sábado, 29 de março de 2014

Formula 1 2014 - Ronda 2, Malásia (Qualificação)

Quinze dias depois da ronda inicial, na Austrália, a Formula 1 chegava a paragens malaias, num circuito que sendo recente, já se pode considerar como um clássico do automobilismo, dado que há mais de 15 anos faz parte do calendário. Mas a chegada do pelotão da Formula 1 em terras malaias acontecia em tempos conturbados: se dentro do mundo fechado da categoria, se falava sobre peças defeituosas, apelos a desclassificações e ruídos de motores - entre a raiva e o gozo - no mundo lá fora, chegava-se a um país onde nas últimas três semanas queriam saber onde parava um dos seus aviões, desaparecido quando ia para Pequim, mas que misteriosamente, os seus destroços acabaram no Oceano Índico, a mais de 1500 quilómetros de Perth.

Nesse ambiente controverso e sombrio - muito menos gente apareceu no circuito para ver a corrida, apesar dos preços sempre convidativos - é que iria decorrer a qualificação. No sábado à tarde, em terras malaias, surgiu outro fator perturbador: a chuva. E ao contrário da Austrália, esta vinha bem mais forte, com direito a protagonismo. Graças a ela, a pista ficou inundada e a sessão, que já tinha começado, foi interrompida logo nos primeiros minutos. Esta interrupção durou quase... uma hora, prolongando a qualificação para cerca de duas horas.

Após quase 50 minutos sem ação, os carros voltaram para a pista, com todos a meterem pneus intermédios, excepto os McLaren, que andaram com chuva. Na volta a seguir, os carros de Woking voltaram às boxes, pois os de Brackley - por outras palavras, os Mercedes - faziam os melhores tempos. Mas em poucos minutos, a chuva volta à carga e parecia que os McLaren tinha, feito a escolha errada, acabando a fazer os piores tempos. Todos se aguentavam até aos 35 segundos no final da Q1, quando Marcus Ericson perdeu o controlo do seu Caterham e bateu com o seu carro nas boxes, quase batendo o Sauber do Esteban Gutierrez.

Limpa a pista, os carros voltaram... por pouco tempo. Três minutos depois do inicio da Q2, as bandeiras vermelhas voltaram à pista, quando Fernando Alonso e Daniil Kvyat tocaram-se e o piloto da Ferrari teve voltar às boxes com a suspensão partida. Algumas peças voaram para a pista e os mecânicos da Scuderia tentavam um milagre ao reparar os estragos na suspensão. Poucos minutos depois, o carro de Maranello voltava à pista.

A sessão voltava ao normal - mais uma vez - com a pista a manter-se molhada. Os pilotos começaram a fazer os seus tempos, com os Mercedes a fazerem os melhores tempos, mas outros interferiram nesse campo, com os Red Bull de Vettel e Ricciardo a fazerem bons tempos. No final do Q2, Os Mercedes foram os melhores, com Hamilton a ser melhor do que Rosberg, mas Vettel fez o segundo melhor tempo, e Ricciardo o quarto. Hulkenberg foi o quinto, os McLaren conseguiram entrar na Q3 e Jean-Eric Vergne conseguiu o último lugar disponível... desalojando Daniil Kvyat.

Dos que ficaram de fora, para além de um frustrante Kvyat, ficaram os Williams de Massa e Bottas, o Lotus-Renault de Grosjean, O Force India de Perez e o Sauber de Gutierrez. 

A chuva não parava de cair quando os carros voltaram a sair para a pista na Q3. Alguns pilotos meteram os intermédios, mas o unico que conseguiu um bom tempo foi Kimi Raikkonen. No final, os Mercedes foram os melhores, e mesmo Sebastian Vettel, que de tanto esperar passou pela meta... depois da hora, conseguiu salvar a honra ao ficar com o segundo melhor tempo, mostrando que na Red Bull, correr atrás do prejuízo já começa a ter os seus resultados. Lewis Hamilton foi o melhor, conseguindo a sua 33ª pole-position da sua carreira, igualando Alain Prost e Jim Clark na lista dos melhores "poleman" da história.

E assim terminava esta conturbada qualificação malaia. Todos esperavam que estas condições não se repetissem amanhã, para que os pilotos que não aproveitaram hoje tivessem a sua chance de melhorar as suas performances. Como parecia que a pista estaria seca para a domingo, esperavam que as afinações para o seco, a experiência dos pilotos e a sorte pudessem sorrir para eles. E muitos também esperavam que os Mercedes não ficassem tão na frente na corrida, para que pudesse haver um equilíbrio. O prometido equilíbrio que as novas regras diziam que iria voltar a haver. 

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