segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

O Alfa Romeo do Duce

Benito Mussolini era um ditador, mas era também um incorrigível vaidoso. Pode-se afirmar que seria o produto do seu tempo - socialista antes de ser fascista - mas também em termos de masculinidade, era o perfeito "Machiste": queria ser macho, forte e tratar as mulheres como se fossem objetos, porque apesar de ter tudo uma mulher fiel, teve bastantes amantes. Aliás, o seu final é absolutamente conhecido: foi fuzilado e depois pendurado numa bomba de gasolina em Milão ao lado de Clara Petacci, a sua amante.

Mas Mussolini, influenciado pelo futurismo, era um enorme automobilista. Adorava corridas, e no seu tempo, estas prosperavam. Andar ao volante de carros como Fiat, Alfa Romeo ou Maserati era normal, e muitas das corridas foram incentivadas pelo governo fascista, desde a Coppa Ciano, em Pescara, até corridas nas colónias como Tripoli e Asmara, na Eritreia.

Em 1930, adquiriu este Alfa Romeo 6C por 60 mil liras, de 1750cc, e tinha uns impressionantes... 75 cavalos, para a época. Mas tinha 900 quilos, que era suficiente para chegar aos 153 km/hora. Sete anos depois, o carro ficou nas mãos de Renato Triglio, que o levou para a Eritreia, então colónia italiana, e participou em corridas locais. 

Depois da II Guerra Mundial, perdeu-se o rasto e recentemente, foi encontrado nos Estados Unidos, muito modificado - apenas o eixo traseiro, caixa de velocidades e chassis são originais. Está pintado de vermelho - inicialmente era preto - e vai ser restaurado ao seu estado original de há 90 anos. 

E se for vendido, mesmo com o "pedigree" das corridas - bem como o seu infame proprietário - é certo que terá um valor bem alto. 

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