segunda-feira, 9 de outubro de 2023

No Nobres do Grid deste mês...


"Até ao final dos anos 60, a Lancia sempre trabalhou com Pininfarina par desenhar os seus carros, nomeadamente o Fluvia, que lhe deu vitórias nos campeonatos europeus de 1971 e 72, com o italiano Sandro Munari ao volante. Contudo, a marca, recém-absorvida pelo Grupo Fiat – tinha acontecido em 1969 – queria algo novo em termos de design. Ao mesmo tempo, a Bertone, uma casa de deisgn de Turim, queria trabalhar com eles, e para os atrair, decidiu fabricar um protótipo, o Stratos Zero, um “concept car” desenhado por Marcello Gandini, que foi mostrado no Salão de Automóvel de Turim. O carro era funcional e tinha uma caixa de câmbio do Fluvia HF, e o impacto foi tal que cedo as partes se decidiram em fabricá-lo. 

O motor também foi cedo decidido. Iria ser o Ferrari Dino de seis cilindros, um motor poderoso – 190 cavalos – mas Enzo Ferrari estava relutante porque acharia que poderia rivalizar com o seu carro de estrada, o Dino V6. Contudo, no final de 1971, esse carro deixou de ser fabricado e decidiu que iria fornecer à Lancia 500 desses motores, para poderem construir o Stratos. 

Em termos de design, o carro mostrava algumas semelhanças com outro dos carros desenhados por Gandini, o Lamborghini Miura. A abertura, quer à frente, quer atrás, para acessar ao motor e à bagageira, bem como os espelhos, faziam lembrar esse carro, mas o Stratos tinha uma distância entre-eixos bem mais curta que o Lamborghini, e a sua leveza (950 quilos), aliado com a sua potência, o tornavam num carro totalmente diferente.

Ao longo de 1972, o Stratos foi sujeito a um extensivo programa de testes, e alguns deles puderam participar em algumas corridas de pista, pois esta vam sujeitos aos regulamentos do Grupo 5. Contudo, a ideia era o Grupo 4, e em 1974. E para isso, tinham de fabricar os 500 exemplares necessários para que tal pudesse acontecer. O carro começou a ser fabricado em meados de 1973 na usina da Bertone, em Chivasso, nos arredores de Turim como o Stratos HF Stradale, e a sua potência foi “domada” para os 188 cavalos, a sete mil rotações por minuto. Mesmo assim, a sia aceleração dos 0-100 era alcançada nuns espantosos 6,8 segundos.

E quando o carro se estreou, todos sabiam que era fantástico.


Há precisamente meio século, era construído um dos carros mais icónicos de sempre. Desenhado por Marcello Gandini, na altura a trabalhar para a Bertone, com base num dos protótipos mais icónicos da história do automóvel, o Zero, tinha motor Ferrari e começou a sua história ao ganhar o Tour de France Automobile, para depois ter uma carreira enorme nos ralis, triunfando entre 1974 e 76 o Mundial de Construtores. E entre as suas vitórias, quatro ralis de Sanremo, três ralis de Monte Carlo e três Tour de Corse, às mãos de pilotos como Sandro Munari, Markku Alen e Bernard Darniche.  

Contudo, mesmo quando a Fiat impôs o seu modelo 131 para continuar a competir, o Stratos manteve-se competitivo, ganhando mais quatro ralis às mãos de privados como Bernard Darniche, até 1981, quando triunfou no Tour de Corse pela quinta ocasião. Oito anos depois de se ter estreado! 

Sobre este carro, a sua história e muito mais, podem ler o resto este mês no site Nobres do Grid.

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