terça-feira, 28 de junho de 2016

O Tesla de Pikes Peak

Os carros eletricos vieram para ficar, pouca gente tem dúvidas. São muito mais velozes - graças ao seu impulso no arranque - tem pouca manutenção e o custo da energia é muito baixo. Só falta resolver o obstáculo da distância com um só carregamento e os materiais usados para as suas baterias, e praticamente estarão resolvidos todos os obstáculos, libertando-nos da dependência petrolífera.

Contudo, para além disso tudo, há ainda mais uma vantagem bem interessante: a energia nas subidas. Desde há alguns anos que o Pikes Peak, a subida mais famosa do mundo - que este ano celebra o seu centenário - acolhe carros eletricos, quer na classe Unlimited, quer na classe de Produção, e quase sempre acabam por ganhar, ou andam nos primeiros lugares. Há uma boa razão para isso: enquanto que os motores a combustão dependem do oxigénio para poder "respirar" em altitude, pois fica cada vez mais rarefeito à medida que subimos, e afeta o seu desempenho, tal coisa não existe nos carros elétricos, que continuam a manter a sua performance, independentemente da altitude.

Este ano, o Jalopnik mostrou o que pode ser o Tesla mais veloz do mundo. Guiado por Blake Fuller, este Model S foi modificado para poder ser mais leve e acolher uma bateria cinco vezes maior... e venceu na sua categoria, com um tempo de 11 minutos e 57 segundos. Muito mais lento do que o Norma de Romain Dumas - oito minutos e 51 segundos - ou o melhor eletrico, guiado por Rhys Millen - oito minutos e 57 segundos, este carro ficou mais leve em cerca de 300 quilos, porque substituíram certos materiais por uns mais leves.

Só que isso causou controvérsia, pois carros desses deveriam ter como modificações a instalação de um "roll cage", bancos mais leves e não muito mais, e aqui, a bateria habitual foi retirada para ser instalada uma mais propicia ao automobilismo (poderá ser até 80 por cento mais leve), e que, apesar de ter essa potência, não vai durar muito. O proprio Fuller admite as modificações: "Não temos uma [bateria com] capacidade de 100.000 milhas para este carro", disse ao site The Drive. "A bateria [de competição] é cinco vezes maior do que necessitamos ser para ser corrido nesta montanha."

Quanto às polémicas, Fuller - um engenheiro com experiência na IndyCar e Formula 1 - afirmou que esses regulamentos estão sempre "abertos à interpretação".

"Carros de produção como Porsche, BMW e Audi são sempre "abertos à interpretação", pois esses veículos oferecem tantos pacotes de desempenho específicos a cada cliente, venham eles diretamente da fábrica ou nas concessionárias locais. Por exemplo, um Porsche poderia literalmente ser encomendado da fábrica com um pacote de corrida completo, com "rollcage" e mais uma série de modificações que lhe darão um desempenho 10, 20 ou mesmo 50 por cento melhor em alguns aspectos do que num modelo padrão".

"Neste momento, a rede de distribuidores da Tesla ainda está sendo instalado e o objetivo principal é servir a crescente procura por esses veículos de tecnologia avançada. O que Tesla tem feito é muito impressionante para uma empresa com apenas dez anos de idade! Temos tido o espírito de progresso da Tesla e escolhemos as nossas modificações para estar dentro das regras, a partir das partes da fábrica e usando as mentes de alguns dos maiores solucionadores de problemas na indústria para, em primeiro lugar atender as normas de segurança da classe e também ficar bem dentro do espírito da classe."

"Para resumir, menos peso, mais eficiência e foco em completar o que é uma tarefa muito desafiadora de construir o primeiro carro de corridas da Tesla. Estamos estabelecendo uma nova era, uma nova linha de base, e descobrindo um mundo de áreas de inovação ao longo do caminho!", concluiu.

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