quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

A imagem do dia

Se estivesse vivo, Ronnie Peterson faria hoje 74 anos. Eis a estátua dele, em Orebro, na sua terra natal. No ano em que se comemorará, em setembro, 40 anos da sua morte, queria contar uma história dos seus inícios. E que envolve um pai com muito jeito para a engenharia.

Nascido em 1913, Bengt Peterson foi em 1936 para Estocolmo, estudar engenharia. Tinha andado como piloto de motos durante uma década, e sempre ficou fascinado com coisas mecânicas. Contudo, nunca terminou o curso porque a sua mãe morreu (o seu pai morrera pouco depois de ele ter nascido) e alguém tinha de cuidar do negócio da venda de pão na cidade. E nessa altura, já era casado com May-Britt. Assim sendo, Bengt ficou com a padaria, mas a engenharia nunca o largou. Pouco depois, em 1947, construiu o seu carro, o Svebe MK1, com Sven Andersson. O motor DKW, uma estrutura semelhante aos carros Cooper de 500cc, e correu durante alguns anos, até se dedicar mais ao negócio. E claro, por esta altura, já tinha tido dois filhos: Ronnie e Tommy.

Bengt abandonou a competição em 1950, aos 37 anos. Mas as sementes da velocidade já tinham sido plantadas. Quando Ronnie começou a correr em karts, Bengt e Sven Andersson ficaram curiosos para saber o que ele iria fazer.

Em 1965, aos 20 anos, Ronnie tinha talento suficiente para correr na Formula 3, e Bengt, que já tinha o negócio mais ou menos encaminhado, ajudou-o a construir um carro para os monolugares. Com um motor Ford de um litro, construiu o "Svebe", baseado num Brabham. Com a ajuda de Sven Andersson, correram no campeonato local de Formula 3, tendo como grande rival Reine Wissell. Que curiosamente... é o instrutor de Ronnie para ele tirar a sua licença de Formua 3. 

Alguns pódios e o seu estilo de condução fizeram com que depois comprasse, mais tarde no ano um chassis Brabham, sendo quinto classificado (o campeão foi Freddy Kottulinsky, futuro vencedor de um Dakar) e chamar a atenção da Tecno no ano seguinte, para tentar ser campeão europeu e sair da Suécia para conquistar o mundo.

Quanto a Bengt, cuidou do seu negócio até se reformar e ver a carreira do seu filho até ao seu final trágico. Acabou por morrer em 1999, aos 86 anos.

Sem comentários: