano, chegou a rodar na quinta posição, antes do motor rebentar…
No ano seguinte, Ukyo passou para a Tyrrell, para o posto de segundo piloto (ou se preferirem, o de piloto pagante que salva as finanças da equipa…). As performances são as mesmas (fica sempre fora dos pontos), mas como ele tem o dinheiro, e também serve aos interesses da Yamaha, fornecedora de motores da equipa do “Tio” Ken, fica na equipa por mais um ano. E se o ano de 1994 é de pesadelo para muitos, para este simpático japonês, é de sonho…
A Tyrrell apresentava o seu modelo 022, com motor Yamaha V10, e a combinação era muito melhor do que nos anos anteriores. Logo na ronda inaugural, no Brasil, Katayama leva o carro ao quinto lugar da prova. Repetiu a façanha no malfadado Grande Prémio de San Marino, em Imola, acabando na quinta posição, e depois conseguiu um sexto lugar em Silverstone. Podia ter alcançado um pódio inédito em Hockenheim, mas um acelerador preso deu cabo dessa hipótese. No final da temporada, os cinco pontos deram-lhe o 17º lugar na classificação.
Em 1995, continua na Tyrrell, mas as suas performances voltam a ser como dantes. Aliás, a única vez que é protagonista nesse ano é quando protagoniza um espectacular capotanço na partida do Grande Prémio de Portugal desse ano, onde é transportado para o hospital, mas sem ferimentos graves. Em 1996, continua a não pontuar na Tyrrell, e as suas saídas de pista mostravam que ele era mais um embaraço no pelotão da Formula 1 do que propriamente um piloto capaz de ombrear com o resto do pelotão. Mais tarde, iria justificar esta forma pelo facto de estar na altura a combater um tumor nas costas, que lhe era doloroso. Mas isso só foi revelado depois da sua retirada, porque ele não queria que as pessoas sentissem pena dele…
Contudo, não perdia o seu bom humor. É dele a frase: "É possível fazer mais por este automóvel. O único problema é a maneira como dirijo!” Em 1997, outro dos seus patrocinadores, a Mild Seven, uma marca de tabaco, arranjou-lhe um lugar na Minardi, ao lado da jovem esperança italiana Jarno Trulli. Continuou a não impressionar, e no final da época saiu de vez da Formula 1.
A sua carreira: 97 Grandes Prémios, em seis épocas (1992-97), cinco pontos.
Após a saída da Formula 1, foi para a Toyota, que na altura tentava ganhar as 24 Horas de Le Mans, e alcançou a sua melhor posição de sempre, ao ser segundo na edição de 1999, e em 2002, embarcou no Rally Dakar, a bordo de um Toyota Land Cruiser. Ao mesmo tempo, Katayama desenvolveu outro amor: o montanhismo. Desde então, ele tem vindo a escalar diversas montanhas da Cordilheira dos Himalaias, tendo escalado, entre outros, dois picos com mais de oito mil metros: o Cho Oyu (8051 metros) e o Manaslu (8156 metros), este escalado no ano passado.
Uma coisa é certa: desafios nunca lhe irão faltar!
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