quinta-feira, 18 de novembro de 2021

A imagem do dia


Na imagem, os comissários da FIA, liderados por Michael Masi, inspecionam o circuito de Losail antes da realização do GP do Qatar, neste final de semana. E mal chegaram ao Golfo, tem de lidar com uma enorme batata quente nas mãos. 

O campeonato está a chegar ao fim e o ambiente agora no "paddock" está de cortar à faca. A Mercedes decidiu declarar guerra à Red Bull e vai fazer de tudo para que Max Verstappen seja punido com algumas posições na grelha, ou algo pior. Pelo menos, é essa a ideia que o neerlandês passou para a imprensa do seu país.

"Você pode ver a verdadeira natureza (da Mercedes) revelando-se", afirmou o piloto da Red Bull, em declarações captadas pela motorsport.com. "No final, não é minha equipa, então não tenho que lidar com isso, mas é nessa situação que você mostra quem realmente é. Portanto, é importante que nos concentremos apenas em nós mesmos e permaneçamos focados, como sempre fizemos. É isso que faremos nas próximas corridas", seguiu.

Max tem razão na parte da tranquilidade. A Red Bull têm tudo na mão. A três corridas do final, eles lideram o campeonato de pilotos com um avanço de 14 pontos. E mesmo que Lewis Hamilton consiga vencer as duas corridas seguintes e chegar a Abu Dhabi igualado nos pontos com o piloto neerlandês, este tem vantagem por ter mais vitórias (nove contra os potenciais oito do piloto britânico)

O que a Mercedes deseja é ter uma chance maior de lutar pelo título, porque acredita que poderá conseguir a diferença, quer aqui, quer em Jeddah e Abu Dhabi. Mas há um grande problema: para além destes três circuitos serem uma total ignorância em termos de quem é o favorito - Abu Dhabi foi modificado neste verão, logo, as alterações poderão baralhar e dar tudo de novo - e a Red Bull confia que, se todos partirem em igualdade, os energéticos tem uma ligeira vantagem em termos de gerência de pneus e ritmo de corrida. 

E para... apimentar as coisas, a GPDA, a associação de pilotos, quer que a FIA puna Max pela sua atitude na primeira tentativa de ultrapassagem. Charles Leclerc até avisou à imprensa que, caso a FIA nada decida, que iria "alterar o seu estilo de pilotagem". De uma certa forma, é uma pressão para que eles, os comissários, façam as coisas nesse sentido neste tipo de incidentes, serem mais consistentes nas penalizações independentemente do "let them race" ou não. 

Só que há um problema. Já passaram quatro dias da corrida. E se decidiram penalizar no fim de semana de um outro Grande Prémio passa a ideia de alguma falsidade. Que todos os resultados da pista, onde quer que seja, não valem nada até que os comissários e a FIA sancionem. E se determinada equipa decidir reclamar - que está no seu direito - e as coisas se arrastarem, não fica lá muito bem para a competição, e se calhar passa a ideia de mesquinhez. 

E se calhar, ninguém sairá bem na fotografia. 

Vamos a ver como acabará o campeonato. Não gostaria nada de um final infeliz, ao estilo de 1990 ou 1994.

2 comentários:

Jefferson disse...

Você quis dizer 1989, não?

Jefferson disse...

1990 foi a consequência.
E ainda há que se falar de 1997.
Dois golpes do Dick Vigarista.