sábado, 12 de outubro de 2013

Formula 1 2013 - Ronda 15, Japão (Qualificação)

Depois da Coreia do Sul, onde vimos pneus a explodirem e carros que entraram na pista quando não deviam, num circuito que todos estão desejosos de se verem livres, a Formula 1 chegou a um clássico: Suzuka. O Japão adora a Formula 1 e a Formula 1 adora Japão. Mais do que sentirem em casa, toda a gente sabem que eles serão amados pelos fãs que acorrem às dezenas de milhares, todos os anos. 

Claro, longe vão os tempos em que havia sorteios - sim, isso aconteceu! - para que um sortudo pudesse ir ver os McLaren-Honda de Ayrton Senna a vencer na pista japonesa. Conseguem imaginar 1,2 milhões de pessoas ansiosas para conseguir um dos 120 mil bilhetes disponibilizados pela organização? Pois isso aconteceu em 1991. Mas nesse tempo, Suzuka era a penúltima corrida do ano - antes de Adelaide, na Austrália - e normalmente os campeonatos eram decididos ali, naquela pista com quase seis quilómetros de extensão, num estranho desenho de "oito", entre montes e vales. E essa visão fez moldar - e marcar - as infâncias de toda uma geração, inclusive a minha.

Com o acréscimo da mais corridas no calendário, Suzuka foi recuando, com apenas em 2011 a ganhar contornos de decisão quando Sebastian Vettel foi terceiro classificado e se tornou bicampeão mundial. E neste fim de semana, começava o primeiro "match point" do campeonato de 2013, com o alemão a poder sagrar-se tetracampeão, caso Fernando Alonso desistisse. E com isso, Suzuka ganhava a importância de tempos idos.

Mas para isso, primeiro tinha de se passar pela qualificação. E esta pensava-se que iria ser calmo, mas a meio da Q1, o Toro Rosso de Jean-Eric Vergne viu os seus travões pegarem fogo após o gancho, causando a interrupção da sessão. Isso acontecera pouco depois de um vazamento de gasolina no carro do Esteban Gutierrez ter causado fogo na garagem da Sauber. No final da Q1, com Romain Grosjean a fazer o melhor tempo, na frente de Felipe Massa e de Nico Rosberg, os excluidos foram os habituais Caterham e Marussia, ficaram também o Toro Rosso de Jean-Eric Vergne (por razões óbvias) e o Force India de Adrian Sutil. Mas o piloto da Force India iria perder cinco lugares porque decidiu trocar de caixa de velocidades.

Chegados ao Q2, as coisas não tiveram muita história, excepto com um incidente na primeira curva, quando Mark Webber aparentemente bloqueou Sérgio Perez, o que deu especulações sobre uma penalização do australiano. Contudo, o mexicano estava a "descontrair" e não havia razões para penalizar o piloto da Red Bull. No final, com os taurinos austríacos a fazerem os melhores tempos, entre os que infelizmente não conseguiram passar para o "top ten" foram o Sauber de Esteban Gutierrez, o McLaren de Sergio Perez, os Williams de Pastor Maldonado e Valtteri Bottas, o Force India de Paul di Resta e o Toro Rosso de Daniel Ricciardo.

Por fim, chegados ao Q3, tudo parecia "conspirar" para que Sebastian Vettel estivesse a caminho da sua quinta pole-position consecutiva, mas depois um aviso na rádio dizia que o seu KERS tinha falhado, as coisas começaram a ficar interessantes. A sua volta teve ainda uma "escapadela" na Spoon, mas fez o melhor tempo... antes de Webber fazer um pouco melhor: 1.30,975 segundos.

E na parte final, as coisas foram diferentes: Webber fez 1.30,915 e conseguiu superar Vettel por 174 centésimos de segundo. Lewis Hamilton foi o terceiro, na frente de Romain Grosjean, Felipe Massa e Nico Rosberg. Fernando Alonso foi apenas oitavo, atrás de Nico Hulkenberg, e a fechar o top ten estavam Kimi Raikkonen e Jenson Button.

Ainda havia aquela "espada de Dâmocles" sobre o incidente com Perez, mas se a FIA nada fizesse, poderemos dizer que vimos a última "pole-position" de Webber na sua carreira. Agora, seria interessante saber se amanhã, por quanto tempo essa vantagem seria mantida. É que o australiano não é o melhor dos largadores...

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